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FUTEBOL
Por união do grupo, Antônio Lopes leva machucados e suspensos à decisão
Nem muletas atrapalham caravana do Corinthians
DA REPORTAGEM LOCAL
DO PAINEL FC
Todos juntos, não importa como. O lema foi adotado pela comissão técnica do Corinthians na
reta final do Brasileiro.
E, hoje, em Goiânia, os 32 atletas
do elenco estarão no estádio do
Serra Dourada. Alguns deles, como Roger e Mascherano, amparados por muletas. Outro que está
no estaleiro, Sebá, também. O zagueiro Betão, recordista de partidas pelo time no Nacional, e o lateral Eduardo, suspensos, são os
outros dois na delegação.
"Dei a minha contribuição para
o título. E estarei lá, festejando,
mesmo que de muletas", falou
Roger. O jogador, que se recupera
de fratura no pé, virou palestrante
da equipe nas últimas rodadas.
Antes das partidas, fala com os jogadores e procura incentivá-los.
Antes do jogo contra o Internacional, alguns atletas choraram
após as palavras do meia, de 26
anos. "É muito importante ter o
grupo unido neste momento de
decisão", afirmou o técnico corintiano, Antônio Lopes.
Partiu dele a idéia de reunir todos os atletas nas partidas decisivas. Dessa forma, nos últimos jogos, a delegação corintiana tem se
deslocado em dois ônibus dos locais de concentração para os estádios. No jogo contra a Ponte Preta, alguns jogadores e membros
da comissão técnica tiveram de ir
em pé no veículo que os levou ao
estádio do Morumbi.
No outro ônibus, vão os cartolas
do clube. "Acho que é muito importante os jogadores se isolarem
neste momento. Eles têm de ficar
focados no momento decisivo",
falou o presidente Alberto Dualib.
O volante argentino Mascherano, que também se recupera de cirurgia, retornou da Argentina para continuar o tratamento e ficar
com os companheiros.
"Eu queria ter contribuído de
outra maneira, mas vou dar apoio
a meus companheiros nessa hora
de decisão", declarou o atleta, que
disputou apenas sete jogos.
"Acho importante isso. A maioria dos jogadores aqui sempre foi
muito amiga", disse o lateral Coelho, um dos 19 atletas vindos das
categorias de base do clube.
Além de viajarem todos juntos,
os atletas corintianos ainda terão
o apoio de parentes e familiares
em Goiânia. Cada atleta vai levar
um convidado para o jogo.
O encontro com eles, porém, segundo a diretoria, só ocorrerá
após a partida. Os atletas voltarão
em avião fretado pela diretoria,
que irá para a capital goiana hoje
pela manhã levando cartolas do
clube e os convidados dos atletas.
Outra medida para unir o grupo, que sofreu com vários rachas
durante a temporada, foi o chá
oferecido por Elza Lopes, mulher
do técnico corintiano, às mulheres e namoradas dos jogadores e
dos membros da comissão técnica. "Ela tem procurado criar um
vínculo grande entre os jogadores. As mulheres se conhecem, isso cria um ambiente familiar e
evita algumas brigas e desentendimentos dentro do grupo", afirmou o goleiro Fábio Costa.
"Você acaba conhecendo mais
do companheiro, dos problemas
dele e passa a entendê-lo melhor",
disse o jogador, que recentemente
se desentendeu com o meia Carlos Alberto. "Eu acho muito importante, pois a família tem uma
incidência enorme sobre os jogadores. Precisamos de união neste
momento", disse Lopes.
O treinador tem conversado
muito com os atletas nesta semana. A maior preocupação é com o
lado emocional, que, segundo o
técnico, atrapalhou o rendimento
do time nos últimos jogos.
"Eu digo a eles que vamos começar o jogo tensos, nervosos,
mas isso é normal, passa."
(EDUARDO ARRUDA E RICARDO PERRONE)
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