São Paulo, segunda-feira, 03 de outubro de 2005

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FUTEBOL

Na corrida pelo título, times falam em analisar determinação de tribunal antes de decidir participar das "reprises"

Prejudicados, Inter e Santos protestam

DA REPORTAGEM LOCAL
DA AGÊNCIA FOLHA, EM SANTOS
DA AGÊNCIA FOLHA, EM BELO HORIZONTE

Insatisfeitos com a decisão do presidente do Superior Tribunal de Justiça Desportiva de repetir os 11 jogos apitados por Edilson Pereira de Carvalho no Brasileiro, as diretorias do Santos e do Internacional admitem estudá-la e, se necessário, efetuar algum recurso.
No Santos, o gerente jurídico do clube, Mário Mello, afirmou que espera receber hoje a íntegra da decisão do STJD para decidir qual será a posição do clube em relação à anulação da partida arbitrada por Carvalho -o Santos venceu o Corinthians por 4 a 2, na Vila.
Ele afirmou também que o Santos fará contatos para saber qual a decisão dos outros times. "Não é só a parte jurídica, tem a parte política de todo o contexto do futebol. Temos que saber como os outros clubes vão se posicionar. Isso tudo vai envolver uma série de contatos", afirmou o gerente.
Na ocasião, o Santos tinha Robinho em campo, na partida que marcou a volta do atacante após o período de um mês sem treinar.
"Eu esperava que eles fossem analisar jogo por jogo e dar decisões isoladas. Mas eles deram uma solução global. O enfoque que eu estava dando inicialmente foi mudado", declarou Mello.
O supervisor de futebol do clube, Luiz Henrique de Menezes, afirmou que o Santos foi "prejudicado" com a decisão.
No Internacional, a diretoria também manifestou seu descontentamento. Segundo Vitório Pífero, vice de futebol, a questão abre um precedente perigoso.
"O STJD está assumindo que a Justiça comum pode influir nas decisões do campeonato. Na medida que o tribunal anulou todos os jogos, tendo ou não [o árbitro] atingido seus objetivos, a perspectiva agora é que qualquer partida pode ser anulada", falou o cartola.
Pífero lamentou o caminho que o futebol brasileiro está tomando e disse que tudo pode acontecer daqui para frente. "O Inter está consultando o seu departamento jurídico." O presidente do clube, Fernando Carvalho, foi mais incisivo e indicou que irá lutar. "Continuamos contando com a tabela anterior, com os resultados conquistados dentro de campo."
Clube mais prejudicado com essa decisão -havia vencido os dois jogos que terá de refazer-, o Cruzeiro anunciou que "apóia sob protesto" a decisão do STJD.
"Não há nenhum tipo de contestação do Cruzeiro. São jogos que ninguém contesta. O Botafogo não contesta, o Paysandu não contesta e o próprio Edilson não citou esses dois jogos. Não houve polêmica", reclamou Valdir Barbosa, diretor de comunicação.
A Ponte Preta, que perderá os pontos do jogo com o São Paulo, fará reunião hoje para avaliar a situação. "A princípio, vamos acatar a decisão", disse Ronaldão, gerente de futebol do clube.
Bebeto de Freitas, presidente do Botafogo, declarou que vai acatar a determinação, mas criticou a falta de critérios para a realização dos jogos. "Vasco e Botafogo foi na terceira rodada. Então por que vamos pegar o Cruzeiro antes?"
A decisão ainda foi elogiada por alguns clubes, como Juventude e Fluminense. E agradou em especial ao Corinthians. "Fez-se justiça fora e dentro de campo", disse o vice de futebol Andrés Sanchez, em alusão à resolução do STJD e à vitória de ontem do novo líder.

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