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Rio quer conselho de estrangeiros para Jogos
ITALO NOGUEIRA
DA SUCURSAL DO RIO
Os governos estadual e municipal do Rio vão buscar conselheiros externos para a preparação e a construção do legado
da Olimpíada de 2016.
Dessa forma o governador
Sérgio Cabral Filho (PMDB)
justificou a futura contratação
do ex-primeiro-ministro britânico Tony Blair.
Cabral defendeu a formação
de um conselho para colaborar
com a organização dos Jogos.
Sem dar detalhes sobre a formação ou o poder desse futuro
órgão, o governador o comparou a conselhos empresariais.
"Quando se fala que Fulano
está participando do conselho
da empresa tal... não é comum?
Não temos que ter medo de ouvir pessoas do mundo inteiro",
disse Cabral.
O prefeito Eduardo Paes
(PMDB) afirmou que vai contratar, com recursos municipais, o instituto comandado
por Pasqual Maragall, prefeito
de Barcelona à época dos Jogos
de 1992, para o seminário "Conexão Rio-Barcelona".
Questionado se já havia outros nomes para a formação do
conselho, Cabral também citou
o nome de Maragall.
Blair cobra, segundo agências internacionais, US$ 150
mil por 50 minutos de palestra.
Ele fatura ainda quase R$ 8 milhões anuais como assessor de
grandes empresas.
Cabral declarou que conta
com a iniciativa privada para
bancar a contratação de Blair.
A reportagem procurou as
empresas que doaram, ao todo,
R$ 37 milhões para a campanha
da candidatura do Rio. EBX, de
Eike Batista, Odebrecht e Embratel disseram que ainda não
haviam sido procuradas desde
a contratação de Blair. TAM e
Bradesco não se pronunciaram
até a conclusão desta edição.
Rudolph Giuliani, ex-prefeito de Nova York, havia sido
contratado como consultor de
segurança pública, mas a iniciativa foi cancelada pelo preço.
O anúncio da futura sede da
Autoridade Pública Olímpica
também provoca mal-estar entre os órgãos públicos.
Cabral já anunciou o Palácio
Capanema como o local adequado. Mas sofre resistência
dos ministérios da Cultura e da
Educação, que ocupam o imóvel e têm projetos para o local.
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