São Paulo, quinta-feira, 05 de maio de 2011

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Mapa da mina

Bola aérea foi o caminho para quem vazou em 2011 o Palmeiras de Scolari, que hoje pega o Coritiba

DE SÃO PAULO

Há uma brecha na defesa mais festejada deste ano.
A bola aérea é o ponto fraco do sistema defensivo de Luiz Felipe Scolari, técnico da escola gaúcha que tanto valoriza jogadores de elevada estatura e a bola parada.
Dos dez gols que sofreu no Campeonato Paulista, quatro surgiram em cobranças de escanteio -inclusive o gol de empate do Corinthians, no domingo passado. Na Copa do Brasil, o Palmeiras levou três gols, sendo dois de cabeça, em bolas aéreas.
É muito provável que o Coritiba, adversário de hoje pela Copa do Brasil no confronto de ida das quartas de final, no Paraná, saiba disso.
Pois os próprios palmeirenses andaram alertando para as falhas aéreas, problema crônico neste ano.
"Só vamos ganhar títulos no dia em que aprendermos a corrigir estes detalhes. Aquele São Paulo tricampeão brasileiro não tomaria o gol que a gente tomou. Nem o Corinthians nem o Santos. O cara [o corintiano Willian] nem precisou saltar", queixou-se o atacante Kleber.
Talvez a explicação esteja na altura média da equipe.
Curiosamente, o time base do Palmeiras é o mais baixinho dentre os oito remanescentes da Copa do Brasil.
A altura média dos palmeirenses, considerando o time titular mais alguns reservas que sempre entram, é 1,78 m. A diferença em relação aos rivais, que variam de 1,79 m a 1,80 m, não é tão grande.
Para atacar, a baixa estatura não é empecilho. Dos 45 gols marcados, dez foram de cabeça. Os cruzamentos de Marcos Assunção tornaram-se jogada muito bem executada pelo ataque alviverde.
Um ou dois centímetros até podem fazer diferença na hora de um salto. Mas olhar para o passado mostra que a questão é mesmo crônica.
Em 2010, o Palmeiras de Scolari começava a acertar sua zaga e chegou às semifinais da Sul-Americana. Mas viu o Goiás vencer após fazer dois gols, ambos de cabeça.
"O Felipão vai treinar alguma coisinha para não errarmos nos momentos cruciais, como na última partida", declarou Assunção.
Se Scolari já contou com especialistas no jogo aéreo, como Jardel (1,88 m), Júnior Baiano (1,94 m) ou Oséas (1,86 m), hoje a esperança por cima não é das maiores.
O técnico palmeirense conta agora, por exemplo, com Kleber (1,73 m) e Danilo (1,84 m), mas pedia um centroavante de referência. Chegou Wellington Paulista, que mede "apenas" 1,83 m.
Nem Deola, que teve algumas saídas de gol questionadas, é um gigante no time: tem 1,89 m. Dos cinco goleiros da equipe, é o mais baixo. (LUCAS REIS E RODRIGO BUENO)


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