São Paulo, domingo, 03 de agosto de 2008

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Futebol tem dia de "gente comum" na China

Jogadores viajam na classe econômica, não têm campo de treino exclusivo e se hospedam em hotéis designados pela organização

PAULO COBOS
ENVIADO ESPECIAL A SHENYANG

Para quem nas últimas duas vezes que foi à uma Olimpíada optou por nababescos hotéis longe do ambiente real dos Jogos, o primeiro dia da seleção masculina de futebol na China teve sabor de novidade.
Acostumada a luxo e mimos como sair do avião direto para o ônibus ainda na pista dos aeroportos, a delegação chefiada por Dunga teve ontem um dia de "gente comum".
A começar pela viagem de Hanói, onde ganhou do Vietnã anteontem, à cidade chinesa onde estréia na Olimpíada na quinta-feira, contra a Bélgica.
Em uma aeronave com poucos lugares na classe executiva, todos os jogadores e a comissão técnica foram de econômica, que tinha como menu no almoço uma porção de arroz branco e míseros pedaços de carne junto com um saco de picles.
Na segunda parte da viagem, entre Guangzhou e Shenyang, os jogadores só embarcaram quando todos os outros passageiros já estavam a bordo. E, com os bagageiros lotados de malas e bugigangas de turistas chineses, sofreram para arrumar suas mochilas.
Na entrada na China, em Guangzhou, os atletas ficaram na fila comum para quem faz credenciamento olímpico.
Alvoroço só quando chegou a vez de Ronaldinho -guardas deixaram seus postos em busca de uma foto ou autógrafo.
Em Shenyang, o número de torcedores que esperava o time nem se comparou ao que recebeu a seleção brasileira no Vietnã na última segunda-feira.
O Brasil está num hotel que serve de Vila Olímpica em Shenyang. Dois atletas dividem cada quarto. Quem quiser sair para um passeio é obrigatório passar por um detector de metais, independente de sua fama.
Nas últimas vezes em que esteve na Olimpíada no futebol masculino, a CBF colocou o time no mais pomposo hotel de Miami, sede da primeira fase em Atlanta-1996, e num resort no litoral australiano, em Sydney-2000.
Agora, para evitar badalação excessiva e gastos, optou por deixar o time nos locais designados pelos Jogos -se chegar às finais, em Pequim, a seleção vai se hospedar na Vila.
Nos seus treinos em Shenyang, o Brasil também não terá um campo exclusivo, o que quase sempre é praxe em suas preparações para competições mais longas, caso de Olimpíadas e Copas do Mundo.
Dunga comanda hoje, em sessão única, o treino no campo que vai ser usado por praticamente todos os times olímpicos de futebol, de ambos os sexos, que passem pela cidade. E, assim, apenas em horário determinado pelos organizadores.


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