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Kaká encara polêmicas tranquilo
Na primeira entrevista, camisa 10 defende forma física e a Jabulani
EDUARDO ARRUDA
MARTÍN FERNANDEZ
PAULO COBOS
SÉRGIO RANGEL
ENVIADOS ESPECIAIS A JOHANNESBURGO
Kaká diz que não, que está
tudo bem. Mas o camisa 10
da seleção brasileira nunca
esteve sob tanta pressão.
Desde que chegou à África
do Sul, na quinta-feira retrasada, o meia-atacante só viu
aumentar a lista de problemas relacionados a ele.
É praticamente a única estrela do time de Dunga. O
único capaz de causar comoção quando joga no Zimbábue ou treina em Soweto.
O estado físico, a "briga"
com Felipe Melo, a má temporada no Real Madrid, as especulações sobre o futuro, a
bola da Copa, o "futebol feio"
da seleção brasileira.
Kaká falou sobre quase tudo isso ontem, na primeira
entrevista coletiva desde que
desembarcou em Johannesburgo, o QG brasileiro.
"Estou supertranquilo,
porque sempre tive momentos de dificuldade na minha
carreira", disse. E citou a forma tumultuada como saiu do
São Paulo, os títulos perdidos com o Milan e o fracasso
na Copa do Mundo de 2006.
Ele afirmou que está "melhor a cada dia" e que a lesão
muscular na coxa esquerda
não é mais um incômodo.
"Tenho feito o possível,
trabalho em até três períodos", declarou. "Já consigo
correr sem sentir dores, vou
estar bem na estreia."
Mas pessoas próximas ao
jogador do Real Madrid dizem que ele só estará em plenas condições físicas a partir
das oitavas de final.
Kaká também teve que
atuar como defensor da Jabulani, a bola da Copa de 2010,
fabricada por sua patrocinadora pessoal. "Não é a bola
do Kaká, é a bola da Adidas",
declarou ele, sorrindo.
"É um modelo novo, com
uma tecnologia nova, e toda
novidade causa uma impressão inicial. Hoje muita gente
diz que não é tão ruim assim", declarou. "Vejo o Luis
Fabiano beijando a bola, o
Júlio César a abraçando..."
O modelo foi chamado de
"sobrenatural" por Luis Fabiano, de "bola de supermercado" por Júlio César e de
"patricinha" por Felipe Melo.
Até Josué, que ontem sentou
ao lado de Kaká para falar
com a imprensa, reclamou.
Enquanto os outros jogadores evitam falar sobre seus
clubes, Kaká teve que responder a respeito da chegada
de José Mourinho ao Real
Madrid e sobre a má temporada que teve no clube.
"Nesta temporada, as coisas tomaram uma proporção
muito grande", afirmou ele.
O meia-atacante só perdeu
o humor quando um jornalista argentino perguntou se
para o Brasil já não importa
mais o modo de jogar. "Ganhamos de 3 a 1 em Rosario,
para nosotros [nós] foi um espetáculo", afirmou, irritado.
E garantiu que não considera o título da Copa vital.
"Seria muito positivo, mas eu
tenho muitas conquistas,
muitas convocações e uma
história legal com a seleção."
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