DA REPORTAGEM LOCAL

Assolado por vários escândalos no esporte neste ano, o Comitê Olímpico Internacional quer fechar o cerco contra o doping nos Jogos de Atenas-2004. O assunto entrou em pauta ontem, em reunião do Comitê Executivo da entidade, em Lausanne (Suíça).
Pela primeira vez na história olímpica, os competidores, onde quer que se encontrem, poderão passar por controles antidoping para todas as substâncias proibidas a partir do momento em que for aberta a Vila Olímpica, o que deve acontecer no dia 30 de julho.
Os Jogos de Atenas serão realizados de 13 a 29 de agosto.
Anteriormente, os atletas eram submetidos aos exames completos só depois de competirem em suas respectivas provas.
"Isso significa que os testes irão flagrar todas as drogas até a cerimônia de encerramento dos Jogos", informou Patrick Schamasch, diretor médico do COI, que prevê um aumento dos flagrados devido ao maior rigor.
Além de 300 coletas de urina anteriores aos Jogos, o controle antidoping fará ainda cerca de 2.500 testes após as disputas.
"Haverá também testes específicos para EPO", contou Schamasch, referindo-se à droga que gerou o maior escândalo da história da Volta da França, competição mais tradicional do ciclismo, cuja edição de 1998 foi manchada por vários casos de doping.
A lista de drogas testadas fora de competição normalmente não inclui alguns estimulantes, considerados substâncias mais "leves".
Normalmente, um flagrado no antidoping para esse tipo de medicamento tem todos os seus resultados na competição anulados. A partir de agora, também poderá ser impedido de competir.
"Ao todo, deveremos aumentar os controles contra drogas banidas em 25% em relação à última edição dos Jogos, em Sydney-2000", contabiliza Schamasch.
Na cidade australiana foram realizados 2.052 testes após as disputas e 404 fora de competição, além de 303 exames para detectar EPO -nenhum caso positivo foi encontrado para essa droga. Nove atletas foram desclassificados durante os Jogos. Dois testaram positivo fora de competição.