Aos 15 anos, Pedro Barros bate atletas lendários nos X-Games e encabeça nova geração do skate

LEONARDO LOURENÇO
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

Competir contra mitos do esporte, como os americanos Buck Lasek, 37, e Andy Macdonald, 36, não intimidou o skatista catarinense Pedro Barros, de apenas 15 anos completados em março.
Estreante como profissional nos X-Games, principal competição de esportes radicais do mundo, ele conquistou o ouro da modalidade park na noite de anteontem.
Pedrinho, como é chamado, puxa a fila de uma nova geração de skatistas e desponta como o principal nome do país, pronto para ocupar o lugar de ídolo que Bob Burnquist e Sandro Dias devem deixar vago em breve.
Além do catarinense, outros dois jovens brasileiros conquistaram medalhas no campeonato. Letícia Bufoni, de 17 anos, foi prata na categoria street feminino, e Ítalo Penarrubia sagrou-se campeão no vertical amador.
"Acredito que, pela nossa juventude, temos mais energia nessa hora decisiva", avaliou Pedrinho, logo após a conquista do seu título.
O duelo de gerações ficou claro na final. O brasileiro deixou Andy Macdonald, maior colecionador de medalhas do skate e que já disputava os X-Games antes de o garoto nascer, com o segundo lugar, cinco pontos atrás.
O título conquistado por Pedrinho foi o quarto neste que é o seu primeiro ano entre os profissionais. E foi obtido de forma incontestável.
Ele se classificou tanto para a segunda fase como para a final com as maiores notas.
Na decisão, aproveitou toda a extensão da pista e encaixou manobras altas, inclusive um 540 (uma volta e meia) que levantou o público que assistia à competição, em Los Angeles.
Filho de skatistas, Pedrinho pratica o esporte desde os três anos -possui até uma pista particular em seu quintal, em Florianópolis (SC).
Nas viagens, é acompanhado pelo pai, André, seu principal incentivador.
"Vivo com ele esse sonho", afirmou André. "Foi uma maravilha participar de um evento visto por milhões de pessoas e meu filho estar lá fazendo o que fez."
Além da medalha no park, Pedro também se destacou no big air, categoria disputada na megarrampa, uma estrutura de 27 m de altura.
Terminou em quarto lugar, a um ponto do bronze, com uma manobra que nunca havia tentado até então.
A versatilidade sobre o skate é o ponto forte do adolescente, que tem um bom arsenal de manobras, seja qual for a modalidade em disputa.
Isso fez com que ele se tornasse o atleta mais jovem a se colocar em três categorias diferentes dos X-Games.
Cansado, preferiu declinar do convite para o vertical, em que já tem duas medalhas como amador- um ouro, obtido em 2008, e um bronze, conquistado no ano passado.
"Sair dos X-Games feliz era exatamente o meu objetivo, e parece que foi isso que consegui", declarou ele.


Texto Anterior: Foco: Cosmos volta à ativa e elege Pelé presidente honorário
Próximo Texto: "Eu sei que representamos bem a geração"
Índice