|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
JOSÉ GERALDO COUTO
A tática do "vamos ver o que acontece"
Se o Brasil chegar longe
nesta Copa, Scolari terá
consagrado a tática "vamos fazer qualquer coisa para
ver o que acontece".
A suada vitória de ontem contra a Turquia colocou a nu todos os problemas identificados
na seleção brasileira durante
sua preparação: marcação hesitante, falta de articulação no
meio-de-campo, insistência nas
jogadas individuais.
A rigor, tivemos duas ações de
ataque objetivas durante o jogo.
Uma no primeiro tempo, quando Ronaldo cruzou para uma
cabeçada de Rivaldo, e a outra
no segundo, quando Rivaldo
cruzou, e Ronaldo fez seu gol.
No mais, ciscamos muito e produzimos pouco. Se o juiz não
ajudasse, provavelmente sairíamos de campo com um empate.
Não é o placar magro o que
mais preocupa, mas, sim, a desorientação do treinador. Com
exceção da esperada entrada de
Denílson, que ajudou a abrir a
defesa turca, as outras substituições não tiveram justificativa lógica.
A saída de Juninho e Ronaldinho aprofundou o buraco no
meio-de-campo, levando à "ligação direta" defesa-ataque. O
esquema com três zagueiros
mostrou-se mais inseguro que
nunca, mas há poucas chances
de Scolari alterá-lo, e menos
ainda de que conserte o meio-campo. Talvez contra equipes
mais fortes acabemos nos organizando "naturalmente".
Hoje, nossa única esperança
são os valores individuais. Com
esse time invertebrado, tudo pode acontecer.
jgcouto@uol.com.br
Texto Anterior: José Roberto Torero: Por um lado e por outro, por outro e por um Próximo Texto: Turista Ocidental: Macholândia Índice
|