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VELA
Problema no convés força tripulação a voltar à Africa do Sul para reparos
Rachadura faz Brasil 1 retroceder
DA REPORTAGEM LOCAL
O primeiro barco brasileiro a
competir na Volvo Ocean Race,
mais cara e badalada regata de vela oceânica do mundo, sofreu duro baque ontem e precisou, ao
menos momentaneamente,
abandonar a segunda das nove
etapas da competição.
O veleiro, segundo colocado na
classificação geral, percorria trecho entre África do Sul e Austrália
quando uma rachadura no convés foi detectada pelo comandante da tripulação, Torben Grael.
Como enfrentaria mares tempestuosos até chegar a Melbourne, parada final do estágio, ele decidiu retornar e fazer reparos na
cidade africana de Port Elizabeth.
O Brasil 1 -nome do barco e do
projeto- deve ser avaliado por
técnicos na tarde de hoje.
"Temos duas alternativas. Se
consertarmos o problema estrutural em até três dias, vamos largar de novo e completar a prova.
Caso o dano seja grave, abandonaremos a etapa. O veleiro seguiria para Melbourne de navio para
a disputa do próximo estágio", diz
Enio Ribeiro, diretor do projeto.
A competição, que começou em
novembro, na Espanha, perdura
por oito meses e cruza 57 mil quilômetros de mar. Para a equipe
brasileira, seguir na regata significa se manter na disputa pelo inédito título, já que, mesmo que
complete o percurso na última
posição, o barco marcaria pontos.
"O Torben decidiu voltar porque sabe que a competição é grande e que chances de recuperação
não vão faltar. Seria arriscado demais para todos os tripulantes seguir na disputa com um barco
avariado", relata Ribeiro.
A equipe brasileira foi a segunda a desistir da segunda perna da
Volvo. O Ericsson, quarto colocado entre os sete veleiros do evento, também mudou a rota em direção à África do Sul. Os tripulantes informaram que a embarcação teve problemas com a quilha
-peça estrutural básica do casco
de uma embarcação- impedindo-os de prosseguir na regata.
O barco havia sofrido uma pequena colisão com o Brasil 1 no
último dia 2, após deixarem a Cidade do Cabo. Ambas as equipes,
porém, não relacionaram os problemas estruturais ao incidente.
Antes do início da Volvo, o Brasil 1 havia trombado com uma baleia. Um dos tripulantes se feriu
com o solavanco, mas o barco não
sofreu danos graves.
Na primeira etapa, entre Espanha e África do Sul, dois veleiros
enfrentaram problemas e precisaram buscar terra firme para averiguação de danos e reparos.
Com orçamento de R$ 38 milhões, dos quais R$ 15 mi foram
empregados na construção barco,
o Brasil 1 é o projeto de mais alto
custo viabilizado na esfera dos esportes ditos amadores no país.
A equipe iniciou a competição
com a meteorologista Adrienne
Cahalan, única mulher inscrita na
Volvo. Após a primeira etapa,
Torben decidiu substituí-la, alegando que seria preciso um elenco com mais força física para as
próximas etapas.
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