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Com 3.000 PMs, capital paulista fica sitiada
KLEBER TOMAZ
VICTOR RAMOS
DA REPORTAGEM LOCAL
Brigas agendadas via internet,
jogos de São Paulo e Palmeiras
ocorrendo ao mesmo tempo na
capital paulista, e a mobilização
de torcedores corintianos para a
comemoração do título. O cenário, que prenunciava tumultos envolvendo torcidas rivais, foi ignorado pela CBF. E levou a Polícia
Militar a sitiar São Paulo.
Mais de 3.000 PMs, de diversos
batalhões, foram postos nas ruas,
além do contingente que normalmente faz o policiamento na cidade. Mas nem um dos maiores esquemas de segurança foi capaz de
evitar que são-paulinos e palmeirenses entrassem em confronto
na tarde de ontem.
Por volta das 14h, duas horas
antes do início das 11 partidas da
rodada final do Campeonato Brasileiro, na estação Dom Pedro 2º
do Metrô, na região central, quatro torcedores do Palmeiras e três
do São Paulo foram detidos, por
PMs e agentes de segurança do local, após causarem tumulto em
um vagão da composição.
Além dos estádios do Morumbi
e do Parque Antarctica, os policiais haviam sido colocados nas
proximidades de estações do Metrô, terminais da CPTM, de ônibus. Atenção especial foi dada às
estações Barra Funda e Tatuapé.
Nesta última, Diogo Lima Borges,
o Muñoz, 23, membro da Mancha
Alviverde, torcida organizada
palmeirense, foi morto com um
tiro ocorrido em briga com corintianos marcada pela internet, antes do clássico Palmeiras e Corinthians, dia 16 de outubro.
"Nunca vi nada igual. Essa ação
toda só está ocorrendo porque
aquele palmeirense [Muñoz] foi
morto", disse o tenente Rubens
Cardoso, do 8º Batalhão da PM.
Com a medida de se aumentar o
efetivo, muitos policiais militares
tiveram suas folgas cassadas. "Fazer o quê? Se o comandante está
trabalhando por que nós não vamos estar?", afirmou o cabo Diogo, do 21º BPM.
Mas também teve quem comemorou. "Nossa estação ficou
manchada pela morte do palmeirense. Os policiais intimidam
quem quiser fazer besteira de novo", disse Silvio Alberto, encarregado da CPTM.
Mas se dependesse do tenente-coronel Luiz Serpa, comandante
do 2º Batalhão de Choque, responsável pela segurança nos estádios, esse montante de policiais
não precisaria trabalhar se a CBF
tivesse aceito seu pedido para que
a entidade antecipasse os jogos
Palmeiras x Fluminense (Parque
Antarctica) e São Paulo x Atlético-PR (Morumbi). O pedido, porém,
não foi atendido pela entidade na
última terça-feira.
Ontem, investigadores da Delpom (Delegacia de Polícia do Metropolitano de São Paulo), na estação de metrô Barra Funda, onde
o caso foi registrado, informaram
que o palmeirense L.B.S., 17, foi
agredido por são-paulinos após
ter sido obrigado a tirar a camisa
do clube que vestia.
Todos os envolvidos -dentre
os quais mais três adolescentes -
assinaram um termo circunstanciado como autores de rixa, que,
devido a pena branda (de 15 dias a
dois meses de detenção), leva a
Justiça a estipular trabalhos comunitários e multa aos culpados.
Eles foram liberados após prestarem depoimento. A polícia também apreendeu três rojões.
"Estava no vagão à paisana. Foram 30 são-paulinos e um grupo
menor do Palmeiras", relatou o
tenente Marcelo das Graças de
Souza, comandante do 13 BPM.
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