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Série B reforça caixa de grandes
Dos 5 fundadores do Clube dos 13 rebaixados no século, 4 aumentaram faturamento na Segundona
Mesmo fora da elite, Bahia, Atlético-MG, Palmeiras e Grêmio viram receitas com TV ou venda de atletas subir no ano do "purgatório"
PAULO COBOS
DA REPORTAGEM LOCAL
Se esportivamente parece o
fim do mundo, cair para Série B
no Brasil não representa tormenta para os cofres dos clubes
mais tradicionais do país.
Isso é o que se constata comparando os balanços oficiais
dos fundadores do Clube dos 13
rebaixados no Campeonato
Brasileiro neste século em levantamento feito pela Casual
Auditores Independentes.
Dos 5 que estiveram nessa situação, 4 viram suas receitas
subirem no ano em que passaram na segunda divisão em relação à temporada anterior (o
Botafogo foi a exceção).
No caso de Atlético-MG, Bahia e Grêmio, esse crescimento
foi substancial. No caso dos
baianos, ficou em 58%. Para os
mineiros, em 45%, e, para os
gaúchos, chegou a 56%.
O Palmeiras teve uma ligeira
melhora no seu faturamento
em 2003, quando disputou a
Série B. O clube arrecadou R$
50,6 milhões, ou R$ 1 milhão a
mais do que em 2002, quando
caiu. Mas os dados compilados
pela Casual mostram um crescimento maior nas receitas básicas do futebol do clube.
Mesmo fora da principal vitrine da bola brasileira, a receita do time paulista com a venda
de jogadores foi de R$ 3,2 milhões no ano da queda a R$ 5
milhões na temporada passada
na Série B. O faturamento com
venda de ingressos e direitos de
televisão aumentou em R$ 550
mil de um ano para o outro.
A fidelidade da torcida fez o
Bahia disparar seu faturamento fora da elite. No primeiro
ano na segunda divisão, mesmo
não tendo conseguido voltar à
elite, a receita com bilheteria ficou em R$ 5,1 milhões, ou 82%
a mais do que conseguiu em
2003, quando caiu.
Fato parecido aconteceu
com o Atlético-MG. Na Série A
de 2005, ano da queda, o clube
de Belo Horizonte arrecadou
R$ 2,23 milhões com a venda de
ingressos. Na Segundona, esse
número mais do que dobrou,
chegando a R$ 4,53 milhões.
Para impulsionar suas receitas na temporada que passou
na Série B, o Grêmio teve a venda de atletas como principal
trunfo -foram quase R$ 17 milhões. O principal negócio envolveu o meia Anderson, que se
destacou na campanha que levou a equipe de volta à elite e
acabou vendido antes mesmo
de a temporada acabar ao Porto
por cerca de R$ 12 milhões.
O Corinthians tem certeza de
que irá repetir os outros grandes condenados. "Nossas receitas vão aumentar em 2008", diz
Raul Corrêa da Silva, vice-presidente financeiro do clube.
Para Amir Somoggi, especialista em marketing e gestão de
clubes de futebol da Casual Auditores, o futebol europeu tem
um exemplo de time -o Atlético de Madri- que se reestruturou financeiramente depois
que caiu para a segunda divisão.
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