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Corinthians dos milhões resgata a sina de sofredor
Após perder chance de ganhar Brasileiro com antecedência, elenco bancado pela MSI revive tradição de conquistas árduas e carrega decisão para jogo derradeiro, hoje, contra o Goiás
EDUARDO ARRUDA
DA REPORTAGEM LOCAL
RICARDO PERRONE
DO PAINEL FC
O Corinthians milionário, das
estrelas contratadas a peso de ouro, está bem perto de se tornar o
time "number one" anunciado
pelo iraniano Kia Joorabchian.
Mas o quarto título do Brasileiro da história do clube do Parque
São Jorge, que pode vir hoje, às
16h, com um empate ou até uma
derrota para o Goiás, seria obtido
da maneira mais corintiana possível, ou seja, de modo sofrido.
Trata-se da marca das principais conquistas da agremiação
em seus 95 anos. "Se não for sofrido, não é o Corinthians. Conosco
foi quase sempre assim", declara
o presidente Alberto Dualib.
A quarta conquista do Nacional
-o time pode se igualar a Flamengo e Palmeiras- lembraria
mais a taça ganha em 1990, com
gol de canela de Wilson Mano e
de carrinho de Tupãzinho, do que
bicampeonato de 1998 e 1999,
vencidos até com certa tranqüilidade com esquadrões montados
pelos ex-parceiros Excel e HMTF.
Mesmo amparados pelo investimento de R$ 113 milhões da MSI,
os corintianos, em sua trajetória
de 41 jogos até agora, enfrentaram
um caminho tortuoso, marcado
por rusgas entre a diretoria e o
parceiro, briga entre jogadores,
três trocas de técnicos durante o
torneio. E, se vencerem, vão fazer
só hoje, na rodada derradeira.
A vantagem do time é de três
pontos (81 a 78) sobre o Internacional. Ela só existe graças aos
quatro pontos conquistados em
jogos repetidos por atuações suspeitas de Edilson Pereira de Carvalho, pivô do escândalo de arbitragem que arranhou o torneio.
Não fosse isso, o time estaria um
ponto atrás dos gaúchos, que protestam e chamam o torneio de
"Zveitão", em referência a Luiz
Zveiter, presidente do STJD.
Os pontos extras, conseguidos
em vitória sobre o Santos e empate com o São Paulo, deram aos corintianos a chance de vencer o
torneio com cinco rodadas de antecedência. Não deu.
Uma derrota para o São Caetano, um empate em casa contra o
Internacional e um triunfo de virada sobre a Ponte Preta depois,
os comandados de Antônio Lopes
chegam com vantagem de saldo
de cinco gols à rodada derradeira.
Isso significa que, se perderem
por um gol hoje, o Internacional
terá de vencer o Coritiba por cinco de diferença.
Nem com essa vantagem a tensão do time, o mais jovem do Brasileiro, com média de idade de
22,5 anos, diminuiu. Tinha que ficar para a última, como manda a
tradição corintiana.
"Vai ser corintiano mesmo [esse
título]. Sempre ganhamos com
dificuldades. Nunca imaginamos
que seria de outra forma. É o campeonato mais difícil do mundo",
afirma o volante Marcelo Mattos,
um dos 11 atletas contratados pela
parceira internacional.
Ele se juntou a 19 jogadores formados no clube, acostumados
com o rótulo de "sofredor" do corintiano. "Foi muito sofrido mesmo. É um título bem com a cara
do Corinthians", diz Fábio Costa.
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