São Paulo, sábado, 03 de abril de 2004

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GINÁSTICA

Daiane estréia coreografia dos Jogos de Atenas, obtém 2ª melhor nota do ano e cria clima de Fla-Flu em ginásio

"Brasileirinho" inaugura "pátria de collant"

Ana Carolina Fernandes/Folha imagem
Daiane, que disse só ter ouvido os gritos no final de sua apresentação, durante a prova do solo


SÉRGIO RANGEL
DA SUCURSAL DO RIO

CRISTIANO CIPRIANO POMBO
DA REPORTAGEM LOCAL

Daiane dos Santos imprimiu ao primeiro dia da etapa brasileira da Copa do Mundo, no Rio, um clima de Fla-Flu.
Às 17h40 de ontem, a estrela da ginástica nacional levou à euforia os torcedores do Riocentro ao apresentar no solo sua nova coreografia, ao som de uma versão eletrônica de "Brasileirinho".
Ela levantou a torcida no momento de sua entrada no solo. Logo após Daiane ser anunciada, os cerca de 3.000 torcedores ficaram histéricos. A cada movimento da ginasta, o público gritava como se comemorasse um gol.
No final da série, os fãs, muitos chorando, fizeram um barulho ensurdecedor e aplaudiram de pé Daiane. "A reação do público mostrou que valeu a pena a mudança", disse a atleta, logo após a sua apresentação, que durou cerca de um minuto e meio foi a melhor do dia, classificando-a para a final do aparelho amanhã.
Daiane obteve 9,675 pontos, a sua segunda marca neste ano -sua maior nota no aparelho foi 9,762 em Cottbus (ALE).
A coreografia será apresentada pela ginasta nos Jogos de Atenas, em agosto, quando ela pode se tornar a primeira ginasta negra a obter o ouro olímpico no esporte.
"Sempre tive o sonho de assistir a um evento de ginástica. Foi uma das cenas mais bonitas que já vi. O som dos tambores e do bandolim e os saltos da Daiane me arrepiaram", disse a secretária Emília Carmo dos Santos, que conseguiu uma folga no trabalho para ir ao Riocentro. Moradora da Cidade de Deus, ela foi uma das torcedoras que choraram após a exibição.
Apesar do euforia da torcida, que contou até com uma caravana de 75 pessoas do RS, Daiane disse que não escutou o público.
"Quando me apresento, fico tão concentrada que não escuto nada. Na verdade, só ouvi os gritos no final", disse a gaúcha de 21 anos.
"Mesmo assim, adorei. Eles têm que gritar muito mesmo. Afinal, é o nosso Brasil que está aqui."
Embora Daiane tenha emocionado quase todos no Riocentro, o técnico ucraniano Oleg Ostapenko, que treina a seleção e é o guru da atleta, reagiu friamente. "Ele disse apenas que foi normal. Sei que isto quer dizer muito bom", brincou a ginasta, que não demostrou nervosismo. Antes da prova, ela ficou na arena de aquecimento atuando como DJ. Detalhe: só tocava funk carioca.
Além da excelente atuação no solo, a gaúcha ainda conseguiu vaga no salto. Ela ficou em quarto e disputa hoje a final do aparelho.
Em um dia em que a ginástica brasileira sobressaiu, Daniele Hypólito foi a maior surpresa.
Criticada antes da Copa, ela alcançou as finais de todos os seus aparelhos. Mesmo tendo admitido que não está numa boa fase, ela ficou em primeiro lugar na trave, em segundo nas paralelas assimétricas e em quinto no salto.

NA TV - Copa do Mundo, Sportv, ao vivo, às 9h30


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