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Atmosfera
de Dortmund
vira amuleto
DO ENVIADO A BERLIM
Na lista de elementos relacionados por atletas como
trunfos para recolocarem a
Alemanha na final da Copa
após 16 anos, uma mística
que cerca a cidade de Dortmund rouba a cena.
Os jogadores até citam a
confiança, a empolgação do
grupo e a motivação como
fatores decisivos, mas se
derretem em elogios à torcida que vai hoje encher o
Westfalenstadion.
"Há algo especial na atmosfera, que eu não consigo
descrever precisamente. Só
posso dizer que é incrível jogar lá", afirma o lateral-esquerdo Philip Lham.
As estatísticas realmente
impressionam. Desde 1935,
a "Mannschaft" atuou 13 vezes na cidade. Ganhou 12 e
empatou uma. De acordo
com Michael Ballack, só o
retrospecto já vai fazer o time se esforçar em dobro.
"Ninguém quer dar fim a
uma série tão longa. Grandes jogadores construíram
essa invencibilidade. É nossa obrigação torná-la ainda
maior", afirma o meia.
Na verdade, eles já contribuíram para ampliar o tabu.
Neste Mundial, a Alemanha
fez ali sua segunda partida,
uma das mais emocionantes
da campanha no Mundial.
Contra a Polônia, o time
lutou o jogo todo, mas parecia não conseguir tirar o zero do placar. Nos acréscimos, um gol de Neuville, reserva que entrara no segundo tempo, selou a vitória.
Naquele dia, uma amostra
do que a cidade tem de especial foi dada nas arquibancadas. A torcida berrou o jogo
todo, abafou os entusiastas
poloneses e festejou o suado
triunfo como um título.
Cidade industrial localizada da região do rio Ruhr,
Dortmund tem 590 mil habitantes e um público fanático por futebol. O Borussia,
clube local, registrou média
de 65 mil pessoas por jogo na
última temporada da Bundesliga, o nacional alemão.
"Do começo ao fim, eles
cantam, pressionam, vibram. Não tem outro lugar
assim. Não conheço ninguém que não se deixe contagiar", disse o zagueiro
Christoph Metzelder, do Borussia e da seleção.
Outro fator diferencial é a
arquitetura do Westfalenstadion. Construído para a
Copa de 1974 e reformado a
um custo de 45,5 milhões
(cerca de R$ 127 milhões),
produz efeito semelhante ao
da "Bombonera", famoso estádio em que o Boca Juniors, da Argentina, sufoca
seus adversários. Como na
construção de Buenos Aires,
o torcedor tem a sensação
de estar bem próximo dos
jogadores.0
(GR)
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