São Paulo, domingo, 03 de dezembro de 2006

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Time supera pane, avança e prega concentração total

Surra no segundo set da semifinal de ontem, contra Sérvia e Montenegro, inspira jogadores para a decisão do Mundial

"Foi bom para botarmos a cabeça no lugar e não pensarmos que a partida estava ganha", afirmou Gustavo após os 3 sets a 1

DA REPORTAGEM LOCAL

A seleção brasileira precisou sofrer sua pior derrota no Mundial do Japão para imprimir a mais arrasadora vitória. As disputas em alguns sets da
semifinal de ontem já serviram de divisor de águas na campanha rumo ao bicampeonato.
O placar do segundo set da semifinal de ontem, em Tóquio, terminou com impressionantes 25 a 15 para Sérvia e Montenegro. Isso porque os europeus, que disputam sua última competição de vôlei como um só país, praticamente não haviam oferecido resistência na primeira parcial.
Enquanto sua equipe era atropelada, Bernardinho até fez as trocas que costumam dar nova injeção de ânimo aos jogadores. Os reservas Anderson e Marcelinho entraram em quadra nas vagas de André Nascimento e Ricardinho.
Mas o treinador, de fato, não esperava nenhuma reação. Só fez a mudança para que seus titulares vissem, do banco, o banho levado pelos companheiros e analisassem melhor o que fazer na etapa seguinte. Descansados, poderiam voltar para tentar retomar o rumo do jogo no set seguinte.
"Foi bom para botarmos a cabeça no lugar e não pensarmos que a partida estava ganha só por causa do nosso retrospecto contra Sérvia e Montenegro [o time europeu nunca bateu esta geração em finais]. Ficou claro que, sem dar o máximo, não ganharemos", disse o meio-de-rede Gustavo.
O susto deu resultado. A análise "de fora" também.
Ricardinho voltou com um leque muito maior de jogadas. Chegou até a arrancar expressões de espanto da torcida com algumas de suas levantadas.
Outros jogadores se dedicaram, a partir do terceiro set, a dificultar o trabalho dos sérvios e montenegrinos. Como Gustavo, três pontos de saque. Ou André Heller, cinco pontos de bloqueio diante de um rival completamente desnorteado. O ponta Giba foi o maior pontuador, com 19 acertos.
"Nossa principal qualidade foi não perder a paciência com os erros em alguns momentos, no bloqueio e na defesa. Se acontecia, partíamos para a próxima", disse André Heller. A evolução dos brasileiros foi tão aguda que, na quarta parcial, o time beirou a perfeição. E devolveu a surra: 25 a 12.
"Foi uma ótima partida de todos os seis, sete... dez jogadores do Brasil. Todo mundo que entrou atuou bem", disse o levantador Nikola Grbic, que perdeu as contas de quantos adversários viu em quadra -Bernardinho utilizou nove atletas no jogo de ontem.
A recuperação e os 3 sets a 1 (25/19, 15,25, 25/22 e 25/12) deixaram a seleção mais embalada para a decisão contra a Polônia, que vale o bicampeonato -o primeiro título veio em 2002, na Argentina. O resultado serve também de um novo parâmetro de atuação.
"No terceiro set, jogamos com o coração, da forma como temos feito nos últimos seis anos e mostramos o que sabemos fazer", disse Bernardinho.
"Temos de jogar na final como fizemos no quarto set." (ML)


BRASIL - Ricardinho (1 ponto), André Nascimento (16), Gustavo (10), André Heller (10), Giba (19), Dante (9) e Escadinha, Marcelinho e Anderson (2); SÉRVIA E MONTENEGRO - Nikola Grbic (4), Ivan Miljkovic (17), Vladimir Grbic (10), Vujevic (12), Geric (10), Podrascanin (6) e Samardzic, Boskan e Bjelica


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