São Paulo, terça-feira, 04 de junho de 2002

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JOSÉ GERALDO COUTO

A tática do "vamos ver o que acontece"

Se o Brasil chegar longe nesta Copa, Scolari terá consagrado a tática "vamos fazer qualquer coisa para ver o que acontece".
A suada vitória de ontem contra a Turquia colocou a nu todos os problemas identificados na seleção brasileira durante sua preparação: marcação hesitante, falta de articulação no meio-de-campo, insistência nas jogadas individuais.
A rigor, tivemos duas ações de ataque objetivas durante o jogo. Uma no primeiro tempo, quando Ronaldo cruzou para uma cabeçada de Rivaldo, e a outra no segundo, quando Rivaldo cruzou, e Ronaldo fez seu gol. No mais, ciscamos muito e produzimos pouco. Se o juiz não ajudasse, provavelmente sairíamos de campo com um empate.
Não é o placar magro o que mais preocupa, mas, sim, a desorientação do treinador. Com exceção da esperada entrada de Denílson, que ajudou a abrir a defesa turca, as outras substituições não tiveram justificativa lógica.
A saída de Juninho e Ronaldinho aprofundou o buraco no meio-de-campo, levando à "ligação direta" defesa-ataque. O esquema com três zagueiros mostrou-se mais inseguro que nunca, mas há poucas chances de Scolari alterá-lo, e menos ainda de que conserte o meio-campo. Talvez contra equipes mais fortes acabemos nos organizando "naturalmente".
Hoje, nossa única esperança são os valores individuais. Com esse time invertebrado, tudo pode acontecer.

jgcouto@uol.com.br



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