|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
TOSTÃO
Dia de bom futebol
O Boca não é um timaço nem sempre ganha fora de casa. O Flu não é melhor e pode perder no Maracanã. Não há favorito
ALGUNS POUCOS leitores, torcedores do Corinthians, ficaram revoltados porque eu teria dado importância apenas aos jogos da Libertadores e à partida entre
Chelsea e Manchester United. Ficaram com raiva também porque eu
disse, em uma crítica irônica à mídia, que não ia falar do Corinthians,
que já era destaque demais.
Sei da grandeza do Corinthians,
que continua a mesma na segunda
divisão do Brasileiro. Mas, para
quem não torce pelos times envolvidos, as partidas da Libertadores com
a presença de brasileiros e a final da
Copa dos Campeões da Europa, torneio que reúne os melhores jogadores do mundo, são mais importantes
que jogos da Série B e da Copa do
Brasil.
Não sou um purista nem um sonhador quixotesco, porém discordo
que se deva dar mais importância a
um fato somente porque ele tem
mais audiência. Escrevo também
para dez Estados. Não sou colunista
somente em São Paulo, e a Folha é
um jornal brasileiro. Não dá para,
neste espaço, falar de tudo.
Como não aprendi a gostar e a
ver detalhes técnicos e táticos de
dois jogos ao mesmo tempo, vou
assistir à partida entre Boca Juniors e Fluminense, atento ao que
acontece no importante jogo entre
Corinthians e Sport.
Se o Corinthians fizer um gol, deveria buscar o segundo, terceiro,
como se tivesse certeza dessa necessidade. É arriscado levar para
Pernambuco uma vantagem de
apenas um gol. Não há favorito para a conquista do título.
Em Buenos Aires, o Fluminense
jogou com dez. Arouca não incomodou Riquelme nem fez absolutamente nada. Não podia, já que a
ordem era ir atrás do meia argentino. A marcação individual já foi
abandonada há décadas pelos europeus.
Como Riquelme joga do meio para a frente e, raramente, desloca-se
para os lados, ele terá sempre a
marcação de um dos dois volantes,
principalmente do primeiro, já que
o segundo volante costuma jogar
mais perto dos zagueiros. O que
não se deve é segui-lo por todo o
campo, pois isso confunde a marcação coletiva.
A marcação individual, bem-feita
ou malfeita, e a marcação por setor,
bem-feita ou malfeita, é um detalhe do jogo. Comentaristas adoram
pinçar um fato e com ele explicar
tudo. Há dezenas de fatores envolvidos no resultado de um jogo.
Receio que o Fluminense administre a vantagem de jogar por 0 a 0
ou por 1 a 1 e não busque o gol com
intensidade. Temo ainda que o otimismo crescente de que o Fluminense não perde no Maracanã influencie negativamente a equipe,
como aconteceu com o Cruzeiro,
contra o Boca, no Mineirão.
O Fluminense não é melhor que
o Boca Juniors nem será surpresa
se perder no Maracanã. O Boca não
é um timaço, tem deficiências na
defesa e nem sempre joga bem e
ganha fora de casa. Não há favorito.
Absurdos
Quando se associam a incompetência de um árbitro, a truculência
e a irresponsabilidade de um jogador, o abuso de autoridade da polícia e o ambiente de violência que
existe na sociedade, no gramado,
nas arquibancadas e fora dos estádios de futebol do Brasil, ocorrem
os absurdos que vimos em Recife.
Texto Anterior: Tênis - Régis Andaku: Sem nossos irmãos Próximo Texto: Flu fica entre milhão e lanterna Índice
|