São Paulo, segunda-feira, 05 de março de 2007

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Novo e velho ídolo enfim alegram palmeirenses

Valdivia cria as jogadas e Edmundo finaliza com categoria na vitória no clássico

Corinthians 0
Palmeiras 3

LUÍS FERRARI
PAULO GALDIERI

DA REPORTAGEM LOCAL

Há tempos a torcida palmeirense pedia por uma tarde como a de ontem, com um triunfo incontestável num clássico. E, justamente contra seu maior rival a sensação de alegria plena pela vitória retornou às arquibancadas alviverdes.
E os maiores artífices dos 3 a 0 sem sustos construídos no Morumbi contra o Corinthians foram dois ídolos. Um já adorado há mais de uma década. O outro, quase recém-chegado ao Parque Antarctica, mas que mesmo com menos de um ano lá conquistou a confiança e a esperança dos fãs.
Edmundo, faixa de capitão no braço esquerdo, e Valdivia, bola colada como se fosse com velcro no pé direito, levaram o Palmeiras ao triunfo redentor.
Eles foram preponderantes para ajudar o Palmeiras a acabar com um jejum que já durava oito anos contra o arqui-rival no Paulista.
O meia chileno, ora com dribles curtos e desconcertantes na intermediária, ora com velocidade pelas pontas, incendiou o jogo e as arquibancadas.
O veterano camisa 7 comandou o meio-campo, o ataque e, algumas vezes, a defesa.
A atuação de Edmundo, aliás, serviu de agradecimento à confiança que Caio Júnior depositou nele antes do clássico. O técnico o escolheu para usar a tarja de capitão -que no time sofre um rodízio, no intuito de despertar novos líderes no elenco palmeirense.
"Achei que seria importante para ele esta confirmação, esta situação de ele ser o capitão", disse o treinador.
O primeiro dos dois grandes destaques do jogo a aparecer foi Edmundo. Ou melhor, Valdivia, já que o gol que abriu o placar nasceu dos pés do chileno e se concretizou nos do veterano, aos 18min da etapa inicial.
Na comemoração, ele mostrou que o seu velho estilo explosivo e polêmico estava em campo. Em vez de correr para abraçar seus companheiros, Edmundo se dirigiu para os torcedores do Corinthians e, aos berros, pedia aplausos e beijava o escudo do Palmeiras. O ritual foi repetido 20 minutos mais tarde, mesmo com o segundo gol palmeirense tendo sido anotado por Osmar.
Se o primeiro tempo foi quase todo do camisa 7, a etapa final ficou à mercê do show particular de Valdivia. O camisa 10, agora quase como um ponta-esquerda, era a principal opção de contragolpe para o time do Parque Antarctica.
Entre um drible e outro, Valdivia sacudia os braços. Regia a felicidade da torcida, traduzida em gritos e música. E irritava os adversários, até que deixou o campo, substituído. "O rapaz chileno foi bem, é habilidoso, mas às vezes ele excede. Por isso, ele pode ter problemas no futuro", disse o técnico corintiano Emerson Leão a respeito da postura do jogador palmeirense dentro de campo.
"Ele não faz aquilo para agredir ou para humilhar. E ele fez uma partida espetacular", disse o palmeirense Caio Júnior, em defesa de seu atleta.
Mas Edmundo parecia não querer deixar Valdivia brilhar por último. Quando o jogo já caminhava quase inerte para seu fim, ele colocou o número três no placar, com um golaço.
Aí, foi só saiu de campo aos mais que tradicionais gritos dos torcedores palmeirenses de "au, au, au, Edmundo é animal", que já não vinham sendo ouvidos com tanta intensidade, mas que ontem voltaram a ecoar forte.


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