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FUTEBOL
O talento que faz a diferença
MARCOS AUGUSTO GONÇALVES
EDITOR DE OPINIÃO
Torci para Portugal e isso
me fez sentir como de fato somos privilegiados, os brasileiros,
em termos de seleção de futebol.
Nem sempre temos um time bem
armado, nem sempre estamos
perfeitamente entrosados, mas
quase sempre temos jogadores
que fazem a diferença. E foi isso o
que faltou a Portugal. Uma seleção como a da Grécia, extremamente organizada, contando com
as peças certas para fazer o tipo
de jogo que apresentou -muita
marcação, disciplina e paciência- é difícil de ser batida. Contra equipes assim, a melhor arma
continua sendo o craque.
É claro que disposição, organização e persistência são fundamentais, mas é aquele passe inesperado, aquele drible "incontível"
e aquele chute espetacular que
acabam mudando tudo. Não que
a seleção portuguesa seja desprovida de talento. Tem, sim, alguns
excelentes jogadores, mas em
quantidade reduzida e numa faixa de qualidade que, mesmo alta,
não chega a ser excepcional.
A seleção brasileira encontraria
muitas dificuldades para vencer a
da Grécia, como ocorre com seleções mais duras, como a sueca ou
mesmo a turca da última Copa.
Mas, quando pensamos no que
fez Ronaldo na última partida
contra a Argentina, vemos como
um craque, muitas vezes, é capaz
de resolver sozinho uma situação
difícil. E, no Brasil, temos qualidade em quantidade.
É isso, afinal, que tem nos deixado, ao longo de tantos anos, em
situação tão privilegiada em termos de seleção.
Menos mal que o Flamengo tenha vencido o Paysandu, glorioso
time de Carabina e Balão, no domingo. Contou com a expulsão de
Sandro, mas ao menos soube se
aproveitar da vantagem. A vitória serviu para amenizar, mas
não para curar o sofrimento causado pela derrota para o Santo
André.
Aquela quarta-feira foi uma
tragédia não apenas rubro-negra,
mas carioca. O Flamengo fez algo
inédito em sua história -caiu
sem lutar pela vitória. E o Rio, depois de ter feito até uma festa bacana com a tal da tocha olímpica,
deu um novo passo para trás, com
a verdadeira baderna que foi a
"organização" da partida. Um
tremendo papelão para uma cidade que quer se projetar como
olímpica. Espero que as coisas
melhorem até o Pan.
O Palmeiras chegou lá. O time
está certinho. Mesmo sem Vágner, conseguiu fazer uma boa
partida e assumiu a liderança do
emboladíssimo Brasileiro.
Falta, no entanto, elenco para
agüentar uma competição longa.
Precisa de reforços.
Para ver aonde as coisas chegaram: os corintianos já estão animados com Fábio Baiano.
E o Santos vem aí. E vem naquela toada do Luxemburgo, o melhor treinador do país, capaz como poucos de organizar um time.
Novo Maracanã
Certamente há muita coisa para implodir no futebol brasileiro antes do Maracanã, como
sugeriu o presidente da CBF,
Ricardo Teixeira. Mas é verdade que o grande Mário Filho é
um estádio obsoleto. Por que
então não organizar um concurso arquitetônico para uma
arena moderna, mas que preserve traços do atual Maracanã,
em vez de simplesmente varrê-lo do mapa?
Copa América
Na quinta-feira, o Brasil B estréia na Copa América. A impressão inicial é que Carlos Alberto Parreira está inventando,
preferindo escalar jogadores
fora das posições em que estão
jogando nos clubes. Mais uma
vez Luis Fabiano fica fora da
sua. Mas a seleção sempre tem
um pouco disso. Veremos.
E-mail mag@folhasp.com.br
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