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Empate com selecionado francês caiu do céu
ALBERTO HELENA JR.
da Equipe de Articulistas
Pra quem esperava uma volta por cima gloriosa, depois do
vexame de Oslo, esse 1 a 1 com
França foi uma decepção. Como não faço parte dessa turma, acho até que caiu do céu.
No rigor da análise, poderíamos ter perdido, no segundo
tempo, quando os franceses foram soberanos.
Fizemos o gol numa cobrança de falta (e que cobrança!)
de Roberto Carlos, criamos
mais umas duas boas oportunidades e só. E, se melhoramos
um pouquinho na defesa, deve-se muito mais ao esforço de
toda a equipe do que a eventuais reformas de base no sistema tático.
O fato é que não há time que
resista a um mau posicionamento tático defensivo. Isso se
reflete de cara no meio-campo
e no ataque. Resultado: começa-se a mexer lá na frente, enquanto o problema é aqui
atrás. Desfaz-se um setor e não
se toca no problema.
Claro que ontem alguns craques essenciais negaram fogo,
simplesmente negaram fogo.
Foi o caso de Giovanni, de Romário e, em certa medida, de
Ronaldinho. A bem da verdade, no plano individual, apenas Cafu esteve à altura de seu
potencial. E Dunga? Ora, Dunga foi o guerreiro de sempre:
luta, xinga, orienta, dá carrinho, retoma a bola e a entrega
para o adversário, a fim de começar tudo de novo.
A impressão que se tem é que
esse time, quando enfrenta adversários mais categorizados
do que aquelas galinhas mortas que desfilam por aqui o
ano inteiro, perde o viço. A
bem da verdade, perde a identidade. Esse é um time fadado
a atacar, com habilidade e rapidez. Mas isso só é possível se
tiver a meta inimiga como horizonte pleno. Atacar com um
olho nas costas é ficar no meio
do caminho.
E nós estamos no meio do caminho quando já deveriamos
estar chegando à reta final.
O Corinthians chega com
Marcelinho e tudo, embora tenha perdido Silvinho. Mas isso
não chega a ser uma tragédia;
afinal, Romeu se recuperou e
pode formar, com Gilmar, uma
dupla, se não habilidosa, pelo
menos segura na marcação.
Isso, claro, se Nelsinho, que
joga pelo empate, não quiser
formar sua defesa com três zagueiros, com vistas a uma
marcação individual sobre a
dupla Ari-Dodô, única chance
de o tricolor sonhar com o título paulista.
Digo única porque a ausência de Denílson criou um buraco negro no meio-campo tricolor, prenhe de energia mas sem
nenhuma luminosidade.
A propósito, Dario Pereyra
quebra a cabeça para achar
uma solução: quem, no lugar
de Denílson? O menino Fábio
Aurélio, deslocado para a
meia-esquerda, Marques ou
Edmílson? É a história do cobertor curto: Edmílson e Fábio
Aurélio só defendem; Marques
só ataca. E nenhum deles confere o mínimo de talento nesse
setor tão vital.
Mas, se Dario errar na aritmética, poderá acertar na loteria do futebol: 2 no lugar de 1.
Isto é: Fábio Aurélio, na
meia-esquerda, combinando
com Serginho por ali, e Válber,
na meia-direita, no lugar de
Luís Carlos. Com Serginho
mais solto e Válber coordenando pela direita, aí sim
grandes serão as chances de a
bola chegar de jeito nos pés da
dupla Ari-Dodô. É uma tese.
Alberto Helena Jr. escreve às quartas, domingos e segundas
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