São Paulo, domingo, 04 de abril de 2010

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Robinho, 200, é mais atacante e pedala menos

Recuperado, jogador retorna ao time contra o São Caetano e forma setor ofensivo ao lado dos jovens Neymar e André

Para o técnico Dorival Jr., camisa 7 está "bem mais objetivo" em relação ao início da década, quando surgiu no clube do litoral

LUCAS REIS
ENVIADO ESPECIAL A SANTOS

Pela 200ª vez, Robinho entrará em campo com a camisa do Santos. Mas do período em que despontou para o futebol, em 2002, para agora, muita coisa mudou em sua volta.
As pedaladas e dribles desconcertantes que marcaram o ídolo no início da década dão lugar a um atacante mais objetivo, que usa menos as fintas, porém, chuta mais no gol.
Dorival Jr., que confirmou a escalação do craque no jogo de hoje ante o São Caetano, no ABC, comemora a mudança.
"O Robinho está bem mais objetivo", disse o treinador, esticando a palavra "bem". "Ele está mais produtivo, mais participativo e interessado. Agora está mais completo, evoluiu muito de modo geral", afirmou.
Os números do Datafolha ajudam a comprovar a tese de Dorival. Neste Campeonato Paulista, Robinho nem sequer aparece na lista dos 20 maiores dribladores da competição, liderada por Neymar, que arrisca 5,6 fintas por partida. A média de Robinho é inferior a 2,9.
Em 2003, quando estava em seu segundo ano como profissional -a exemplo de Neymar neste ano- Robinho aplicava quase quatro dribles por jogo.
Por outro lado, o camisa 7 é vice-líder em finalizações: chuta 3,9 vezes a gol em cada jogo. Em 2003, a média foi de 3,2.
Desde que voltou do Manchester City, emprestado até agosto, Robinho jogou nove vezes (sete pelo Estadual e duas pela Copa do Brasil) e marcou cinco gols, o que lhe confere uma média de 0,55 por partida.
Seu discurso de conquista de títulos em 2010 segue a teoria de Dorival. Robinho vem afirmando que o Santos precisa ser campeão para provar que é um time ofensivo e objetivo.
"Eu lembro que em 2002 falavam que nós iríamos pipocar quando jogássemos no Maracanã lotado ou nas finais. Então, nada melhor do que chegar a uma decisão, jogar bem e ganhar para acabar com as dúvidas", disse o atacante, campeão brasileiro pelo Santos em 2002 e bi em 2004, seus únicos títulos com a camisa alvinegra.
Hoje, em São Caetano do Sul, atuará ao lado de Neymar e André, formando o trio ofensivo.
"A passagem do Robinho pelo exterior foi muito importante, pois lhe deu um crescimento natural. Hoje, quando não participa da finalização das jogadas, participa da construção delas", disse Dorival Jr.
Com a partida de número 200, Robinho entrará num grupo de 80 jogadores que alcançaram essa marca pelo clube.
No elenco atual, o goleiro Fábio Costa, com 341 jogos, e o lateral Léo, com 320 partidas, são os recordistas. O atacante também já é um dos maiores artilheiros da era pós-Pelé. Com 88 gols marcados, está atrás somente dos atacantes Serginho Chulapa (104) e Juary (101).


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