São Paulo, quinta-feira, 05 de junho de 2008

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Corinthians fica a 90 minutos de sua redenção em 2008

Triunfo deixa equipe próxima de torneio continental antes mesmo de conquistar o esperado retorno à Série A nacional

Ricardo Nogueira/Folha Imagem
Dentinho comemora o gol que dedicou a Lula e Zagallo

Corinthians 3
Sport 1

LUÍS FERRARI
PAULO GALDIERI
DA REPORTAGEM LOCAL

O Corinthians está a apenas 90 minutos de transformar 2008 de uma temporada de agruras e sofrimento em ano de renascimento e felicidade.
Depois de sofrer com os reflexos de disputa interna de poder, denúncias de corrupção e, o mais doído de tudo para o torcedor, o rebaixamento, o Corinthians, que tinha como maior pretensão nesta temporada o retorno à Série A do Brasileiro, está perto de conquistar sua terceira Copa do Brasil.
Ironicamente, o clube paulista que mais vexames deu no ano passado pode ser o responsável por salvar o Estado de um semestre de fracassos.
Os 3 a 1 no Morumbi, ontem, dão ao clube do Parque São Jorge a vantagem de se sagrar campeão do torneio nacional -e, conseqüentemente, ganhar a vaga na Taça Libertadores de 2009- até com uma derrota por um gol de diferença.
E, à torcida corintiana, a esperança de ver seu time levantar um título de expressão muito antes do planejado.
No primeiro jogo da final, o Corinthians foi contagiado pela presença recorde de público no Morumbi. Em contrapartida, levou ao êxtase os 63 mil torcedores, que agora esperam, mesmo à distância, comemorar a conquista na quarta-feira, após o duelo na Ilha do Retiro.
Mano Menezes escalou Alessandro, mas não colocou o volante só para defender. O camisa 5, além de marcar pela direita, subia pela ala para apoiar o ataque e também para pressionar a saída de bola do Sport por aquele setor. A mesma pressão faziam os atacantes nos rivais.
A equipe visitante, que entrou com uma proposta defensiva -Carlinhos Bala, um dos atacantes, jogava mais como marcador de André Santos do que como criador de jogadas-, parecia atordoada com a falta de espaço para jogar.
A força da pressão corintiana deu resultado aos 19min, quando Dentinho, depois de perder duas chances, aproveitou um rebote no meio da área para quebrar uma seqüência de 13 jogos sem balançar as redes.
O 1 a 0 no placar inflamou a torcida. Tirando vantagem do atordoamento do Sport, que esboçava sair para o jogo, o Corinthians encaixou contragolpe fatal finalizado com sucesso pelo argentino Herrera, aos 23min.
A jogada dos 2 a 0, porém, nascera a partir de uma roubada de bola que causou protestos dos pernambucanos, que pediram falta de Carlos Alberto em Luciano Henrique.
Depois do segundo gol, no entanto, o Corinthians deu espaço para o Sport tocar a bola e dominar a partida.
"Não dá para ficar em cima do adversário por 90 minutos. É um ritmo muito forte", justificava André Santos, ao deixar o gramado para o intervalo.
Mas o que no fim do primeiro tempo era esboço, na segunda etapa virou sufoco.
Em busca do tão valioso gol fora de casa, o Sport mudou o jeito de jogar. A presença de Roger, um terceiro atacante, ajudou o time visitante manter a bola mais no ataque e a criar chances para diminuir o prejuízo e voltar para a Ilha do Retiro com tarefa menos espinhosa.
Mas quem ficou mais perto do tri foi o Corinthians. Num raro contra-ataque do segundo tempo, Herrera lutou pela bola na intermediária, atraiu a marcação e tocou para Acosta, sozinho, decretar o 3 a 0.
Quando os corintianos já celebravam a enorme vantagem obtida para jogar a volta, Enilton fez o gol que dá ao Sport a esperança de confiar na mística de seu estádio e sua torcida.
O gol no fim diminuiu a comemoração corintiana e adiou a quase certeza de uma conquista. Pelo menos por mais uma semana.


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