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AÇÃO
Extra-extragrande
CARLOS SARLI
COLUNISTA DA FOLHA
A temporada de inverno no
hemisfério norte chega ao
fim, e com ela o período de inscrições para o Billabong XXL, o
maior concurso de ondas grandes
do mundo. A temporada 05/06 foi
movimentada, com vários swells
de onda grande chegando não só
às tradicionais bancadas como
também a algumas recém-descobertas. A costa basca espanhola, o
Chile e a Tasmânia estão entre essas novidades. Mas, apesar de freqüentes, poucas ondulações atingiram os 50 pés neste ano.
As ondas finalistas das três categorias, maior onda, maior onda
na remada e maior tubo, já estão
definidas, e os vencedores serão
conhecidos em Anaheim, Califórnia, EUA, no dia 14 de abril.
Fato inédito, nenhum brasileiro
está entre os finalistas, o que pode
ser justificado pela restrição da
organização do concurso às ondas surfadas em Jaws, Havaí, um
dos locais preferidos pelos big riders brasileiros e praia que definiu os três últimos vencedores.
Na categoria principal, que premia com um mínimo de US$ 60
mil (ou US$ 1.000 por pé surfado)
o surfista que dropar a maior onda da temporada, os finalistas são
o espanhol Ibon Amatriain, com
uma onda surfada em sua terra
natal; Ross Clarke-Jones, em Todos os Santos, México; Tyler Fox,
em Ghost Tree, Califórnia; Brad
Gerlach, também em Todos os
Santos, no fatídico 21 de dezembro, o mesmo que valeu a Clarke-Jones uma vaga na final; e Flea
Virostko, em Maverick's, EUA.
Como todos os anos, não deve
faltar polêmica na hora de medir,
através de fotos e vídeos, o tamanho das ondas. Por causa da imprecisão da técnica do julgamento, a escolha fica quase subjetiva,
o que gera discórdia e frustração.
A comissão julgadora é composta por editores, executivos e surfistas. Juntos, tentam chegar à
conclusão de quantos pés cada
onda tem. Se por acaso decidem
que duas ou mais são do mesmo
tamanho, a discussão parte para
a consistência. E aí, quando o julgamento passa a ser ainda mais
subjetivo, abre espaço para polemizar o resultado. Outro ponto de
discórdia parece ser a menor importância dada à categoria "paddle in", que premia o surfista que
dropar, sem a ajuda de um jet ski,
a maior onda da temporada.
Desde que o tow-in ganhou status de esporte, existe o racha: há
quem diga que não se trata de
surfe, mas sim de um esporte derivado do surfe, já que, para entrar
na onda, o sujeito precisa da ajuda de uma embarcação motorizada. Neste ano, a categoria paddle in produziu finalistas dropando ondas de tamanho consideráveis, o que reacendeu a polêmica.
Para piorar, o vencedor é premiado com US$ 10 mil, o que deixa
evidente, em medidas financeiras, a menor importância da disputa. E é nesse ponto que o bicho
pega, porque, para uma certa
classe de surfistas, o fato de o atleta conseguir entrar na onda remando é mais difícil do que com
um jet ski. É certo que quem entra
remando pode entrar com um jet
ski, mas o oposto não é verdade.
Seja como for, dia 14, quem gosta de ondas grandes estará ligado
para conhecer os campeões do
ano. Apostaria em Brad Gerlach,
Jamie Sterling e Shane Dorian.
Seleção brasileira no WCT
Com presença do heptacampeão Kelly Slater, foi anunciado nesta semana o patrocínio da TIM para o time de oito atletas do país que disputa a elite mundial. Slater ainda gravou um comercial para a marca
com Pedro Muller e o veteraníssimo Arduino Colassanti, 69.
Ranking e cancelamento
Ao mesmo tempo que anunciou a criação do ranking sul-americano
de surfe, a ASP South America comunicou o cancelamento do Reef
Classic, reduzindo a cinco o número de competições na região.
Recordes no Everest
Ana Elisa Boscarioli tenta ser a primeira do país a ir ao topo do mundo. Já Vitor Negrete e Rodrigo Raineri buscam o cume sem oxigênio.
E-mail sarli@trip.com.br
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