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Segundo empresa de marketing, clubes do país anfitrião lucram mais de R$ 230 milhões no ano do torneio
Em ano de Mundial, Alemão tem camisa mais cara da Europa
ADALBERTO LEISTER FILHO
DA REPORTAGEM LOCAL
Desvalorizada após a goleada de
4 a 1 sofrida em amistoso contra a
Itália, a camisa alemã está em alta
entre os clubes que participam de
seu Campeonato Nacional.
Às vésperas da Copa do Mundo,
a Bundesliga se tornou um torneio ainda mais rentável aos clubes no patrocínio das camisas.
Segundo estudo da consultoria
Sport und Markt, os times que
disputam o torneio faturam, em
média, 5,1 milhões por temporada (cerca de R$ 13 milhões) para
estampar o logotipo de empresas.
Essa soma representa, em ano
de Copa, um aumento médio de
R$ 510 mil para cada agremiação,
após três anos de estancamento.
No total, os 18 times que participam do Alemão receberam mais
de 90 milhões (R$ 233,7 milhões) em patrocínio de camisa.
A Itália, carrasco dos anfitriões
da Copa na última quarta, perde
feio para os alemães nesse item.
Os clubes do país embolsaram
R$ 189 milhões. Como consolo,
um de seus representantes, a Juventus, possui a mais cara camisa
européia. Para usar a marca da
petrolífera Tamoil, o time de Turim recebe R$ 56 milhões por ano.
A segunda posição, porém, pertence a um time alemão, o Bayern
de Munique, que mantém relação
tão estreita com a Telekom que
até o site oficial do clube possui
um "t-com" em seu endereço.
"O investidor pode fazer anúncios com a imagem do elenco e
ainda tem a vantagem de utilizar a
popularidade de jogadores como
Michael Ballack e Oliver Kahn a
seu favor", aponta Stephan
Schröder, da Sport und Markt.
Em ano de Copa do Mundo,
uma boa campanha da seleção
alemã pode render créditos à empresa, que desembolsa cerca de
R$ 43,3 milhões por temporada
em seu contrato com o Bayern.
Países com torneios badalados
ainda engatinham e tentam seguir
o exemplo alemão. É o caso da Espanha, que possui um Nacional
com vários candidatos a astro do
Mundial, como Ronaldo, Zidane,
Beckham, Ronaldinho e Messi.
"Os espanhóis ainda não souberam aproveitar a popularidade do
futebol entre seus consumidores", critica Matias Mundhausen,
porta-voz da Sport und Markt.
Os times da Espanha arrecadaram pouco mais de R$ 90 milhões
na temporada, o que equivale a
38,5% do lucro dos germânicos.
Os ganhos dos times do país sede da Copa podem ser ainda
maiores, caso a agremiação acumule títulos. "Quando uma equipe ganha o Nacional e a Copa da
Alemanha na mesma temporada,
como ocorreu com o Werder Bremen há dois anos, o patrocinador
também paga bônus, que são lucrativos aos clubes", diz Schröder.
O que virou negócio milionário
começou timidamente em 1973,
quando o Eintracht Braunschweig foi o pioneiro a "sujar" o uniforme. Pelo acordo, o time, campeão alemão em 1967, recebeu o
equivalente hoje a R$ 209 mil da
fábrica de bebidas Günter Mast.
Na época, o regulamento da
Bundesliga era tão rigoroso que a
empresa nem pôde estampar o
nome de seu produto -Jägermeister-, apenas o logotipo da
empresa, um cervo estilizado.
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