São Paulo, domingo, 04 de dezembro de 2005

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FUTEBOL

Se Ponte ou São Caetano caírem, Estado terá só 5 clubes em 2006 e igualará menor fatia em Brasileiros de 20 times

Paulistas tentam evitar "fiasco coletivo"

DA REPORTAGEM LOCAL

Os paulistas podem ter o Corinthians campeão, somado ao Paulista dono da Copa do Brasil e o São Paulo vencedor da Libertadores. Mas 2006 corre o risco de chegar com um retrocesso claro no papel que desempenham no Campeonato Brasileiro. Bem no resultado individual, o Estado pode ver seu "fiasco por equipes".
Se Ponte Preta ou São Caetano caírem na última vaga do rebaixamento -o Coritiba também pode descer-, o Estado terá apenas cinco times no Brasileiro do ano que vem, que terá 20 clubes.
Nessa hipótese, será a quarta vez em 36 anos de Brasileiro que o Estado terá menos de seis clubes na Série A. Em 1971, quando o campeonato começou com 20 clubes, eram cinco. No ano seguinte, já inflado com 26 equipes, nada mudou no bocado paulista.
A única vez em que houve quatro paulistas na elite foi em 1987, quando o Clube dos 13 organizou a Copa União com seus sócios e mais três convidados -foi o menor número de participantes da primeira divisão.
No pior cenário, o percentual de paulistas entre os times da Série A será de 25% -algo que não ocorre desde 1993, quando o campeonato, inchado, somou 32 participantes. No ano anterior, com 20 clubes e sete paulistas, a fatia que cabia a São Paulo era de 35%.
O rebaixamento de um dos dois times só fica possível se o Coritiba vencer o Inter, no Couto Pereira. O São Caetano depende apenas de um empate para não cair.
Caso o time do ABC perca para o Cruzeiro, fora, tem que torcer para a Ponte perder ou para o Coritiba não vencer e superá-lo no saldo de gols. A Ponte também se livra com um empate em casa contra o Brasiliense.
Mas a queda de rendimento dos paulistas não se restringe à parte inferior da classificação. Na verdade, percebe-se em toda a tabela.
Dos seis times de São Paulo no Brasileiro, apenas o Corinthians fez campanha melhor que a do ano passado -quando o Estado viu o Guarani cair para a Série B. Santos, São Paulo, São Caetano e Ponte Preta tiveram desempenhos pífios em relação a 2004.
Além disso, na era dos pontos corridos, o Estado corre o risco de ver apenas um time entre os quatro primeiros, se o Palmeiras não vencer o Fluminense hoje no Parque Antarctica - única hipótese que põe o time na Libertadores.
O "fiasco por equipes" já se consumou nas divisões inferiores do Brasileiro. Nenhum time paulista subiu de divisão neste ano. Na Série C, em que desde 2001 pelo menos uma equipe era promovida, ninguém se classificou às quartas-de-final. Atlético Sorocaba e Rio Branco de Americana foram eliminados nas oitavas.
Antes disso, a Portuguesa Santista, o América de Rio Preto e o União São João saíram já na primeira fase, em grupos de quatro. O último clube, o Mogi Mirim, foi eliminado na fase seguinte.
Na Série B, só a Portuguesa conseguiu chegar ao quadrangular final, mas acabou em último, vendo Grêmio e Santa Cruz subirem. Santo André, Marília e Guarani conseguiram ir até a etapa semifinal, mas perderam o fôlego antes de decidir.
Enquanto Ituano e Paulista sobreviveram, o União Barbarense caiu para a terceira divisão.
(MÁRVIO DOS ANJOS)


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