São Paulo, segunda-feira, 05 de dezembro de 2005

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FUTEBOL

Evento oficial tem fracasso de público, que vibrou com tetra do Brasileiro até as 22h, apesar de derrota para Goiás

Pouca torcida e revés esfriam festa em SP

LUÍS FERRARI
DA REPORTAGEM LOCAL

DÉBORA MIRANDA
DO "AGORA'

Eram 50 mil os corintianos esperados na praça Heróis da Força Expedicionária Brasileira, em Santana (zona norte), onde quatro telões foram colocados para exibir o jogo do Corinthians em Goiás. Porém, segundo a PM, durante a partida não passaram de 6.000 os torcedores no local.
Depois do jogo, com o título definido, o número de torcedores aumentou, porém, em nenhum momento o espaço que os organizadores destinaram para o público teve mais de 10% de ocupação.
A comemoração também foi esfriada pela derrota do Corinthians. Segundo o tenente-coronel Vanderlei de Mello, comandante da operação, o ímpeto dos torcedores diminuiu quando o Goiás marcou seu terceiro gol. Segundo ele, havia 500 policiais fazendo a segurança no local.
O comandante apontou também outro fator para justificar o espaço vazio. "Muita gente pensava que os jogadores viriam para cá diretamente de Goiás. Como isso não foi confirmado, o evento perdeu parte do apelo", afirmou Mello, para quem a estrutura montada comportaria uma multidão bem maior.
O engenheiro Jorge Ifrain, 43, levou seu filho de cinco anos para a festa. Apesar de decepcionado com a derrota, defendeu o Corinthians e culpou a arbitragem.
"Se o Corinthians tivesse empatado, a festa seria melhor. Mas o time também perdeu graças a um gol em impedimento. Quero ver quem vai falar que foi roubado."
Após o fim da partida, os telões repetiam insistentemente imagens da conquista do Paulista de 1977. Os gols de ontem só foram reprisados quase três horas após o fim do jogo com o Goiás, quando foi sintonizado um programa de TV de debate futebolístico.
A estrutura montada pela prefeitura contou com pronto-socorro e banheiros químicos, fato inédito em festas como essa. Em razão da quantidade de torcedores -inferior ao esperado- a estrutura era mais do que suficiente para atender aos corintianos, que se dispersar por volta das 22h.
Outro ponto que contribuiu com o público inferior ao esperado foi o fato de a principal organizada corintiana, a Gaviões da Fiel, ter organizado sua própria festa.
Cerca de 5.000 pessoas estiveram na quadra da Gaviões da Fiel, no Bom Retiro (centro) até as 19h, segundo a polícia.
Minutos antes de a partida começar, a vizinhança da rua Cristina Tomás, onde fica a sede da torcida, já tinha cara de endereço oficial dos corintianos. A rua foi fechada e estava dominada por barracas de lanches e cerveja, além de TVs improvisadas. Na quadra, um telão transmitia o jogo, mas durante o primeiro tempo, a imagem estava péssima. Nada se via ou se ouvia. Ainda assim, a bateria animava a torcida, que cantava.
No intervalo, Herbert César, diretor-geral da Gaviões, foi ao microfone pedir calma. "Estamos tentando fazer o melhor e resolver esse problema do telão. Vamos ficar aqui, acompanhando o jogo e fazendo festa. Vocês sabem que tudo para nós é sofrido."
Questionado se a festa aconteceria independentemente de decisão judicial, disparou: "Vai ter festa, por qualquer resultado". E teve, apesar do revés em Goiânia.

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