São Paulo, terça-feira, 04 de julho de 2006

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Atmosfera de Dortmund vira amuleto

DO ENVIADO A BERLIM

Na lista de elementos relacionados por atletas como trunfos para recolocarem a Alemanha na final da Copa após 16 anos, uma mística que cerca a cidade de Dortmund rouba a cena.
Os jogadores até citam a confiança, a empolgação do grupo e a motivação como fatores decisivos, mas se derretem em elogios à torcida que vai hoje encher o Westfalenstadion.
"Há algo especial na atmosfera, que eu não consigo descrever precisamente. Só posso dizer que é incrível jogar lá", afirma o lateral-esquerdo Philip Lham.
As estatísticas realmente impressionam. Desde 1935, a "Mannschaft" atuou 13 vezes na cidade. Ganhou 12 e empatou uma. De acordo com Michael Ballack, só o retrospecto já vai fazer o time se esforçar em dobro.
"Ninguém quer dar fim a uma série tão longa. Grandes jogadores construíram essa invencibilidade. É nossa obrigação torná-la ainda maior", afirma o meia.
Na verdade, eles já contribuíram para ampliar o tabu. Neste Mundial, a Alemanha fez ali sua segunda partida, uma das mais emocionantes da campanha no Mundial.
Contra a Polônia, o time lutou o jogo todo, mas parecia não conseguir tirar o zero do placar. Nos acréscimos, um gol de Neuville, reserva que entrara no segundo tempo, selou a vitória.
Naquele dia, uma amostra do que a cidade tem de especial foi dada nas arquibancadas. A torcida berrou o jogo todo, abafou os entusiastas poloneses e festejou o suado triunfo como um título.
Cidade industrial localizada da região do rio Ruhr, Dortmund tem 590 mil habitantes e um público fanático por futebol. O Borussia, clube local, registrou média de 65 mil pessoas por jogo na última temporada da Bundesliga, o nacional alemão.
"Do começo ao fim, eles cantam, pressionam, vibram. Não tem outro lugar assim. Não conheço ninguém que não se deixe contagiar", disse o zagueiro Christoph Metzelder, do Borussia e da seleção.
Outro fator diferencial é a arquitetura do Westfalenstadion. Construído para a Copa de 1974 e reformado a um custo de 45,5 milhões (cerca de R$ 127 milhões), produz efeito semelhante ao da "Bombonera", famoso estádio em que o Boca Juniors, da Argentina, sufoca seus adversários. Como na construção de Buenos Aires, o torcedor tem a sensação de estar bem próximo dos jogadores.0 (GR)


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