|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Novo e velho ídolo enfim alegram palmeirenses
Valdivia cria as jogadas e Edmundo finaliza com categoria na vitória no clássico
Corinthians 0
Palmeiras 3
LUÍS FERRARI
PAULO GALDIERI
DA REPORTAGEM LOCAL
Há tempos a torcida palmeirense pedia por uma tarde como a de ontem, com um triunfo
incontestável num clássico. E,
justamente contra seu maior
rival a sensação de alegria plena
pela vitória retornou às arquibancadas alviverdes.
E os maiores artífices dos 3 a
0 sem sustos construídos no
Morumbi contra o Corinthians
foram dois ídolos. Um já adorado há mais de uma década. O
outro, quase recém-chegado ao
Parque Antarctica, mas que
mesmo com menos de um ano
lá conquistou a confiança e a
esperança dos fãs.
Edmundo, faixa de capitão
no braço esquerdo, e Valdivia,
bola colada como se fosse com
velcro no pé direito, levaram o
Palmeiras ao triunfo redentor.
Eles foram preponderantes
para ajudar o Palmeiras a acabar com um jejum que já durava oito anos contra o arqui-rival no Paulista.
O meia chileno, ora com dribles curtos e desconcertantes
na intermediária, ora com velocidade pelas pontas, incendiou
o jogo e as arquibancadas.
O veterano camisa 7 comandou o meio-campo, o ataque e,
algumas vezes, a defesa.
A atuação de Edmundo, aliás,
serviu de agradecimento à confiança que Caio Júnior depositou nele antes do clássico. O
técnico o escolheu para usar a
tarja de capitão -que no time
sofre um rodízio, no intuito de
despertar novos líderes no
elenco palmeirense.
"Achei que seria importante
para ele esta confirmação, esta
situação de ele ser o capitão",
disse o treinador.
O primeiro dos dois grandes
destaques do jogo a aparecer foi
Edmundo. Ou melhor, Valdivia, já que o gol que abriu o placar nasceu dos pés do chileno e
se concretizou nos do veterano,
aos 18min da etapa inicial.
Na comemoração, ele mostrou que o seu velho estilo explosivo e polêmico estava em
campo. Em vez de correr para
abraçar seus companheiros,
Edmundo se dirigiu para os torcedores do Corinthians e, aos
berros, pedia aplausos e beijava
o escudo do Palmeiras. O ritual
foi repetido 20 minutos mais
tarde, mesmo com o segundo
gol palmeirense tendo sido
anotado por Osmar.
Se o primeiro tempo foi quase todo do camisa 7, a etapa final ficou à mercê do show particular de Valdivia. O camisa 10,
agora quase como um ponta-esquerda, era a principal opção
de contragolpe para o time do
Parque Antarctica.
Entre um drible e outro, Valdivia sacudia os braços. Regia a
felicidade da torcida, traduzida
em gritos e música. E irritava os
adversários, até que deixou o
campo, substituído. "O rapaz
chileno foi bem, é habilidoso,
mas às vezes ele excede. Por isso, ele pode ter problemas no
futuro", disse o técnico corintiano Emerson Leão a respeito
da postura do jogador palmeirense dentro de campo.
"Ele não faz aquilo para agredir ou para humilhar. E ele fez
uma partida espetacular", disse
o palmeirense Caio Júnior, em
defesa de seu atleta.
Mas Edmundo parecia não
querer deixar Valdivia brilhar
por último. Quando o jogo já
caminhava quase inerte para
seu fim, ele colocou o número
três no placar, com um golaço.
Aí, foi só saiu de campo aos
mais que tradicionais gritos dos
torcedores palmeirenses de
"au, au, au, Edmundo é animal", que já não vinham sendo
ouvidos com tanta intensidade,
mas que ontem voltaram a
ecoar forte.
Texto Anterior: Edmundo aparece, Leão some, e Palmeiras ganha Próximo Texto: Edmundo briga, mas só dentro de campo Índice
|