São Paulo, domingo, 04 de novembro de 2007

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Boleiros da areia querem virar "X-futebol" para ganhar espaço

Fifa se inspira na Olimpíada dos radicais para desenvolver esporte na praia

SÉRGIO RANGEL
DA SUCURSAL DO RIO

No prejuízo desde que assumiu a organização do Mundial de futebol de praia, a Fifa quer ""modernizar" o torneio.
A idéia da entidade é seguir o exemplo bem-sucedido dos X-Games, a Olimpíada dos esportes radicais, que reúne ciclistas, skatistas e patinadores e movimenta milhões em patrocínios de empresas interessadas no público jovem.
Essa é a estratégia para popularizar a modalidade no planeta defendida pelo espanhol Joan Cuscó, diretor-geral da Fifa Beach Soccer, braço da entidade mundial responsável pelo desenvolvimento do futebol de praia. Cuscó chega a chamar a modalidade disputada nas areias de ""X-futebol".
""O futebol de praia tem um grande potencial e nos dá uma imagem moderna. É um esporte criativo, de espetáculo, que passa uma forma de viver. Queremos crescer com essa imagem e temos muito espaço para isso", disse o espanhol.
Orçado em US$ 3 milhões, o 3º Mundial da Fifa começou anteontem. Favorito ao título, o Brasil goleou as Ilhas Salomão por 11 a 2. Hoje, o time nacional faz seu segundo jogo. Pega o México na arena montada na praia de Copacabana.
Apesar de ter consciência de que jamais o futebol jogado na areia superará o de campo, Cuscó afirmou acreditar que a modalidade estará ""totalmente profissionalizada" em, no máximo, dez anos.
De acordo com a Fifa, que tem 208 filiadas, o futebol de praia é disputado oficialmente em 85 países e já tem 700 mil praticantes, sendo mais da metade na Europa.
""Esses números já são bem maiores. Já estamos em mais de cem países. O esporte é muito barato. Você não precisa nem de chuteiras para jogar. As regras são também mais livres. Além disso, ele dá um ar fresco para a Fifa, um espaço jovem, é como os X-Games. É o nosso X-futebol", disse Cuscó, que defende a expansão da modalidade em países sem praia.
Atualmente, o futebol de praia é praticamente amador. Poucos jogadores conseguem viver do esporte. Os brasileiros Júnior Negão e Benjamin e o português Madjer são os principais atletas da modalidade. Neste Mundial, a maioria das equipes é formada por amadores. Os jogadores das Ilhas Salomão são um exemplo. Eles são bancários, motoristas, funcionários públicos.
""Queremos mudar isso e já estamos dando alguns passos nesse sentido. Na Europa, já temos 20 times profissionais. Países como França, Itália e Rússia já estão se profissionalizando. Vamos agora espalhar essa onda", disse o dirigente. A partir do próximo ano, a Fifa, que realizou os três primeiros Mundiais no Rio, vai levar o evento para outros países. Em 2008, Marselha, na França, receberá o torneio. No ano seguinte, a competição será disputada em Dubai, nos Emirados Árabes Unidos.
Na primeira edição do torneio com a chancela da Fifa, em 2005, a seleção brasileira ficou apenas com o terceiro lugar, com um time que contava com Romário. A França foi a primeira campeã mundial. O Brasil levou o troféu do segundo campeonato, no ano passado.


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