São Paulo, segunda-feira, 06 de junho de 2005

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FUTEBOL

Após 1ª derrota de Pekerman, rival vê queda de 20% no seu aproveitamento em relação ao qualificatório passado

Argentina perde a pose nas eliminatórias

RODRIGO BUENO
DA REPORTAGEM LOCAL

A Argentina ainda lidera as eliminatórias sul-americanas, mas, após a derrota de anteontem por 2 a 0 para o Equador, a primeira na era Pekerman, deixou a maior rival do Brasil com aproveitamento de pontos 20% inferior ao obtido nesse mesmo estágio do qualificatório para o Mundial passado.
Os argentinos somam 28 pontos na atual disputa, apenas um a mais que o Brasil. Após vencerem o Equador fora de casa por 2 a 0 nas eliminatórias passadas, eles computavam 35 pontos e já celebravam matematicamente a vaga para a Copa-2002 -a tabela atual repete a do último qualificatório. A Argentina não só não está ainda assegurada no Mundial de 2006 como pode perder a liderança das eliminatórias para o Brasil na quarta-feira em Buenos Aires. No qualificatório passado, a equipe treinada por Marcelo Bielsa terminou com 43 pontos, 12 a mais que o segundo colocado na tabela e 13 a mais que o time brasileiro.
A campanha impecável dos argentinos nas últimas eliminatórias não teve troca de treinador -agora, Bielsa deu lugar a José Pekerman, que já recebe críticas- e colocou o país como um dos dois grandes favoritos ao título mundial, juntamente com a França. Toda a eficiência do qualificatório, porém, não adiantou nada no Mundial, pois a Argentina caiu ainda na primeira fase.
Bielsa começou as atuais eliminatórias mais preocupado em levar a melhor sobre o Brasil (""troco a primeira posição nas eliminatórias por duas vitórias contra o Brasil"). Acabou perdendo em Belo Horizonte por 3 a 1 e deixou o seu posto -a Argentina não conseguiu superar uma equipe B do Brasil na Copa América.
Pekerman assumiu com uma convincente vitória sobre o Uruguai, mas, depois, a equipe não rendeu tão bem, empatando com o Chile e vencendo a Venezuela de forma apertada. Nos últimos jogos fora, o treinador optou por uma seleção alternativa. Essa até venceu a Bolívia em La Paz, mas virou uma presa fácil em Quito.
A pouco mais de um ano da Copa, Pekerman não tem um time ideal. Ele tem trocado inúmeros atletas e mesmo sua tática não está definida, algo bem diferente do que aconteceu com Bielsa nas eliminatórias passadas, quando sua equipe esbanjava entrosamento.
Anteontem, a Argentina perdeu após um ano e dois dias de invencibilidade -a última derrota fora diante do Brasil. Pekerman não tinha sido batido em oito jogos entre eliminatórias e amistosos. E contra o Brasil até Julio Grondona, presidente da federação argentina, está pessimista. ""O Brasil sempre foi superior à Argentina", disse ele após o revés fora de casa.

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