São Paulo, domingo, 04 de dezembro de 2005

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FUTEBOL

Por união do grupo, Antônio Lopes leva machucados e suspensos à decisão

Nem muletas atrapalham caravana do Corinthians

DA REPORTAGEM LOCAL
DO PAINEL FC

Todos juntos, não importa como. O lema foi adotado pela comissão técnica do Corinthians na reta final do Brasileiro.
E, hoje, em Goiânia, os 32 atletas do elenco estarão no estádio do Serra Dourada. Alguns deles, como Roger e Mascherano, amparados por muletas. Outro que está no estaleiro, Sebá, também. O zagueiro Betão, recordista de partidas pelo time no Nacional, e o lateral Eduardo, suspensos, são os outros dois na delegação.
"Dei a minha contribuição para o título. E estarei lá, festejando, mesmo que de muletas", falou Roger. O jogador, que se recupera de fratura no pé, virou palestrante da equipe nas últimas rodadas. Antes das partidas, fala com os jogadores e procura incentivá-los.
Antes do jogo contra o Internacional, alguns atletas choraram após as palavras do meia, de 26 anos. "É muito importante ter o grupo unido neste momento de decisão", afirmou o técnico corintiano, Antônio Lopes.
Partiu dele a idéia de reunir todos os atletas nas partidas decisivas. Dessa forma, nos últimos jogos, a delegação corintiana tem se deslocado em dois ônibus dos locais de concentração para os estádios. No jogo contra a Ponte Preta, alguns jogadores e membros da comissão técnica tiveram de ir em pé no veículo que os levou ao estádio do Morumbi.
No outro ônibus, vão os cartolas do clube. "Acho que é muito importante os jogadores se isolarem neste momento. Eles têm de ficar focados no momento decisivo", falou o presidente Alberto Dualib.
O volante argentino Mascherano, que também se recupera de cirurgia, retornou da Argentina para continuar o tratamento e ficar com os companheiros.
"Eu queria ter contribuído de outra maneira, mas vou dar apoio a meus companheiros nessa hora de decisão", declarou o atleta, que disputou apenas sete jogos.
"Acho importante isso. A maioria dos jogadores aqui sempre foi muito amiga", disse o lateral Coelho, um dos 19 atletas vindos das categorias de base do clube.
Além de viajarem todos juntos, os atletas corintianos ainda terão o apoio de parentes e familiares em Goiânia. Cada atleta vai levar um convidado para o jogo.
O encontro com eles, porém, segundo a diretoria, só ocorrerá após a partida. Os atletas voltarão em avião fretado pela diretoria, que irá para a capital goiana hoje pela manhã levando cartolas do clube e os convidados dos atletas.
Outra medida para unir o grupo, que sofreu com vários rachas durante a temporada, foi o chá oferecido por Elza Lopes, mulher do técnico corintiano, às mulheres e namoradas dos jogadores e dos membros da comissão técnica. "Ela tem procurado criar um vínculo grande entre os jogadores. As mulheres se conhecem, isso cria um ambiente familiar e evita algumas brigas e desentendimentos dentro do grupo", afirmou o goleiro Fábio Costa.
"Você acaba conhecendo mais do companheiro, dos problemas dele e passa a entendê-lo melhor", disse o jogador, que recentemente se desentendeu com o meia Carlos Alberto. "Eu acho muito importante, pois a família tem uma incidência enorme sobre os jogadores. Precisamos de união neste momento", disse Lopes.
O treinador tem conversado muito com os atletas nesta semana. A maior preocupação é com o lado emocional, que, segundo o técnico, atrapalhou o rendimento do time nos últimos jogos.
"Eu digo a eles que vamos começar o jogo tensos, nervosos, mas isso é normal, passa." (EDUARDO ARRUDA E RICARDO PERRONE)

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