Com premiação recorde como recompensa se superar o Boca, time vê outra perspectiva no Brasileiro

Diretoria anuncia que prêmio pela conquista da Libertadores chegará a R$ 1 milhão; no Nacional, equipe é a última colocada

Antonio Lacerda/Efe

O goleiro Fernando Henrique, destaque do Fluminense no empate com o Boca Juniors na Argentina, na semana passada, treina para a partida de hoje no Maracanã

SÉRGIO RANGEL
DA SUCURSAL DO RIO

Melhor campanha da Libertadores, o Fluminense vai tentar, hoje à noite, a inédita vaga na final da competição continental e, por tabela, uma premiação recorde. A eliminação do Boca Juniors do torneio, num Maracanã lotado, vai render R$ 500 mil, a serem divididos entre os jogadores.
Até agora, os atletas já receberam R$ 900 mil. Em caso de conquista do título, a diretoria tricolor pretende pagar R$ 1 milhão ao grupo somente pelos dois jogos finais. No total, os jogadores das Laranjeiras vão embolsar R$ 2,4 milhões pagos pela diretoria em toda a campanha da Libertadores.
Caso seja eliminado, o clube carioca amargará a triste realidade da lanterna do Brasileiro. Mas por ora, nem prêmio nem a situação Nacional são questões a se pensar.
"Agora, não penso em prêmio ou em novo contrato. Vou me focar apenas no jogo. O que vier depois será bom", disse o meia curitibano Thiago Neves, 23, um dos destaques da equipe na Libertadores e cotado para participar de Pequim-2008.
Sem disputar o torneio desde 1985, o Fluminense é o time de melhor retrospecto na Libertadores-08. Os cariocas somam 23 pontos no torneio. O Boca Juniors, por sua vez, acumulou 21 pontos. Os outros dois semifinalistas, o América, do México, e a LDU, do Equador, conseguiram 16 pontos cada um.
"'Nossa campanha é maravilhosa, mas isso não nos garante a vitória. Temos que jogar muito bem para chegar na final", disse o técnico Renato Gaúcho. O tricolor carioca está invicto em jogos no Rio na competição -marcou 13 gols e sofreu um, na dramática vitória sobre o São Paulo, por 3 a 1, que assegurou a passagem às semifinais.
Para conseguir o prêmio em jogo, o Fluminense pode até empatar no Maracanã com os argentinos. Na primeira partida da semifinal, a partida terminou empatada, por 2 a 2, há uma semana, em Buenos Aires.
Por isso, os cariocas ganham o direito de disputar a decisão com um empate sem gols ou por apenas um tento. Se o resultado da semana passada for o mesmo desta noite, a classificação será definida nos pênaltis. Um empate por três ou mais gols coloca o Boca Juniors em mais uma final da Libertadores.
Apesar da boa campanha na Libertadores, o Fluminense terá que superar um tabu de 45 anos para se classificar. Desde 1963, o Boca Juniors não é eliminado por um time brasileiro em um mata-mata da competição continental. Até então, os argentinos venceram 11 confrontos contra equipes nacionais. O Santos comandado por Pelé foi o único a eliminá-lo.
"O Boca não nos mete medo. Eles nunca enfrentaram o Fluminense. O nosso time também é forte. Vou exigir a classificação", afirmou Renato Gaúcho, que manteve o suspense sobre a escalação do time. Fora da primeira partida por contusão, o volante Ygor deverá jogar hoje. Maurício é o mais cotado para ir para a reserva.
Não há mais ingressos à venda nas bilheterias para o jogo.