São Paulo, terça-feira, 04 de dezembro de 2007

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Série B reforça caixa de grandes

Dos 5 fundadores do Clube dos 13 rebaixados no século, 4 aumentaram faturamento na Segundona

Mesmo fora da elite, Bahia, Atlético-MG, Palmeiras e Grêmio viram receitas com TV ou venda de atletas subir no ano do "purgatório"


PAULO COBOS
DA REPORTAGEM LOCAL

Se esportivamente parece o fim do mundo, cair para Série B no Brasil não representa tormenta para os cofres dos clubes mais tradicionais do país.
Isso é o que se constata comparando os balanços oficiais dos fundadores do Clube dos 13 rebaixados no Campeonato Brasileiro neste século em levantamento feito pela Casual Auditores Independentes.
Dos 5 que estiveram nessa situação, 4 viram suas receitas subirem no ano em que passaram na segunda divisão em relação à temporada anterior (o Botafogo foi a exceção).
No caso de Atlético-MG, Bahia e Grêmio, esse crescimento foi substancial. No caso dos baianos, ficou em 58%. Para os mineiros, em 45%, e, para os gaúchos, chegou a 56%.
O Palmeiras teve uma ligeira melhora no seu faturamento em 2003, quando disputou a Série B. O clube arrecadou R$ 50,6 milhões, ou R$ 1 milhão a mais do que em 2002, quando caiu. Mas os dados compilados pela Casual mostram um crescimento maior nas receitas básicas do futebol do clube.
Mesmo fora da principal vitrine da bola brasileira, a receita do time paulista com a venda de jogadores foi de R$ 3,2 milhões no ano da queda a R$ 5 milhões na temporada passada na Série B. O faturamento com venda de ingressos e direitos de televisão aumentou em R$ 550 mil de um ano para o outro.
A fidelidade da torcida fez o Bahia disparar seu faturamento fora da elite. No primeiro ano na segunda divisão, mesmo não tendo conseguido voltar à elite, a receita com bilheteria ficou em R$ 5,1 milhões, ou 82% a mais do que conseguiu em 2003, quando caiu.
Fato parecido aconteceu com o Atlético-MG. Na Série A de 2005, ano da queda, o clube de Belo Horizonte arrecadou R$ 2,23 milhões com a venda de ingressos. Na Segundona, esse número mais do que dobrou, chegando a R$ 4,53 milhões.
Para impulsionar suas receitas na temporada que passou na Série B, o Grêmio teve a venda de atletas como principal trunfo -foram quase R$ 17 milhões. O principal negócio envolveu o meia Anderson, que se destacou na campanha que levou a equipe de volta à elite e acabou vendido antes mesmo de a temporada acabar ao Porto por cerca de R$ 12 milhões.
O Corinthians tem certeza de que irá repetir os outros grandes condenados. "Nossas receitas vão aumentar em 2008", diz Raul Corrêa da Silva, vice-presidente financeiro do clube.
Para Amir Somoggi, especialista em marketing e gestão de clubes de futebol da Casual Auditores, o futebol europeu tem um exemplo de time -o Atlético de Madri- que se reestruturou financeiramente depois que caiu para a segunda divisão.


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