São Paulo, quarta-feira, 04 de junho de 2008

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TOSTÃO

Dia de bom futebol

O Boca não é um timaço nem sempre ganha fora de casa. O Flu não é melhor e pode perder no Maracanã. Não há favorito

ALGUNS POUCOS leitores, torcedores do Corinthians, ficaram revoltados porque eu teria dado importância apenas aos jogos da Libertadores e à partida entre Chelsea e Manchester United. Ficaram com raiva também porque eu disse, em uma crítica irônica à mídia, que não ia falar do Corinthians, que já era destaque demais.
Sei da grandeza do Corinthians, que continua a mesma na segunda divisão do Brasileiro. Mas, para quem não torce pelos times envolvidos, as partidas da Libertadores com a presença de brasileiros e a final da Copa dos Campeões da Europa, torneio que reúne os melhores jogadores do mundo, são mais importantes que jogos da Série B e da Copa do Brasil.
Não sou um purista nem um sonhador quixotesco, porém discordo que se deva dar mais importância a um fato somente porque ele tem mais audiência. Escrevo também para dez Estados. Não sou colunista somente em São Paulo, e a Folha é um jornal brasileiro. Não dá para, neste espaço, falar de tudo.
Como não aprendi a gostar e a ver detalhes técnicos e táticos de dois jogos ao mesmo tempo, vou assistir à partida entre Boca Juniors e Fluminense, atento ao que acontece no importante jogo entre Corinthians e Sport.
Se o Corinthians fizer um gol, deveria buscar o segundo, terceiro, como se tivesse certeza dessa necessidade. É arriscado levar para Pernambuco uma vantagem de apenas um gol. Não há favorito para a conquista do título.
Em Buenos Aires, o Fluminense jogou com dez. Arouca não incomodou Riquelme nem fez absolutamente nada. Não podia, já que a ordem era ir atrás do meia argentino. A marcação individual já foi abandonada há décadas pelos europeus.
Como Riquelme joga do meio para a frente e, raramente, desloca-se para os lados, ele terá sempre a marcação de um dos dois volantes, principalmente do primeiro, já que o segundo volante costuma jogar mais perto dos zagueiros. O que não se deve é segui-lo por todo o campo, pois isso confunde a marcação coletiva.
A marcação individual, bem-feita ou malfeita, e a marcação por setor, bem-feita ou malfeita, é um detalhe do jogo. Comentaristas adoram pinçar um fato e com ele explicar tudo. Há dezenas de fatores envolvidos no resultado de um jogo.
Receio que o Fluminense administre a vantagem de jogar por 0 a 0 ou por 1 a 1 e não busque o gol com intensidade. Temo ainda que o otimismo crescente de que o Fluminense não perde no Maracanã influencie negativamente a equipe, como aconteceu com o Cruzeiro, contra o Boca, no Mineirão.
O Fluminense não é melhor que o Boca Juniors nem será surpresa se perder no Maracanã. O Boca não é um timaço, tem deficiências na defesa e nem sempre joga bem e ganha fora de casa. Não há favorito.

Absurdos
Quando se associam a incompetência de um árbitro, a truculência e a irresponsabilidade de um jogador, o abuso de autoridade da polícia e o ambiente de violência que existe na sociedade, no gramado, nas arquibancadas e fora dos estádios de futebol do Brasil, ocorrem os absurdos que vimos em Recife.


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