São Paulo, segunda-feira, 05 de abril de 2004

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Time de Jundiaí elimina Palmeiras e decide com São Caetano, que também nunca foi a uma final

Paulista enfeitiça o Paulista

Juca Varella/Folha Imagem
Jogadores do Paulista rezam durante a disputa de pênaltis no jogo contra o Palmeiras, que levou a equipe de Jundiaí pela primeira vez a final de um torneio estadual


DA REPORTAGEM LOCAL

No Rio, Flamengo x Vasco. Em Minas Gerais, Atlético-MG x Cruzeiro. No Paraná, Atlético-PR x Coritiba. Na Bahia, Bahia x Vitória. Enquanto isso, em São Paulo, São Caetano x Paulista.
Depois de muito tempo, o futebol paulista, com semifinais eletrizantes, voltou a ter o que o diferenciava do resto do país.
No fim de semana que colocou nas decisões times de sempre em outros Estados, São Paulo viu avançar dois que jamais tiveram o sabor de disputar o título.
Com quase cem anos de vida, o Paulista, primeiro clube do interior a disputar uma edição completa do Estadual, eliminou o Palmeiras nos pênaltis.
Isso depois da mais dramática partida do campeonato. A equipe de Jundiaí vencia por 3 a 1 até os 40min do segundo tempo, viu o adversário empatar aos 50min e conseguiu virar uma disputa de pênaltis que parecia perdida.
No sábado, o São Caetano, que ainda não completou 15 anos de existência, garantiu lugar na decisão sem a mesma dramaticidade -o clube do Grande ABC goleou o badalado Santos por 4 a 0.
Não é só o tempo de vida que diferencia os finalistas. Desde 2000 fazendo parte da elite do Brasileiro, o São Caetano é um clube bastante caro. Gasta por volta de R$ 1 milhão por mês para manter um elenco com nomes famosos.
Já o Paulista, que venceu ontem a série entre os órfãos da Parmalat no Estado, apostou em jogadores das categorias de base. Assim, gasta apenas R$ 180 mil com seu futebol profissional.
Na primeira edição sob a nova administração da Federação Paulista de Futebol (saiu Eduardo Farah e entrou Marco Polo Del Nero), o Estadual resgata a tradição de pequenos que peitam os grandes, perdida desde 1990.
Depois daquela temporada, quando Bragantino e Novorizontino decidiram o torneio (o troféu ficou com o primeiro), todos os títulos ficaram com Corinthians, Palmeiras ou São Paulo. A única exceção aconteceu em 2002, quando o Ituano ficou com a taça em um torneio disputado apenas por equipes pequenas.
Só os membros do "trio de ferro", o Santos e o Botafogo disputaram finais do mais tradicional estadual do país depois de 1990.
Os jogos decisivos do Paulista-04 estão marcados para os dois próximos domingos.
Os locais dos confrontos não estão definidos. O time de Jundiaí ainda não pode jogar em casa -perdeu o mando por três partidas. A tendência é que as finais aconteçam no Pacaembu. A decisão deverá ser anunciada hoje ou amanhã pela Federação Paulista.
O regulamento não dá vantagem para ninguém. Em caso de empate nos pontos e no saldo de gols após os dois jogos, a taça vai para quem ganhar nos pênaltis. Desde 1975 um título paulista não é definido dessa forma.


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