São Paulo, sábado, 03 de maio de 2008

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Luxemburgo dispara contra Valdivia

"Ele não pode, em jogos decisivos, mostrar o nível das atuações que teve", diz técnico do Palmeiras, às vésperas da final

O clima esquentou ontem entre os jogadores durante o rachão. Denílson e Lenny discutiram asperamente deixando o clima tenso no gramado no CT

TONI ASSIS
DA REPORTAGEM LOCAL

O discurso do treinador Vanderlei Luxemburgo foi o de que a goleada sofrida para o Sport na última quarta-feira terá de servir como motivação para o time visando a final do Paulista amanhã, no Parque Antarctica, contra a Ponte Preta.
Mas ontem o técnico aproveitou os microfones para enquadrar o seu melhor jogador: o meia chileno Valdivia, autor de oito gols no campeonato.
"O Valdivia não pode, em jogos decisivos, mostrar o nível das atuações que teve. Ele precisa jogar bem. E a equipe não pode ficar refém dele em campo", declarou o técnico.
Luxemburgo aproveitou a presença de jornalistas chilenos para dar a sacudida no seu camisa 10. "Em jogos decisivos, o Valdivia tem dificuldade de sair de uma marcação forte. E essa marcação vai acontecer sempre. Ele tem de buscar mais, chamar a responsabilidade da partida, pois é um belo jogador", completou o técnico.
O recado do comandante palmeirense também foi direcionado ao comportamento do atleta dentro de campo. "Não adianta catimbar. Tem que jogar bola. Essa seqüência de partidas decisivas está sendo importante para o Valdivia."
Diante do jogo de maior relevância do clube até aqui, Luxemburgo tentou passar que o time está recuperado dos 4 a 1 sofridos para o Sport e da eliminação na Copa do Brasil.
"É na derrota que se constrói um grande campeão. O grupo precisa entender que os erros têm de ser assimilados de forma positiva. Não tenho medo de perder. Em Recife, a participação do Marcos foi pegar as quatro bolas no gol. Foram as bolas paradas que nos eliminaram", comentou o técnico.
Sobre a Ponte Preta, Luxemburgo falou que não vai entrar em campo pensando em se defender por ter a vantagem de perder até por um gol.
"Temos que jogar. Se em determinado momento a vantagem for útil, tudo bem. Mas, se eu fizer um gol, aumenta a dificuldade da Ponte Preta."
Informado de que o técnico Sérgio Guedes está buscando motivar o grupo em cima da euforia da torcida do Palmeiras, Luxemburgo tratou o fato com normalidade. "Ele está certo. Eu faria a mesma coisa. Sei que a Ponte Preta não está morta, e temos noção exata de que o campeonato não terminou."
Sobre a eliminação no torneio que daria ao time ainda chances de continuar pensando numa vaga na Libertadores, Luxemburgo recorreu a seu currículo. "Aqui sou obrigado a ganhar tudo. Perdi 90 minutos e apagam toda a minha história no futebol. Em Recife, perdemos por causa de um dia ruim. Agora, se tivesse quatro ou cinco confrontos contra o Sport, será que eu perderia todos?", questionou o técnico.
Ontem os jogadores disputaram um rachão, e o clima esquentou entre os atacantes Lenny e Denílson, que discutiram de forma áspera.
"Estou falando com o meu time. Você não é do meu time. Você nunca ganhou nada. E não vai deitar em cima de mim", falou Denílson, em meio a palavrões, enquanto Lenny retrucava. Constrangidos, outros atletas pediram o fim da briga até que Lenny se afastou. A cena foi captada pelo UOL.


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