São Paulo, quinta-feira, 03 de setembro de 2009

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Brasil repete estratégia contra água "batizada"

CBF tenta evitar polêmica, mas levará centenas de garrafas para a Argentina

Plano foi traçado também nas eliminatórias de 2005 e virou motivo de chacota em programas humorísticos na televisão do país vizinho

SÉRGIO RANGEL
ENVIADO ESPECIAL A TERESÓPOLIS

A comissão técnica da seleção tenta não polemizar o assunto, mas preparou um plano para evitar a água "batizada'" no clássico contra a Argentina, no sábado à noite, em Rosario.
Os jogadores já foram orientados pelos funcionários da CBF a ter cuidado com a água que vão beber na Argentina. A delegação levará centenas de garrafas para o país vizinho.
A estratégia é uma tentativa de evitar em Rosario o que ocorreu na Copa do Mundo de 1990. Em 2004, Maradona, atual técnico da Argentina, revelou que o lateral-esquerdo Branco bebeu uma água ""batizada" no jogo que os brasileiros foram eliminados pelos argentinos do Mundial da Itália.
O lateral-direito Daniel Alves foi o primeiro a falar abertamente sobre o assunto, ontem.
""Já estamos preparados para isso. Além disso, vamos levar a nossa própria água", disse o lateral do Barcelona, pouco antes do início do primeiro coletivo da seleção para o clássico.
Há cinco anos, Maradona disse, em um programa de televisão, que o técnico Carlos Bilardo havia preparado uma garrafa de água para os brasileiros em Turim. Depois da revelação de Maradona, o lateral Branco confirmou que se sentiu mal durante o jogo após beber a água "batizada". O episódio envolvendo os brasileiros virou chacota na Argentina. O técnico Dunga e o coordenador Jorginho atuaram naquela partida.
""Sabemos de tudo que pode acontecer lá. Água, só lacrada", acrescentou Daniel Alves, que será titular no clássico.
Em 2005, a seleção montou também um plano para evitar a água "batizada". A comissão técnica encomendou centenas de garrafas de água mineral para a AmBev, patrocinadora oficial da CBF. As garrafas ficariam guardadas com os roupeiros da seleção durante todo o período em que a equipe estivesse fora do país. O plano foi revelado pela Folha e, por causa da repercussão, a comissão técnica desistiu dele.
A atitude da seleção comandada por Carlos Alberto Parreira foi ironizada pelos argentinos. O treinador e jogadores viraram motivo de piada. Comediantes pediam para os atletas beberem a água argentina.
No final de uma entrevista coletiva, Parreira submeteu-se ao constrangimento de beber água de um galão levado por um comediante local.
Na manhã de ontem, o supervisor da seleção, Américo Faria, havia informado que a seleção não teria nenhum cuidado especial com a água na Argentina. ""Não queremos polemizar. Vamos aceitar tudo que eles nos oferecerem", desconversou Faria, que estava na delegação em 2005.


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