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Belluzzo nega culpa por violência
Presidente do Palmeiras diz não haver relação entre as últimas polêmicas e onda de ira de torcedores
Cartola cita briga de torcida com Luxemburgo, em 2008, ao contestar ser responsável por emboscada à delegação e por agressão a Vagner Love
RENAN CACIOLI
ENVIADO ESPECIAL A ITU
"Um exagero." Foi assim que
o presidente do Palmeiras, Luiz
Gonzaga Belluzzo, classificou a
relação entre suas polêmicas
declarações nas últimas semanas e a onda de violência da torcida do time com os jogadores.
"Não dá para relacionar as
duas coisas. No ano passado,
quando foram lá bater no Luxemburgo, eu não tinha falado
nada", disse o mandatário.
Ele se referiu à confusão
ocorrida no desembarque palmeirense no aeroporto de Congonhas, há cerca de um ano,
quando o então treinador da
equipe, Vanderlei Luxemburgo, acusou integrantes da torcida organizada Mancha Alviverde de tê-lo agredido.
Na época, Belluzzo ainda não
ocupava a presidência, nas
mãos de Affonso della Monica.
Suspenso na esfera desportiva até agosto do ano que vem,
por conta das ofensas proferidas contra o árbitro Carlos Eugênio Simon, o dirigente conversou por apenas alguns minutos com a reportagem.
Ele negou por duas vezes que
suas palavras pudessem, mesmo que indiretamente, ter influenciado as recentes manifestações violentas da torcida.
No sábado, o ônibus que trazia a delegação palmeirense de
volta de Itu, onde o elenco permanecia concentrado para o jogo contra o Atlético-MG, foi alvo de emboscada na rodovia
Castelo Branco. Um grupo de
torcedores não identificados
arremessou pedras contra as
janelas do veículo alviverde.
Três dias depois, o atacante
Vagner Love foi cercado por
três membros da Mancha Alviverde quando deixava uma
agência bancária na zona oeste
da cidade. Houve troca de
agressões, e o jogador teve suas
roupas rasgadas. Os agressores
de Love foram detidos no mesmo dia e continuam presos no
Centro de Detenção Provisória
de Vila Independência.
O atacante Lenny já havia sido ameaçado uma semana antes na mesma agência.
Ambos os episódios ocorreram menos de um mês depois
de Belluzzo ter afirmado que
"daria uns tapas" em Simon,
por conta de um erro do árbitro
na derrota para o Fluminense,
e de ter sido flagrado em festa
da Mancha dizendo "Vamos
matar os bambis", em referência jocosa aos são-paulinos.
"Não foi porque eu disse "vamos ganhar dos são-paulinos"
ou "vamos matar os bambis" que
tudo isso aconteceu. As razões
são outras", afirmou o mandatário, sem especificar quais.
Belluzzo foi ontem se encontrar com o elenco, que mais
uma vez se refugiou no interior
do Estado com vistas à partida
de amanhã, diante do Botafogo,
no Rio, que definirá o planejamento do próximo ano.
"Vou lá passar um apoio para
os jogadores", disse o presidente, que estava ausente desde
que o vídeo mostrando sua participação na festa da Mancha se
espalhou pela internet.
O Palmeiras volta hoje de Itu.
Chegando à capital, deverá seguir, em voo fretado, para o Rio.
A diretoria não tem divulgado
os passos da equipe para evitar
multidão e contatos com a ala
mais exaltada da torcida.
"Os jogadores ficaram assustados, é claro. Poderia ter acontecido uma tragédia no sábado", afirmou o técnico Muricy
Ramalho, citando o caso do
apedrejamento no ônibus.
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