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COI não vê Rio-2016 melhor em nada
Sem liderar nenhum dos 11 critérios, candidatura carioca tem avaliação pior até que a de Doha, excluída da disputa
Candidata nacional sofre em segurança, infra-estrutura e hotelaria, que tem avaliação máxima inferior ao mínimo das cidades rivais no quesito
EDUARDO OHATA
LUÍS FERRARI
RODRIGO MATTOS
DA REPORTAGEM LOCAL
Classificado pela primeira
vez como finalista para receber
uma Olimpíada, o Rio de Janeiro largou na lanterna na disputa com Chicago, Madri e Tóquio pelos Jogos de 2016, segundo avaliação do COI (Comitê Olímpico Internacional).
A candidatura carioca teve a
pior avaliação entre as quatro
sobreviventes. Suas notas globais foram inferiores às de uma
das desclassificadas (Doha, excluída não pelas notas, mas por
ter previsto os Jogos para outubro, contra pedido do COI).
O Rio não venceu nenhum
dos 11 critérios e exibe a nota
mais baixa entre as 44 mínimas
atribuídas pelo COI às cidades
que seguem na disputa.
Baku (no Azerbaijão), Praga
(na República Tcheca) e o pleito do Qatar tiveram as candidaturas rejeitadas ontem.
Além da segurança -quesito
em que o Rio apresentou a nota
mais baixa (4,6) entre todas as
marcas das cidades ainda na
disputa-, o pleito nacional recebeu má avaliação nos critérios de infra-estrutura e hotelaria, ambos com peso 5. Ou seja,
esses itens valem mais que o
dobro do que o apoio governamental, em que o Rio foi bem
avaliado (tal qual experiência
em eventos passados).
A avaliação máxima da hotelaria carioca (6,4) é inferior à
mínima das outras três.
"Considerando o número de
quartos de hotéis existente e
planejados, há escassez na
quantidade de quartos de 3, 4 e
5 estrelas. Para superar essa deficiência, o Rio propõe o uso de
navios de cruzeiro e apartamentos em condomínios", registra o calhamaço de 111 páginas publicado ontem pelo COI.
O documento aponta que essa opção "geralmente causa dificuldades logísticas e financeiras, que têm que ser abordadas
também". O comitê internacional ainda questiona a viabilidade desses quartos alternativos.
A má avaliação da rede hoteleira é particularmente prejudicial ao Rio. Enquanto a cidade patina em torno da nota de
corte, os adversários orbitam
acima dos 8 pontos (Tóquio
chega a 10 no quesito).
"Essa questão [de acomodações] deverá ter sido resolvida
em 2016, por conta da Copa de
2014", diz Orlando Silva Júnior, ministro do Esporte.
Acerca da infra-estrutura, o
COI questiona a capacidade do
aeroporto internacional Antônio Carlos Jobim, no Galeão.
Aponta que é incapaz de suprir a demanda olímpica.
O governo federal diz que está prevista no PAC (Programa
de Aceleração do Crescimento)
uma reforma no Galeão.
"O crime em algumas partes
do Rio é encarado como uma
preocupação à segurança do
público que for aos Jogos Olímpicos", relata o informe do COI,
que recomenda "ações para assegurar a proteção e segurança
de pessoas que passarem por
determinadas áreas da cidade
serão exigidas".
Em mais de uma passagem, o
documento do COI separa o
Rio de suas três concorrentes
pelos Jogos Olímpicos de 2016.
Madri, Chicago e Tóquio já
ostentam, por exemplo, infra-estrutura de telecomunicações
suficiente para uma Olimpíada.
O Rio a apresentará apenas
se cumprir planos de modernização previstos até 2016. O
mesmo ocorre com hotelaria.
No quesito finanças, o Rio
também apresenta as menores
notas mínimas e máximas.
Um dos problemas é ser o
único candidato que tem a
maior parcela do custeio do comitê organizador na esfera pública. Nas demais candidaturas,
o setor privado cobre todas ou a
maior parte das despesas da
operação dos Jogos Olímpicos.
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