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TÊNIS
Cadê ele?
RÉGIS ANDAKU
COLUNISTA DA FOLHA
O torneio é no saibro. E por
isso sou cercado por argentinos e espanhóis.
Aqui ao lado, Carlos Moyá vence Alberto Martin com tranqüilidade. Na quadra 6, Albert Costa e
Alex Corretja fazem um jogo interessante. Também de perto, vejo
David Nalbandian ganhar bem.
Mariano Zabaleta, lá no fundo,
despacha Juan Ignacio Chela.
Da sala de imprensa, noto que
David Ferrer, David Sánchez e
Félix Mantilla também avançam.
Flavio Saretta, Fernando González, Nicolas Massú e até o peruano Luis Horna se saem bem.
Não bastasse ser um torneio na
terra batida, é um dos mais importantes do circuito profissional.
Assim, o Masters Series de Roma
atrai os principais tenistas do
mundo, mesmo os que, no fundo,
no fundo, detestam o saibro.
Na quadra central, assisto a Roger Federer quase se complicar
diante de Jonas Bjorkman. Antes
disso, no fundão, vejo Marat Safin e Mark Philippoussis formarem uma dupla meio desajustada, mas atraente (tanto por seu
jogo como para as italianas).
Andy Roddick apanha de Guillermo Cañas na minha frente, no
melhor jogo da primeira rodada.
Roma ainda tem Lleyton Hewitt,
Tim Henman, Sebastien Grosjean, Paradorn Srichaphan...
Neste que é um torneio de saibro, um Masters Series e nesta
que é uma das temporadas mais
disputadas e interessantes, só falta mesmo... Gustavo Kuerten.
O "brasiliano", que em três
anos seguidos chegou três vezes à
final em Roma, derrubando Ievguêni Kafelnikov, Patrick Rafter,
Michael Chang, Tommy Haas,
Corretja, Philippoussis e Costa,
não deu as caras.
Kuerten deixa seus admiradores e jornalistas europeus não só
desapontados, mas confusos.
Guga contundido? De novo?
Mais dores no quadril direito?
Aquele que ele operou?
Que surpresa!
Há quase três anos, quando o
problema apareceu e alguns especialistas falavam em necessidade
de cirurgia, o próprio tenista desdenhava. Operação? Quem ousava levantar essa hipótese queria
causar tumulto, dizia-se à época.
Qual como um líder russo nos
tempos de cortina de ferro, às escondidas, porém, o brasileiro passou pela famosa operação.
As notícias seguintes eram de
que ele havia tido uma recuperação incrível, um pós-operatório
fantástico, voltando a jogar em
pouquíssimo tempo depois, antes
da previsão de especialistas.
Até que, há algumas semanas,
ele passou, de novo em silêncio,
pelo médico que o operou. Mas foram exames de rotina, acalmou a
assessoria do tenista.
Exame de rotina ou não, não
houve como esconder mais o problema. Na semana passada, o catarinense abandonou um jogo
que o colocaria nas semifinais de
um torneio. O mesmo problema o
afasta de dois Masters Series, esses torneios cheios de prestígio, estrelas, pontos e dinheiro.
Roland Garros está aí, mas não
se preocupe. O problema não é sério, diz de novo a assessoria.
Ah, bom! Agora todo mundo fica tranqüilo, não fica?
Cabeça nova?
Flavio Saretta conseguiu ser o tenista menos irritado em quadra.
Conseguiu usar todos os recursos de seu jogo. Conseguiu salvar dois
match points. Conseguiu ganhar um jogo tenso.
Novos tempos
Na esteira dos brasileiros, os principais tenistas argentinos tornaram
público seu descontentamento com sua confederação.
Novas caras
Rodrigo Starling, Bruna Paes (18 anos), Rafael Toledo, Bárbara Oliveira (16), Gustavo Kleine, Bianca Spinassi (14), Alexandre Schnitman e Isabela Campos (12) venceram a primeira etapa do Circuito
Banco do Brasil, em BH. A segunda, em Santos, começa no dia 22.
E-mail randaku@uol.com.br
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