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São Paulo, domingo, 05 de outubro de 2003

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FUTEBOL

Maior finalizador da partida de ontem, atacante segue criticado por técnico e diz que não está pronto para ser titular

William faz dois, mas não satisfaz Leão

DA REPORTAGEM LOCAL

Criticado publicamente por Emerson Leão há menos de um mês por suas atuações no Santos, William deu uma importante vitória ao time ontem. Seria o suficiente para fazer qualquer treinador mudar seu ponto de vista e elogiar o atacante. Não Leão.
"Ele marcou dois gols e perdeu três. Fez a obrigação dele. Mais do que isso ele não sabe fazer", disse o técnico após o jogo.
Ao saber da reação do chefe, o atacante mostrou resignação. "Tenho muito o que melhorar ainda." Questionado se considera-se pronto para ser titular, seguiu humilde: "Acho que ainda falta muita coisa".
A raiva de William foi direcionada para o São Paulo, no qual jogou nas categorias de base entre 1999 e 2000. "Não valorizaram meu trabalho aqui. Estava irritado quando fiz o gol e foi um cala-boca para a torcida e para o clube", afirmou o paranaense de 20 anos, que teve a missão de substituir Ricardo Oliveira e ontem tornou-se artilheiro do time no Nacional, com oito gols -ao lado de Renato e do negociado Oliveira.
No mês passado, mesmo após marcar cinco gols em dois jogos, William foi considerado "devedor" por Leão, que criticou o apelido de "Príncipe" dado por torcedores ao atacante. "O príncipe pode virar sapo. O William continua devendo. Estamos emprestando a camisa 9 a ele para que ele possa pagar esta dívida, que está diminuindo", disse então o técnico.
William, que deixou o Morumbi com um saco de gelo na boca (disse ter levado uma cotovelada de Fabiano, além de beliscões de Lugano), mostrou que Leão exagerou: o atacante foi o maior finalizador do jogo, com oito conclusões, quatro delas certas. Isso mesmo sem tocar tanto na bola: à exceção dos zagueiros, foi o menos acionado do Santos, com 13 bolas recebidas. Foi também quem mais fez faltas na partida, ao lado de Júlio Santos: seis.
A performance de William foi facilitada por Diego. Um ano após o jogo em que irritou a torcida rival por comemorar um gol sobre o escudo são-paulino, o meia teve participação direta nos gols santistas. Também fez belas jogadas, como a tabela com Elano aos 9min da etapa final, foi o maior driblador (cinco fintas), o segundo maior finalizador e quem mais deu assistências no Santos.
Além da boa atuação de Diego e William, a insistência do técnico do São Paulo, Rojas, na escalação de dois jogadores machucados também contribuiu para o resultado. Principalmente pelo lateral Fabiano. Com uma entorse no tornozelo, teve uma atuação sofrível: foi quem mais errou passes no São Paulo (nove), não finalizou nenhuma vez e acertou apenas um de seis cruzamentos.
Luis Fabiano, escalado com dores na coxa, esteve igualmente apagado, apesar do gol. Finalizou só três vezes, duas erradas, e foi, ao lado de Diego, quem mais perdeu bolas no time (seis cada um).
A queda de rendimento dos "baleados", aliada à expulsão de Carlos Alberto no final do primeiro tempo, fez com que o Santos crescesse na etapa final, apesar de não ter marcado: 13 finalizações, contra apenas três dos são-paulinos; seis escanteios para os vencedores e dois para os derrotados.
O Santos já vencera o São Paulo no primeiro turno, por 3 a 2. Agora, com a sobrevida dos times em jogo, o Morumbi teve ontem o recorde de público em jogos do Brasileiro-03 em SP: 35.790 pagantes.


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