São Paulo, domingo, 05 de março de 2006

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Segundo empresa de marketing, clubes do país anfitrião lucram mais de R$ 230 milhões no ano do torneio

Em ano de Mundial, Alemão tem camisa mais cara da Europa

ADALBERTO LEISTER FILHO
DA REPORTAGEM LOCAL

Desvalorizada após a goleada de 4 a 1 sofrida em amistoso contra a Itália, a camisa alemã está em alta entre os clubes que participam de seu Campeonato Nacional.
Às vésperas da Copa do Mundo, a Bundesliga se tornou um torneio ainda mais rentável aos clubes no patrocínio das camisas.
Segundo estudo da consultoria Sport und Markt, os times que disputam o torneio faturam, em média, 5,1 milhões por temporada (cerca de R$ 13 milhões) para estampar o logotipo de empresas.
Essa soma representa, em ano de Copa, um aumento médio de R$ 510 mil para cada agremiação, após três anos de estancamento.
No total, os 18 times que participam do Alemão receberam mais de 90 milhões (R$ 233,7 milhões) em patrocínio de camisa.
A Itália, carrasco dos anfitriões da Copa na última quarta, perde feio para os alemães nesse item.
Os clubes do país embolsaram R$ 189 milhões. Como consolo, um de seus representantes, a Juventus, possui a mais cara camisa européia. Para usar a marca da petrolífera Tamoil, o time de Turim recebe R$ 56 milhões por ano.
A segunda posição, porém, pertence a um time alemão, o Bayern de Munique, que mantém relação tão estreita com a Telekom que até o site oficial do clube possui um "t-com" em seu endereço.
"O investidor pode fazer anúncios com a imagem do elenco e ainda tem a vantagem de utilizar a popularidade de jogadores como Michael Ballack e Oliver Kahn a seu favor", aponta Stephan Schröder, da Sport und Markt.
Em ano de Copa do Mundo, uma boa campanha da seleção alemã pode render créditos à empresa, que desembolsa cerca de R$ 43,3 milhões por temporada em seu contrato com o Bayern.
Países com torneios badalados ainda engatinham e tentam seguir o exemplo alemão. É o caso da Espanha, que possui um Nacional com vários candidatos a astro do Mundial, como Ronaldo, Zidane, Beckham, Ronaldinho e Messi.
"Os espanhóis ainda não souberam aproveitar a popularidade do futebol entre seus consumidores", critica Matias Mundhausen, porta-voz da Sport und Markt.
Os times da Espanha arrecadaram pouco mais de R$ 90 milhões na temporada, o que equivale a 38,5% do lucro dos germânicos.
Os ganhos dos times do país sede da Copa podem ser ainda maiores, caso a agremiação acumule títulos. "Quando uma equipe ganha o Nacional e a Copa da Alemanha na mesma temporada, como ocorreu com o Werder Bremen há dois anos, o patrocinador também paga bônus, que são lucrativos aos clubes", diz Schröder.
O que virou negócio milionário começou timidamente em 1973, quando o Eintracht Braunschweig foi o pioneiro a "sujar" o uniforme. Pelo acordo, o time, campeão alemão em 1967, recebeu o equivalente hoje a R$ 209 mil da fábrica de bebidas Günter Mast.
Na época, o regulamento da Bundesliga era tão rigoroso que a empresa nem pôde estampar o nome de seu produto -Jägermeister-, apenas o logotipo da empresa, um cervo estilizado.


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