|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
TÊNIS
Prazeres e desprazeres em NY
RÉGIS ANDAKU
COLUNISTA DA FOLHA
"Ele voltou!"
"Ele" é Gustavo Kuerten,
e quem disse isso, sabiamente, foi
Marat Safin, número dois do ranking mundial, um dos melhores
tenistas hoje, derrotado impiedosamente pelo brasileiro na segunda rodada do Aberto dos EUA.
"Foi o meu melhor jogo deste
ano. Este é o diz mais feliz desde
que passei pela cirurgia", falou
Kuerten. Para quem viu o jogo,
foi um prazer rever o catarinense
no melhor da sua forma.
Dominar e destroçar hoje o segundo melhor tenista do mundo,
o mais talentoso do planeta, em
um piso que lhe é confortável, não
é para qualquer um. É para poucos, pouquíssimos, como Gustavo
Kuerten em sua melhor fase.
Ok, já ouvi alguém por aqui dizer que o brasileiro só chegou às
oitavas-de-final porque dois adversários abandonaram a partida quando jogava contra ele. Coisa de gente estraga-prazer...
Esqueça o que você já ouviu falar sobre disputar Copa Davis em
país sul-americano, atuar em
competições juvenis sem juiz de linha, torneios sob o sol escaldante.
Nada pode ser menos prazeroso
do que enfrentar um norte-americano na quadra central de Flushing Meadows no Aberto dos
EUA. Não bastasse o sufoco que já
é encarar Andre Agassi, as irmãs
Williams, Pete Sampras, Jennifer
Capriati, James Blake, Andy Roddick, Lindsay Davenport, é preciso ainda superar o comportamento nada educado dos torcedores
no Arthur Ashe Stadium.
Não são só os gritos patriotas.
Tem as conversas intermináveis
ao celular (especialmente quando
o tenista rival está daquele lado
da quadra), as vaias, a provocação verbal e até a intimidação.
Lleyton Hewitt sofreu isso de perto na terceira rodada, contra Blake. Foi uma revanche da polêmico partida do ano passado, em
que o australiano soltou declarações racistas. Sob vaia e alguns
gritos de "porco racista", Hewitt
ganhou apenas no quinto set.
A breve carreira mostra que Hewitt, hoje o melhor do mundo, sabe como poucos jogar sob pressão.
Falando em racismo... Cecil
Hollins, um árbitro de cadeira
que atuou por muitos anos no
Aberto dos EUA e em outros
Grand Slams, entrou na Justiça
contra os organizadores do torneio nova-iorquino. Motivo: teria
sido vítima de racismo e, por isso,
jamais escalado para os jogos finais. Uma coisa é fato: Hollins é o
único juiz de cadeira americano
com distintivo dourado nunca escalado para uma final do Aberto.
Eliminada na primeira rodada,
Anna Kournikova foi flagrada
com o namorado, Enrique Iglesias, em uma festa da MTV.
O que ninguém viu foi a modelo-tenista se esbaldando em uma
outra festa em Nova York com o
também tenista Alex Bogomolov
Jr., igualmente eliminado na primeira rodada.
Enquanto a chuva esfriava os
ânimos em Nova York, Patrick
Rafter, duas vezes campeão no
Aberto, entrava ao vivo na TV,
em entrevista por telefone a John
McEnroe. Da sua nativa Austrália, Rafter dizia não sentir saudade do tênis e estar aproveitando
os dias de sol do outro lado do
mundo para se dedicar aos treinos de golfe, seu novo prazer.
Ainda em cena
Aos 45 anos, Martina Navratilova continua em quadra. Neste
Aberto dos EUA, já avançou bem nas chaves de duplas femininas e
duplas mistas. "Não se preocupem, porque vocês não vão me ver
em quadra aos 50 anos", disse. Que pena!
Próximas cenas
Para quem está planejando ver tênis in loco em 2002: ingressos para o Brasil Open ainda estão à venda pelos telefones 11-6846-6000,
21-2421-3566 e 71-330-3939. O ATP Tour baiano começa segunda.
Entrando em cena
A quinta etapa da Credicard Visa Junior's Cup sofreu com as chuvas, mas definiu os campeões no domingo, em Niterói. Na categoria 12 anos, títulos para Rebeca Neves e Rafael Camilo; entre os de
até 14 anos, Paula Madruga e Arthur Takahashi. Os vencedores na
chave de 16 anos foram Patrícia Coimbra e Hugo Simões.
E-mail reandaku@uol.com.br
Texto Anterior: Cruzeiro usa estádio como trunfo Próximo Texto: Tênis: Holandês vence Guga nas oitavas em NY Índice
|