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AÇÃO
O devido valor
CARLOS SARLI
As principais etapas do Mundial de surfe oferecem, cada
uma, US$ 25 mil para o vencedor, a maior premiação do esporte entre os torneios regulares.
Eventos especiais, como o Eddie Aikau ou o concurso recentemente promovido pela marca
K2, para uma minoria disposta a
enfrentar ondas gigantes, vão
mais longe, chegando a US$ 50
mil para o valente vencedor.
Uma ninharia se compararmos
com os prêmios de outros esportes individuais, como tênis, golfe
-no qual o maior risco para os
atletas é uma indisposição passageira- ou boxe.
Há muito, o surfe deixou de ser
novidade e já foge à memória
sua profissionalização.
No entanto os valores oferecidos aos atletas estão muito
aquém da exploração de suas
imagens pelos patrocinadores e
pelas mídias.
Se levarmos em conta que um
surfista com mais de 30 anos já é
considerado veterano, para não
dizer velho, a situação fica ainda
mais dramática.
Alguns poderão argumentar
que vem havendo evolução ou
mesmo que essa não é uma situação particular do surfe, que no
alpinismo -mais perigoso e antigo-, no skate ou no pára-quedismo a situação é a mesma.
De fato, diria que é ainda pior
e, embora reconheça a evolução,
ela é por demais lenta e desproporcional. Tomemos como
exemplo o snowboarding, irmão
mais novo do surfe, cujo avô, o
esqui na neve, serviu como base.
Hoje, com cerca de 15 anos de
existência, o surfe na neve já oferece melhores prêmios e remunerações do que o na água.
Fator determinante nesse contexto, a televisão vem cada vez
mais abrindo espaço para o surfe. A recente transmissão ao vivo
das finais do Mundial no Brasil
foi um marco.
Agora cabem aos organizadores e vendedores adequar o produto para o melhor formato televisivo e, sobretudo, valorizar o
que têm em mãos. Aí sim os profissionais do esporte poderão ter
o devido reconhecimento.
NOTAS
Longboarding
O norte-americano Joel Tudor, 22, acabou com a hegemonia havaiana de cinco anos e ficou com o título mundial. Em
segundo, ficou o australiano
Bean Young, 24, filho de Nat,
quatro vezes campeão mundial. Picuruta foi o melhor brasileiro (9º) nas Ilhas Canárias.
Missão impossível
O prêmio seria o maior da
história do surfe, US$ 1 milhão.
Para conquistá-lo, o surfista teria que vencer as três etapas da
Tríplice Coroa Havaiana. Como o vencedor da primeira
prova, Kaipo Jaquias, perdeu
de cara na segunda, a Vans,
marca que oferece o prêmio,
segue mais capitalizada.
XPression Session
A Gotcha promove em janeiro, em Fernando de Noronha,
disputa que premiará o surfista
que executar a melhor manobra. Serão 16 atletas, sendo 10
convidados, 4 estrangeiros da
equipe e 2 selecionados, neste
fim-de-semana, no Ceará.
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