São Paulo, segunda-feira, 05 de dezembro de 2005

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

FUTEBOL

Derrota para rebaixado Coritiba frustra time gaúcho, que vibra na esperança de que o título seja ganho nos tribunais

Inter cai, festeja na marra e leva pedrada

MÁRVIO DOS ANJOS
ENVIADO ESPECIAL A CURITIBA

Uma derrota, um campeonato na incógnita, uma festa na marra. A "final" do Brasileiro que coube ao vice-líder Internacional terminou em 1 a 0 para o Coritiba, que caiu para a segunda divisão, ontem, no estádio Couto Pereira.
Tendo a seu favor o fato de o campeão não poder ser declarado até decisão da Justiça em Porto Alegre, os gaúchos, abatidos com a derrota, foram saudar a torcida ao fim do jogo, sem muito ânimo. Depois, voltaram ao vestiário. Confirmada a derrota do Corinthians, cumpriram ordens da diretoria -e levaram pedradas.
Revoltados com o descenso, os coxas-brancas não aceitaram a festa colorada. Quando o Inter voltou a campo para saudar a torcida pela segunda vez, arremessaram chuva de concreto quebrado das arquibancadas inferiores.
"Dentro de campo, nos consideramos campeões, com um ponto na frente. Por ordem da diretoria a gente vai comemorar esse tetra", disse o atacante Fernandão. "A diretoria nos prometeu que este título é nosso."
O volante Tinga, por sua vez, preferiu o caminho da fé, quando soube da possibilidade de a CBF entregar a taça ao Corinthians em evento hoje. "Eles não vão dar o braço a torcer, mas a gente confia primeiro na justiça de Deus. O nosso trabalho não foi em vão."
Pela situação de ambos os times na tabela, o jogo tinha que ser aberto. O Inter precisava vencer e torcer contra o Corinthians para ter chance de ganhar no campo ou na Justiça comum. O Coritiba precisava vencer para sonhar em ficar na elite, embora ainda dependesse de derrota do São Caetano ou da Ponte Preta.
E quem esperava um passeio do vice-líder sobre o desesperado se surpreendeu logo aos 3min, quando Élder Granja derrubou o lateral-esquerdo Ricardinho na área. Elvécio Zequetto marcou pênalti indiscutível, que Alcimar cobrou no meio do gol de André.
A resposta imediata do Inter foi de total apatia, com especial destaque negativo para Rafael Sóbis.
O Coritiba, ainda empolgado, fez com Caio um gol corretamente anulado por impedimento. Minutos depois, Renaldo perdeu grande chance ao chutar ante André. O goleiro defendeu mal, e a bola foi tirada em cima da linha.
Quando reequilibrou o jogo, o time de Muricy estabeleceu a tônica que se estenderia até o final: pressão constante colorada contra estocadas raras e perigosas dos paranaenses entrincheirados.
Era um jogo fraco em técnica, mas ótimo, porque disputado no coração. Os zagueiros Anderson e Reginaldo Nascimento comandavam a resistência alviverde. O Inter chutava com quem podia, mas Douglas se revelou uma parede em verde e branco.
A torcida do Inter, a que mais reclamou neste Brasileiro, teve aos 35min mais um lance para seu rosário de queixas: pênalti de Reginaldo Nascimento não marcado em cima de Fernandão.
No segundo tempo, o Inter continuou a pressionar, mas os donos da casa conseguiram não só administrar a pressão como descontrolar nos gaúchos.
O vice-líder não se encontrou e, no segundo tempo, só teve uma grande chance de gol, em cabeçada de Fernandão defendida por Douglas. Mal no último ato, os colorados agora esperam se a festa vale para os tribunais.


Com colaboração da Agência Folha, em Curitiba

Texto Anterior: Com 3.000 PMs, capital paulista fica sitiada
Próximo Texto: Em Porto Alegre, torcida celebra
Índice


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.