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Time supera pane, avança e prega concentração total
Surra no segundo set da semifinal de ontem, contra Sérvia e Montenegro, inspira jogadores para a decisão do Mundial
"Foi bom para botarmos a cabeça no lugar e não pensarmos que a partida estava ganha", afirmou Gustavo após os 3 sets a 1
DA REPORTAGEM LOCAL
A seleção brasileira precisou
sofrer sua pior derrota no Mundial do Japão para imprimir a
mais arrasadora vitória.
As disputas em alguns sets da
semifinal de ontem já serviram
de divisor de águas na campanha rumo ao bicampeonato.
O placar do segundo set da
semifinal de ontem, em Tóquio, terminou com impressionantes 25 a 15 para Sérvia e Montenegro. Isso porque os
europeus, que disputam sua última competição de vôlei como
um só país, praticamente não
haviam oferecido resistência
na primeira parcial.
Enquanto sua equipe era
atropelada, Bernardinho até
fez as trocas que costumam dar
nova injeção de ânimo aos jogadores. Os reservas Anderson e
Marcelinho entraram em quadra nas vagas de André Nascimento e Ricardinho.
Mas o treinador, de fato, não
esperava nenhuma reação. Só
fez a mudança para que seus titulares vissem, do banco, o banho levado pelos companheiros e analisassem melhor o que
fazer na etapa seguinte. Descansados, poderiam voltar para
tentar retomar o rumo do jogo
no set seguinte.
"Foi bom para botarmos a cabeça no lugar e não pensarmos
que a partida estava ganha só
por causa do nosso retrospecto
contra Sérvia e Montenegro [o
time europeu nunca bateu esta
geração em finais]. Ficou claro
que, sem dar o máximo, não ganharemos", disse o meio-de-rede Gustavo.
O susto deu resultado. A análise "de fora" também.
Ricardinho voltou com um
leque muito maior de jogadas.
Chegou até a arrancar expressões de espanto da torcida com
algumas de suas levantadas.
Outros jogadores se dedicaram, a partir do terceiro set, a
dificultar o trabalho dos sérvios
e montenegrinos. Como Gustavo, três pontos de saque. Ou
André Heller, cinco pontos de
bloqueio diante de um rival
completamente desnorteado.
O ponta Giba foi o maior pontuador, com 19 acertos.
"Nossa principal qualidade
foi não perder a paciência com
os erros em alguns momentos,
no bloqueio e na defesa. Se
acontecia, partíamos para a
próxima", disse André Heller.
A evolução dos brasileiros foi
tão aguda que, na quarta parcial, o time beirou a perfeição. E
devolveu a surra: 25 a 12.
"Foi uma ótima partida de
todos os seis, sete... dez jogadores do Brasil. Todo mundo que
entrou atuou bem", disse o levantador Nikola Grbic, que
perdeu as contas de quantos
adversários viu em quadra
-Bernardinho utilizou nove
atletas no jogo de ontem.
A recuperação e os 3 sets a 1
(25/19, 15,25, 25/22 e 25/12)
deixaram a seleção mais embalada para a decisão contra a Polônia, que vale o bicampeonato
-o primeiro título veio em
2002, na Argentina. O resultado serve também de um novo
parâmetro de atuação.
"No terceiro set, jogamos
com o coração, da forma como
temos feito nos últimos seis
anos e mostramos o que sabemos fazer", disse Bernardinho.
"Temos de jogar na final como
fizemos no quarto set."
(ML)
BRASIL - Ricardinho (1 ponto), André Nascimento (16), Gustavo (10), André Heller (10), Giba (19), Dante (9) e Escadinha, Marcelinho e Anderson (2); SÉRVIA E MONTENEGRO - Nikola
Grbic (4), Ivan Miljkovic (17), Vladimir Grbic
(10), Vujevic (12), Geric (10), Podrascanin (6) e
Samardzic, Boskan e Bjelica
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