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PINGUE-PONGUE
"Vendo até a alma pelo clube", diz Alberto Dualib
DA REPORTAGEM LOCAL
DO PAINEL FC
Alberto Dualib, 85, presidente do Corinthians, afirmou que
a conquista do título brasileiro
vai apagar os problemas da
parceria do clube com a MSI.
Aos 85 anos, o homem que
comanda a agremiação do Parque São Jorge desde 1993 comemora seu 15º troféu na equipe e disse que até vende a alma
para ter sucesso com o time.
"O presidente do Corinthians
tem que ter desprendimento
para vender até a alma se for
necessário para dar alegria a 30
milhões de corintianos", declarou Dualib em entrevista à Folha antes da partida contra a
Ponte Preta.
O dirigente também falou
que Carlitos Tevez, herói da
conquista corintiana, virou o
fiel da balança do destino do
clube nos próximos meses. É
hoje, segundo o cartola, o
maior símbolo da parceria com
a MSI. "Se tirar o Tevez, tira a
parceria", afirmou.
(EDUARDO ARRUDA E RICARDO PERRONE)
Folha - O que representa esse
título brasileiro?
Alberto Dualib - Eu reputo como o maior título da história.
Nós alavancamos o futebol
brasileiro. O conceito do Corinthians é o melhor possível. E
também foi um dos mais difíceis porque foi por pontos corridos. Sempre ficamos no meio
do caminho nesse sistema.
Folha - O que foi feito para que
os problemas envolvendo a parceria não afetassem o time dentro de campo?
Dualib - Nós fizemos uma
blindagem, dizendo a cada jogador que o título valia mais do
qualquer conflito. Na história,
vai ficar o Corinthians como
campeão.
Folha - Uma das medidas adotadas foi reajustar o salário dos
pratas da casa?
Dualib - Fez parte sim. Você
deixa a revelação com um pouco mais de valores para que
possam viver melhor. Ter seu
carro, sua casa. Mas eu sei que
no futuro vão querer mais.
Folha - Qual foi a participação
do clube na conquista?
Dualib - Temos 70% de participação do Corinthians. Pelo
nosso trabalho nos últimos dez
anos revelando jogadores para
completar o elenco. E nós procuramos doutriná-los para que
houvesse entre os atletas entrosamento. Os de casa sentem
ciúmes dos que vêm porque os
que chegam ganham mais.
Folha - E ninguém sai?
Dualib - Não. Os que estão aí
são para três, quatro anos. O
Tevez eu estou falando, é para
ficar cinco anos aqui. Parceiro
nenhum vai tirar ele daqui. Se
isso acontecer, o parceiro vai
ser linchado pela torcida.
Folha - Mas o senhor pode garantir isso?
Dualib - Três anos eu estou
garantindo. Todos.
Folha - Mas isso é um acordo
com o parceiro?
Dualib - É um acordo de três
anos.
Folha - E se a MSI quiser vender
o atleta antes disso?
Dualib - Não vai ter condições
de fazer isso. Eles contrataram
um jogador que é ídolo. Tirar o
Tevez daqui é tirar a parceria. É
o grande símbolo da parceria. É
o que mais camisas vende. Ele é
hoje o sucessor do Marcelinho.
As crianças estão cortando o
cabelo igual a ele.
Folha - E se ele quiser sair?
Dualib - O Tevez é muito novo. Tem que ganhar uns três,
quatro títulos.
Folha - Se o senhor sair, a parceria corre riscos?
Dualib - Eu não sei. Tem
aquele ditado: "Quem pariu
que embale". Ninguém quer
saber de quanto foi o contrato.
Quer saber de ganhar título. De
onde vem recurso também não
interessa. Eu também sabia que
o presidente do Corinthians
tem que ter desprendimento
para vender até a alma se for
necessário para dar alegria a 30
milhões de corintianos.
Folha - E o senhor vendeu sua
alma?
Dualib - Não, ela é invendável.
O que eu disse é que precisamos ter desprendimento para
vendê-la.
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