|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
FUTEBOL
Derrota para rebaixado Coritiba frustra time gaúcho, que vibra na esperança de que o título seja ganho nos tribunais
Inter cai, festeja na marra e leva pedrada
MÁRVIO DOS ANJOS
ENVIADO ESPECIAL A CURITIBA
Uma derrota, um campeonato
na incógnita, uma festa na marra.
A "final" do Brasileiro que coube
ao vice-líder Internacional terminou em 1 a 0 para o Coritiba, que
caiu para a segunda divisão, ontem, no estádio Couto Pereira.
Tendo a seu favor o fato de o
campeão não poder ser declarado
até decisão da Justiça em Porto
Alegre, os gaúchos, abatidos com
a derrota, foram saudar a torcida
ao fim do jogo, sem muito ânimo.
Depois, voltaram ao vestiário.
Confirmada a derrota do Corinthians, cumpriram ordens da diretoria -e levaram pedradas.
Revoltados com o descenso, os
coxas-brancas não aceitaram a
festa colorada. Quando o Inter
voltou a campo para saudar a torcida pela segunda vez, arremessaram chuva de concreto quebrado
das arquibancadas inferiores.
"Dentro de campo, nos consideramos campeões, com um
ponto na frente. Por ordem da diretoria a gente vai comemorar esse tetra", disse o atacante Fernandão. "A diretoria nos prometeu
que este título é nosso."
O volante Tinga, por sua vez,
preferiu o caminho da fé, quando
soube da possibilidade de a CBF
entregar a taça ao Corinthians em
evento hoje. "Eles não vão dar o
braço a torcer, mas a gente confia
primeiro na justiça de Deus. O
nosso trabalho não foi em vão."
Pela situação de ambos os times
na tabela, o jogo tinha que ser
aberto. O Inter precisava vencer e
torcer contra o Corinthians para
ter chance de ganhar no campo
ou na Justiça comum. O Coritiba
precisava vencer para sonhar em
ficar na elite, embora ainda dependesse de derrota do São Caetano ou da Ponte Preta.
E quem esperava um passeio do
vice-líder sobre o desesperado se
surpreendeu logo aos 3min,
quando Élder Granja derrubou o
lateral-esquerdo Ricardinho na
área. Elvécio Zequetto marcou
pênalti indiscutível, que Alcimar
cobrou no meio do gol de André.
A resposta imediata do Inter foi
de total apatia, com especial destaque negativo para Rafael Sóbis.
O Coritiba, ainda empolgado,
fez com Caio um gol corretamente anulado por impedimento. Minutos depois, Renaldo perdeu
grande chance ao chutar ante André. O goleiro defendeu mal, e a
bola foi tirada em cima da linha.
Quando reequilibrou o jogo, o
time de Muricy estabeleceu a tônica que se estenderia até o final:
pressão constante colorada contra estocadas raras e perigosas dos
paranaenses entrincheirados.
Era um jogo fraco em técnica,
mas ótimo, porque disputado no
coração. Os zagueiros Anderson e
Reginaldo Nascimento comandavam a resistência alviverde. O Inter chutava com quem podia, mas
Douglas se revelou uma parede
em verde e branco.
A torcida do Inter, a que mais
reclamou neste Brasileiro, teve
aos 35min mais um lance para seu
rosário de queixas: pênalti de Reginaldo Nascimento não marcado
em cima de Fernandão.
No segundo tempo, o Inter continuou a pressionar, mas os donos
da casa conseguiram não só administrar a pressão como descontrolar nos gaúchos.
O vice-líder não se encontrou e,
no segundo tempo, só teve uma
grande chance de gol, em cabeçada de Fernandão defendida por
Douglas. Mal no último ato, os colorados agora esperam se a festa
vale para os tribunais.
Com colaboração da Agência Folha, em
Curitiba
Texto Anterior: Com 3.000 PMs, capital paulista fica sitiada Próximo Texto: Em Porto Alegre, torcida celebra Índice
|