São Paulo, segunda-feira, 03 de abril de 2006

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FUTEBOL

Gol anulado, pênalti e virada irregular marcam a vitória são-paulina

Com 3 erros cruciais, juiz muda o rumo do clássico

Eduardo Knapp/Folha Imagem
O árbitro da FPF Rodrigo Martins Cintra mostra cartão amarelo ao ala-direito Fabinho, do Santos


DA REPORTAGEM LOCAL

A arbitragem mais uma vez foi o centro das atenções e ganhou os holofotes no jogo mais importante do Paulista até agora. A tecnologia, porém, dessa vez não influenciou negativamente. Os erros foram humanos, três deles cruciais, e ajudaram a mudar os rumos do São Paulo x Santos.
Um gol anulado, um pênalti inexistente, um tento validado de forma irregular, além de uma expulsão polêmica, protagonizaram a vitória são-paulina por 3 a 1, ontem à tarde, no Morumbi.
Prejudicada no primeiro tempo, a equipe tricolor, na etapa final, teve a mão do árbitro Rodrigo Martins Cintra para sacramentar a virada sobre o rival, vencer seu terceiro clássico e levar a decisão do título para a última rodada.
O Santos, que entrou em campo dependendo apenas de um empate para ser campeão, atuou de forma defensiva, mas foi ineficiente na marcação do adversário.
Pelo lado esquerdo, Júnior e Danilo, os mais acionados, ajudaram a construir a vitória são-paulina. Por aquele lado, também, surgiu o primeiro lance polêmico.
Danilo chutou cruzado, e Josué, em condição legal, se antecipou ao zagueiro santista para marcar. O auxiliar Carlos Nogueira Jr., equivocadamente, marcou impedimento do volante, que estava 55 cm atrás de seu marcador.
A partir daí, a coisa degringolou. E o trio de arbitragem, munido de rádios de comunicação, iniciou uma seqüência de trapalhadas. O ponto eletrônico, porém, não teve papel decisivo.
O segundo erro pôs os santistas à frente no placar. Após rebatida de Rogério, Edcarlos dividiu bola com Reinaldo na área. Choque normal, o santista desabou e Cintra, com convicção, marcou pênalti. Léo Lima fez 1 a 0.
A revolta tomou conta dos são-paulinos, que foram à loucura, sem razão, quando Cintra marcou pênalti em Aloísio. Dessa vez, no entanto, o auxiliar Nogueira evitou o erro ao avisar o árbitro que o atacante estava impedido no lance. Irritados, os são-paulinos passaram a gritar "vergonha".
Visivelmente nervoso, o juiz distribuía cartões e discutia com os jogadores num jogo que teve apenas 35 faltas.
No final da primeira etapa, os santistas juntaram-se aos rivais na insatisfação com a atuação do trio de arbitragem. O volante Maldonado, num erro bobo, dominou a bola com o braço na área.
O juiz, de novo, marcou com o convicção o pênalti. Dessa vez, de forma correta. Rogério empatou.
Mas as bobagens continuaram no segundo tempo. Começou com lance polêmico. Luiz Alberto, com um carrinho, atingiu Josué. Já tinha amarelo, recebeu o segundo. No banco, o técnico são-paulino pressionou pela expulsão do santista. Revoltado, Luxemburgo explodiu com Cintra.
O São Paulo, que finalizou 23 vezes a gol contra apenas 8 (menos da metade de sua média de 17 arremates) do adversário, encurralou a equipe do litoral.
E na maior trapalhada do tempo final, o time do Morumbi virou o placar. Júnior, 86 cm à frente da defesa santista, recebeu em impedimento e cruzou para Thiago marcar. Nem Cintra nem o auxiliar Osny Antonio Silveira viram a irregularidade. A sorte das equipes estava decidida.
Nos acréscimos, Alex Dias ainda sacramentou a vitória são-paulina ao anotar 3 a 1.


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