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Boleiros da areia querem virar "X-futebol" para ganhar espaço
Fifa se inspira na Olimpíada dos radicais para desenvolver esporte na praia
SÉRGIO RANGEL
DA SUCURSAL DO RIO
No prejuízo desde que assumiu a organização do Mundial
de futebol de praia, a Fifa quer
""modernizar" o torneio.
A idéia da entidade é seguir o
exemplo bem-sucedido dos X-Games, a Olimpíada dos esportes radicais, que reúne ciclistas,
skatistas e patinadores e movimenta milhões em patrocínios
de empresas interessadas no
público jovem.
Essa é a estratégia para popularizar a modalidade no planeta
defendida pelo espanhol Joan
Cuscó, diretor-geral da Fifa
Beach Soccer, braço da entidade mundial responsável pelo
desenvolvimento do futebol de
praia. Cuscó chega a chamar a
modalidade disputada nas
areias de ""X-futebol".
""O futebol de praia tem um
grande potencial e nos dá uma
imagem moderna. É um esporte criativo, de espetáculo, que
passa uma forma de viver. Queremos crescer com essa imagem e temos muito espaço para
isso", disse o espanhol.
Orçado em US$ 3 milhões, o
3º Mundial da Fifa começou
anteontem. Favorito ao título,
o Brasil goleou as Ilhas Salomão por 11 a 2. Hoje, o time nacional faz seu segundo jogo. Pega o México na arena montada
na praia de Copacabana.
Apesar de ter consciência de
que jamais o futebol jogado na
areia superará o de campo,
Cuscó afirmou acreditar que a
modalidade estará ""totalmente
profissionalizada" em, no máximo, dez anos.
De acordo com a Fifa, que
tem 208 filiadas, o futebol de
praia é disputado oficialmente
em 85 países e já tem 700 mil
praticantes, sendo mais da metade na Europa.
""Esses números já são bem
maiores. Já estamos em mais
de cem países. O esporte é muito barato. Você não precisa
nem de chuteiras para jogar. As
regras são também mais livres.
Além disso, ele dá um ar fresco
para a Fifa, um espaço jovem, é
como os X-Games. É o nosso X-futebol", disse Cuscó, que defende a expansão da modalidade em países sem praia.
Atualmente, o futebol de
praia é praticamente amador.
Poucos jogadores conseguem
viver do esporte. Os brasileiros
Júnior Negão e Benjamin e o
português Madjer são os principais atletas da modalidade.
Neste Mundial, a maioria das
equipes é formada por amadores. Os jogadores das Ilhas Salomão são um exemplo. Eles
são bancários, motoristas, funcionários públicos.
""Queremos mudar isso e já
estamos dando alguns passos
nesse sentido. Na Europa, já temos 20 times profissionais.
Países como França, Itália e
Rússia já estão se profissionalizando. Vamos agora espalhar
essa onda", disse o dirigente. A
partir do próximo ano, a Fifa,
que realizou os três primeiros
Mundiais no Rio, vai levar o
evento para outros países. Em
2008, Marselha, na França, receberá o torneio. No ano seguinte, a competição será disputada em Dubai, nos Emirados Árabes Unidos.
Na primeira edição do torneio com a chancela da Fifa, em
2005, a seleção brasileira ficou
apenas com o terceiro lugar,
com um time que contava com
Romário. A França foi a primeira campeã mundial. O Brasil levou o troféu do segundo campeonato, no ano passado.
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