São Paulo, domingo, 03 de dezembro de 2006

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Brasil vai atrás do ouro no berço da geração de prata

Seleção decide hoje Mundial contra a Polônia, em Tóquio, onde pioneiros de 25 anos atrás colocaram país no mapa

Equipe derrota Sérvia e Montenegro na semifinal e pega Polônia, às 8h30, na 17ª decisão sob o comando do técnico Bernardinho

Kazuhiro Nogi/France Presse
Bernardinho, levantador reserva em 81, e Ricardinho, titular em 2006, vibram no jogo de ontem


MARIANA LAJOLO
DA REPORTAGEM LOCAL

Em 1981, o garoto Giba brincava pelas ruas de Londrina (PR). A família Endres esperava o mais novo rebento, Murilo. Os pais de Samuel ainda não sonhavam com sua chegada.
Não havia o menor sinal de que um dia, as vidas desses três personagens se cruzariam para formar a mais vitoriosa equipe brasileira de todos os tempos.
Enquanto isso, no Japão, uma seleção de jogadores talentosos, que levava no banco um certo Bernardinho, começava a escrever essa história.
Foi em Tóquio, na Copa do Mundo de 25 anos atrás, que a conhecida geração de prata conseguiu a primeira medalha do vôlei do país em competições de nível mundial. Era um bronze, que colocou de vez o Brasil no mapa da modalidade.
Hoje, a seleção volta à quadra no Mundial do Japão, às 8h30 (com TV), contra a Polônia, para manter o que se tornou tradição desde que Bernardinho trocou de função no banco.
Esta é a 17ª final em 18 competições do time sob o comando do treinador. O ouro escapou em apenas quatro delas -três pratas e um bronze.
O bicampeonato, mais do que manter a sina de pódios, será um atestado de que a renovação conduzida após Atenas-2004 vingou. Depois do ouro olímpico, Nalbert, Giovane e Maurício deixaram o time. Giba e Dante se firmaram como titulares absolutos na ponta da rede e ganharam novos reservas, Murilo e Samuel Fuchs.
Marcelinho, que até então orbitava como terceiro levantador, também ocupa o banco.
Até agora, essa nova formação já conseguiu dois títulos da Liga Mundial. O torneio no Japão é o seu maior teste.
A decisão de hoje vai testar também a recuperação psicológica dos jogadores.
Na campanha no Japão, o primeiro tropeço aconteceu diante da França, na primeira fase. Abalada, a equipe foi para a segunda etapa com a obrigação de vencer todas as partidas.
Depois, em jogo decisivo contra a Bulgária, Ricardinho, Escadinha e Gustavo discutiram em quadra. O levantador deixou o jogo magoado.
"Todos achavam que havia algo ruim entre nós. Brigamos e um dia depois já estava tudo bem. Fazer esse grupo se separar por esse tipo de coisa é impossível", afirmou Ricardinho.
Ontem, a seleção assegurou a passagem para a decisão ao derrotar Sérvia e Montenegro, por 3 sets a 1. Na outra semifinal, a Polônia passou pela Bulgária pelo mesmo placar.
O time que, há 25 anos surgiu para a elite do esporte, terá pela frente uma seleção que busca rota parecida. Os poloneses, que foram campeões mundiais em 1974, estão invictos no Japão. "A pressão ainda está aí", diz Bernardinho.

NA TV - Brasil x Polônia
Globo e Sportv, ao vivo, às 8h30


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