São Paulo, domingo, 04 de junho de 2006

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Copa 2006

Seleção aprova Weggis, só em campo

Goleada contra o Lucerna não apaga a vivência com chuva, o assédio da mídia e dos fãs e as saias justas

Equipe deixa a Suíça, onde treinou por 13 dias, jogou amistoso e teve que explicar corte de Edmílson e noitada de jogadores em boate


Antônio Gaudério/Folha Imagem
Decorado com a bandeira do Brasil, bondinho faz a ligação entre a pequena Weggis e o monte Rigi, ponto turístico da região


DOS ENVIADOS A WEGGIS

A seleção brasileira deixou Weggis ontem satisfeita com o que fez em campo. Já fora dele, a preparação não foi tranqüila.
Os atletas gostaram do trabalho nos treinos, mas sofreram com frio, chuva e polêmicas.
"Tudo funcionou bem. Vamos sair daqui bem melhores do que chegamos", afirmou o atacante Adriano, ao comentar os treinamentos na cidade.
Mas alguns atletas não escondem que deixam Weggis com dúvidas sobre até que ponto a estada foi válida para adaptá-los às condições que enfrentarão na Alemanha. "O campo estava bom no começo, mas depois, com a chuva, ficou pesado. Se o tempo na Alemanha for frio, a preparação aqui terá sido boa", disse o capitão Cafu.
Choveu na maioria dos dias, o que fez atletas e comissão técnica se preocuparem com os riscos de contusão. "Por causa do frio, fizemos mais exercícios de alongamento do que o normal, para evitar lesões", disse o preparador Moraci Sant'Anna.
Tais cuidados não impediram o time de provar o dissabor de perder um atleta, cortado. Edmílson foi substituído por Mineiro devido a uma contusão no joelho que já sentira antes de se apresentar à seleção.
O corte foi só um dos episódios polêmicos que a seleção viveu em Weggis. A comissão técnica revelou, só após a detecção da lesão, que Edmílson já estava baleado. Aí teve de explicar por que ele não foi poupado de treinos e os motivos para omitirem a contusão.
Um dia antes do corte, Edmílson já estava na berlinda. Tentava negar um desentendimento com Adriano. Trocaram pontapés em dois treinos seguidos. "Às vezes a gente perde a noção no treino", afirmou Adriano, minutos antes de o colega ser desligado da equipe.
Antes de Mineiro desembarcar na Suíça, mais um momento de turbulência. Roberto Carlos foi desmentido por um jornal local, que mostrava o lateral e seis colegas numa boate, depois do jogo com o Lucerna.
O jogador do Real Madrid havia dito que passara a folga na concentração. Robinho, Adriano e Emerson também participaram da noitada, apesar de terem dito que ficaram no hotel.
A relação com a torcida em Weggis também teve problemas, mas por excesso de carinho. No final de um dos treinos, fãs invadiram o gramado.
Parreira, que chegara à cidade criticando a falta de tranqüilidade para o time, minimizou as invasões, assim como os atletas. "Foi muito bom ter o carinho da torcida", disse Robinho.
Com a bola nos pés, o time não teve sustos. Bateu o frágil Lucerna por 8 a 0. "O importante é que jogamos bem", disse Kaká. Mas nem em campo os atletas conseguiram tudo o que queriam. "Precisamos ajustar a parte defensiva. Acertar a cobertura do Emerson, por exemplo", falou Kaká. (PAULO COBOS, RICARDO PERRONE E SÉRGIO RANGEL)

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