São Paulo, quarta-feira, 05 de maio de 2004

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FUTEBOL

Após goleadas e com técnico ameaçado, clube defende série invicta no Nordeste e tenta avançar na Copa do Brasil

Corinthians leva inferno para seu paraíso

RICARDO PERRONE
DA REPORTAGEM LOCAL

No Nordeste, região em que não perde desde 2001, o Corinthians tenta amenizar a crise que assola a equipe há um ano.
O time paulista precisa de uma vitória ou um empate com gols diante do Fortaleza, às 21h45, no Ceará, para assegurar vaga nas quartas-de-final da Copa do Brasil. Um novo empate em 0 a 0 provoca uma disputa de pênaltis.
Com uma vitória, o presidente Alberto Dualib espera diminuir a pressão de conselheiros para demitir Oswaldo de Oliveira e afastar do departamento de futebol o vice Antonio Roque Citadini.
Se cair, Oliveira será o quarto treinador a deixar o cargo desde a eliminação nas oitavas-de-final da Libertadores, em maio do ano passado, diante do River Plate.
Geninho, Júnior e Juninho foram os treinadores que não resistiram à crise. O período de turbulência já provocou a degola de pelo menos 17 profissionais no Corinthians, entre técnicos, auxiliares, jogadores e dirigentes.
No caso de Oliveira, a crise chegou ao ápice com a goleada por 4 a 0 para o Palmeiras, principal rival corintiano. Foi a maior diferença de gols na história do clássico no Campeonato Brasileiro.
Com medo de novos protestos dos torcedores, que atiraram ovos na casa de Dualib após a derrota, os jogadores embarcaram ontem pela manhã em Cumbica para Fortaleza protegidos por 12 policiais militares e sete seguranças.
"Precisamos vencer para que não aconteçam mais protestos da torcida", disse o atacante Gil.
Oliveira espera repetir o desempenho do time em suas últimas apresentações no Nordeste. Nesta edição da Copa do Brasil, o clube já eliminou o Botafogo-PB, em João Pessoa, e o Ferroviário, em Fortaleza, vencendo por 2 a 0.
"Da última vez [em maio], embarcamos aqui depois de quase sermos rebaixados no Campeonato Paulista. Teve protesto da torcida, mas fomos para Fortaleza e vencemos. Espero repetir a façanha", disse o treinador.
Na ocasião, ainda assustados com os tapas e ovos atirados pela torcida em Cumbica, os corintianos evitaram contato com os torcedores que foram ao aeroporto de Fortaleza para apoiar o time.
Nas vezes em que vai ao Nordeste, o Corinthians costuma lotar até os locais onde treina. O apoio tem resultado em vitórias. A última derrota na região foi no dia 26 de agosto de 2001, por 2 a 1, para o Bahia, em Salvador.
De lá para cá, como visitantes, além dos triunfos em 2004, os paulistas venceram Fortaleza, Vitória, River-PI e empataram duas vezes com o Bahia.
Porém nem no episódio das "ovadas" a crise era tão grande como agora. Oliveira só não foi demitido após a derrota no clássico porque falta dinheiro para contratar um substituto de ponta.
Após duas goleadas seguidas com os rivais explorando o lado esquerdo da defesa, o treinador manterá Renato improvisado na lateral. Na direita, Rogério, recuperado de contusão, retorna. Fabinho cumpriu suspensão e volta.


NA TV - Globo (só para SP) e Record, ao vivo, às 21h45


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