|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
FUTEBOL
Na corrida pelo título, times falam em analisar determinação de tribunal antes de decidir participar das "reprises"
Prejudicados, Inter e Santos protestam
DA REPORTAGEM LOCAL
DA AGÊNCIA FOLHA, EM SANTOS
DA AGÊNCIA FOLHA, EM BELO HORIZONTE
Insatisfeitos com a decisão do
presidente do Superior Tribunal
de Justiça Desportiva de repetir os
11 jogos apitados por Edilson Pereira de Carvalho no Brasileiro, as
diretorias do Santos e do Internacional admitem estudá-la e, se necessário, efetuar algum recurso.
No Santos, o gerente jurídico do
clube, Mário Mello, afirmou que
espera receber hoje a íntegra da
decisão do STJD para decidir qual
será a posição do clube em relação
à anulação da partida arbitrada
por Carvalho -o Santos venceu o
Corinthians por 4 a 2, na Vila.
Ele afirmou também que o Santos fará contatos para saber qual a
decisão dos outros times. "Não é
só a parte jurídica, tem a parte política de todo o contexto do futebol. Temos que saber como os outros clubes vão se posicionar. Isso
tudo vai envolver uma série de
contatos", afirmou o gerente.
Na ocasião, o Santos tinha Robinho em campo, na partida que
marcou a volta do atacante após o
período de um mês sem treinar.
"Eu esperava que eles fossem
analisar jogo por jogo e dar decisões isoladas. Mas eles deram
uma solução global. O enfoque
que eu estava dando inicialmente
foi mudado", declarou Mello.
O supervisor de futebol do clube, Luiz Henrique de Menezes,
afirmou que o Santos foi "prejudicado" com a decisão.
No Internacional, a diretoria
também manifestou seu descontentamento. Segundo Vitório Pífero, vice de futebol, a questão
abre um precedente perigoso.
"O STJD está assumindo que a
Justiça comum pode influir nas
decisões do campeonato. Na medida que o tribunal anulou todos
os jogos, tendo ou não [o árbitro]
atingido seus objetivos, a perspectiva agora é que qualquer partida
pode ser anulada", falou o cartola.
Pífero lamentou o caminho que
o futebol brasileiro está tomando
e disse que tudo pode acontecer
daqui para frente. "O Inter está
consultando o seu departamento
jurídico." O presidente do clube,
Fernando Carvalho, foi mais incisivo e indicou que irá lutar. "Continuamos contando com a tabela
anterior, com os resultados conquistados dentro de campo."
Clube mais prejudicado com essa decisão -havia vencido os
dois jogos que terá de refazer-, o
Cruzeiro anunciou que "apóia
sob protesto" a decisão do STJD.
"Não há nenhum tipo de contestação do Cruzeiro. São jogos
que ninguém contesta. O Botafogo não contesta, o Paysandu não
contesta e o próprio Edilson não
citou esses dois jogos. Não houve
polêmica", reclamou Valdir Barbosa, diretor de comunicação.
A Ponte Preta, que perderá os
pontos do jogo com o São Paulo,
fará reunião hoje para avaliar a situação. "A princípio, vamos acatar a decisão", disse Ronaldão, gerente de futebol do clube.
Bebeto de Freitas, presidente do
Botafogo, declarou que vai acatar
a determinação, mas criticou a
falta de critérios para a realização
dos jogos. "Vasco e Botafogo foi
na terceira rodada. Então por que
vamos pegar o Cruzeiro antes?"
A decisão ainda foi elogiada por
alguns clubes, como Juventude e
Fluminense. E agradou em especial ao Corinthians. "Fez-se justiça fora e dentro de campo", disse
o vice de futebol Andrés Sanchez,
em alusão à resolução do STJD e à
vitória de ontem do novo líder.
Texto Anterior: Carvalho diz que roubou o Palmeiras Próximo Texto: Anulação pode ser revertida, diz especialista Índice
|