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AMOR E ÓDIO
Torcedores no campo e no "sofá" aumentam no torneio marcado pelo "anticorintianismo"
Título resgata paixão e detona rejeição
DA REPORTAGEM LOCAL
As quase 50 mil pessoas que
foram ao Serra Dourada ontem,
para torcer pelo Corinthians ou
simplesmente "secar" o clube
paulista, são só mais um sintoma no campeonato em que o time do Parque São Jorge foi amado e odiado como raras vezes na
sua história de quase cem anos.
Reverenciando o argentino
Carlos Tevez, a torcida multiplicou sua presença nos estádios e
aumentou a audiência do clube
paulista na televisão.
Acusado de ter sido o grande
beneficiado pelos erros da arbitragem e pela anulação dos jogos
apitados por Edilson Pereira de
Carvalho, o Corinthians causou
a ira de cartolas e torcedores rivais ao mesmo tempo em que
produziu números poderosos.
A média de público corintiana
dobrou em relação ao ano passado, quando o time fez campanha
irregular e foi quinto colocado.
De acordo com números divulgados pela MSI, os jogos do
clube têm no Campeonato Brasileiro uma média de 34 pontos
no Ibope, um aumento de oito
pontos em relação a 2004.
Com o sucesso em campo, até
a organizada Gaviões da Fiel,
que chegou a invadir o Parque
São Jorge para protestar durante
as negociações entre o clube e a
MSI, deixou as críticas de lado.
Em campo, Tevez foi o principal responsável pelo recrudescimento da paixão corintiana. Fazendo gols (foi o artilheiro do time no ano) e correndo muito, o
atleta, que é chamado pelo seu
primeiro nome no diminutivo
(Carlitos), vê os fãs vestirem a
camisa da Argentina e usarem o
estilo de chapéu que é sua marca, além de seu corte de cabelo.
Quase na mesma velocidade
que o corintiano "redescobriu"
seu time, os detratores do clube
ganharam força. Até atletas de
outras equipes soltaram farpas
na direção do Parque São Jorge.
O são-paulino Souza falou que
que o "Corinthians não precisava mais de mala preta, pois a mala já havia sido entregue com o
troféu dentro quando anularam
os 11 jogos". Ele foi ameaçado de
punição pesada pelo STJD e acabou se retratando publicamente.
Cartolas também atiraram
contra o Corinthians. Os ataques
mais pesados partiram de dirigentes de Inter, São Paulo e Santos. Os gaúchos reclamaram da
anulação dos jogos e do pênalti
não marcado no confronto
diante do Corinthians no mês
passado. Os paulistas tiveram vitórias sobre o rival anuladas por
culpa do escândalo do apito.
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