São Paulo, quarta-feira, 05 de maio de 2004

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

TÊNIS

Cadê ele?

RÉGIS ANDAKU
COLUNISTA DA FOLHA

O torneio é no saibro. E por isso sou cercado por argentinos e espanhóis.
Aqui ao lado, Carlos Moyá vence Alberto Martin com tranqüilidade. Na quadra 6, Albert Costa e Alex Corretja fazem um jogo interessante. Também de perto, vejo David Nalbandian ganhar bem. Mariano Zabaleta, lá no fundo, despacha Juan Ignacio Chela.
Da sala de imprensa, noto que David Ferrer, David Sánchez e Félix Mantilla também avançam. Flavio Saretta, Fernando González, Nicolas Massú e até o peruano Luis Horna se saem bem.
Não bastasse ser um torneio na terra batida, é um dos mais importantes do circuito profissional. Assim, o Masters Series de Roma atrai os principais tenistas do mundo, mesmo os que, no fundo, no fundo, detestam o saibro.
Na quadra central, assisto a Roger Federer quase se complicar diante de Jonas Bjorkman. Antes disso, no fundão, vejo Marat Safin e Mark Philippoussis formarem uma dupla meio desajustada, mas atraente (tanto por seu jogo como para as italianas).
Andy Roddick apanha de Guillermo Cañas na minha frente, no melhor jogo da primeira rodada. Roma ainda tem Lleyton Hewitt, Tim Henman, Sebastien Grosjean, Paradorn Srichaphan...
Neste que é um torneio de saibro, um Masters Series e nesta que é uma das temporadas mais disputadas e interessantes, só falta mesmo... Gustavo Kuerten.
O "brasiliano", que em três anos seguidos chegou três vezes à final em Roma, derrubando Ievguêni Kafelnikov, Patrick Rafter, Michael Chang, Tommy Haas, Corretja, Philippoussis e Costa, não deu as caras.
Kuerten deixa seus admiradores e jornalistas europeus não só desapontados, mas confusos.
Guga contundido? De novo? Mais dores no quadril direito? Aquele que ele operou?
Que surpresa!
 
Há quase três anos, quando o problema apareceu e alguns especialistas falavam em necessidade de cirurgia, o próprio tenista desdenhava. Operação? Quem ousava levantar essa hipótese queria causar tumulto, dizia-se à época.
Qual como um líder russo nos tempos de cortina de ferro, às escondidas, porém, o brasileiro passou pela famosa operação.
As notícias seguintes eram de que ele havia tido uma recuperação incrível, um pós-operatório fantástico, voltando a jogar em pouquíssimo tempo depois, antes da previsão de especialistas.
Até que, há algumas semanas, ele passou, de novo em silêncio, pelo médico que o operou. Mas foram exames de rotina, acalmou a assessoria do tenista.
Exame de rotina ou não, não houve como esconder mais o problema. Na semana passada, o catarinense abandonou um jogo que o colocaria nas semifinais de um torneio. O mesmo problema o afasta de dois Masters Series, esses torneios cheios de prestígio, estrelas, pontos e dinheiro.
Roland Garros está aí, mas não se preocupe. O problema não é sério, diz de novo a assessoria.
Ah, bom! Agora todo mundo fica tranqüilo, não fica?

Cabeça nova?
Flavio Saretta conseguiu ser o tenista menos irritado em quadra. Conseguiu usar todos os recursos de seu jogo. Conseguiu salvar dois match points. Conseguiu ganhar um jogo tenso.

Novos tempos
Na esteira dos brasileiros, os principais tenistas argentinos tornaram público seu descontentamento com sua confederação.

Novas caras
Rodrigo Starling, Bruna Paes (18 anos), Rafael Toledo, Bárbara Oliveira (16), Gustavo Kleine, Bianca Spinassi (14), Alexandre Schnitman e Isabela Campos (12) venceram a primeira etapa do Circuito Banco do Brasil, em BH. A segunda, em Santos, começa no dia 22.

E-mail randaku@uol.com.br


Texto Anterior: Natação: Laura disputa Troféu Brasil graças à Justiça
Próximo Texto: Futebol - Jorge Kajuru: Ex-Timão
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.