São Paulo, sábado, 03 de julho de 2010

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Melou

Herdeiro de Dunga, Felipe Melo faz gol contra e é expulso por pisada desleal

DOS ENVIADOS A PORT ELIZABETH

O volante Felipe Melo nunca tinha perdido uma partida com a camisa da seleção brasileira. Ontem, além da amargar a primeira derrota, o jogador da Juventus foi um dos protagonistas da eliminação da equipe nacional na Copa do Mundo de 2010.
Ele marcou, contra, o primeiro gol da Holanda, viu o baixinho Sneijder fazer, de cabeça, o gol da vitória na sua frente e logo depois foi expulso após cometer uma falta e pisar em Robben.
Apesar da desastrosa atuação, Melo deixou o estádio de Port Elizabeth negando ser o culpado pela desclassificação neste Mundial. ""Não aceito ser o vilão, mas assumo a minha parcela de culpa. Jogamos em grupo, e ninguém pode ser o único culpado", afirmou o jogador.
O início do jogo de ontem sinalizava para uma boa atuação do volante, que deu um passe milimétrico para Robinho fazer o primeiro gol.

"O MELHOR DE DEUS"
Mesmo tendo pisado intencionalmente em Robben no lance da expulsão, Melo se negou a pedir desculpa ao holandês. ""Não dei soco na cara de ninguém. Não tenho que me desculpar pela expulsão. Não tive a intenção. Tenho é que pedir desculpa aos torcedores brasileiros pela nossa eliminação", disse.
Na véspera do jogo, ele havia postado no Twitter a frase religiosa: "O melhor de Deus ainda esta por vir. Creia!". O volante faz parte do grupo de evangélicos da seleção.
Antes do início do Mundial, o jogador contou que era cobrado diariamente pela mulher para evitar as faltas violentas e desnecessárias. Ela temia que o marido desfalcasse a seleção nas fases finais por causa do excesso de cartões amarelos. Pela seleção, Melo tinha sido expulso uma vez e levou seis amarelos antes do jogo de ontem.
O volante é o dono do melhor retrospecto da seleção na era Dunga. Desde que começou na seleção em 2009, ele sempre foi titular e nunca havia perdido. Com Melo em campo, a equipe venceu 19 e empatou duas até ontem. Na única derrota da seleção neste período, o volante não esteve em campo -2 a 1 para a Bolívia, pelas eliminatórias.
"Foram 43 dias sem folga. Jamais a seleção vai ter um grupo como esse, tão amigo, tão unido. Agora é continuar de cabeça erguida. Somos homens, temos família. A vida vai seguir", afirmou o volante, que se considera um legítimo herdeiro de Dunga dentro do campo. (EDUARDO ARRUDA, MARTÍN FERNANDEZ, PAULO COBOS E SÉRGIO RANGEL)


Texto Anterior: Frio, Dunga é único a não chorar
Próximo Texto: Após silêncio, Júlio César fala, admite falha no 1º gol e chora
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.