São Paulo, domingo, 05 de março de 2006

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PRIMEIRAS PALAVRAS

Edilson diz que mãe pedia ajuda ao Corinthians

EDUARDO OHATA
DO PAINEL FC

TALES TORRAGA
DA REPORTAGEM LOCAL

Edilson Pereira de Carvalho, cuja autobiografia, "Cartão Vermelho", será lançada na quinta-feira, escreveu que sofria pressões de familiares para ajudar o Corinthians -o maior beneficiado pela repetição dos jogos do Brasileiro. Sua própria mãe, torcedora do time, engrossava o lobby. Ela o questionou pelo pênalti que decidiu a anulada vitória do São Paulo sobre o Corinthians por 3 a 2 em 2005. "Ela me disse: "E aquele pênalti, precisava, filho? Que corintiano você é?'"
Mas o trecho não está no livro. A Folha teve acesso aos episódios "censurados" da obra, que será lançada na Bienal do Livro. Em um deles, Edilson acusa a Federação Paulista de Futebol de contar com profissionais que estão sofrendo processos -o que, de acordo com o ex-árbitro, é proibido. Segundo ele, Reinaldo Carneiro Bastos, vice da federação, acumula seis ações em Taubaté, e o árbitro assistente Flávio Lúcio Magalhães, 11 processos em Jundiaí.
"O Reinaldo não é alvo de processo. Que eu saiba, os únicos processos com os quais está envolvido são os que move contra o Edilson", diz Marco Polo Del Nero, presidente da FPF. "Estamos analisando os árbitros com problemas. Se ele [Flávio] tiver algum, será chamado", afirma Bento da Cunha, corregedor da federação.
Na versão impressa, Edilson ataca o comandante de arbitragem da FPF, Marcos Marinho, "um ignorante na função". Marinho rebate: "Não me interessa o que ele disse. Ele é um desqualificado".
Edilson também lamentou os cortes no livro: "A editora teme processos".
Na obra, o ex-árbitro esbanja vaidade em passagens do tipo "tive excelente atuação, como sempre" e "Deus me deu o dom da arbitragem".


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