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OUTDOOR
Número de empresas nacionais com placas em Santo Domingo tem acréscimo de 150% em relação a Winnipeg-1999
Publicidade dominicana vira negócio de brasileiro
MARIANA LAJOLO
DA REPORTAGEM LOCAL
Parece que o Pan-Americano é
disputado no Brasil. Espalhadas
por todos os cantos, placas publicitárias de empresas nacionais
povoam boa parte das instalações esportivas de Santo Domingo. Dez marcas brasileiras já pagaram para registrar seus logotipos em locais de competição na
República Dominicana.
O número de anunciantes neste ano é 150% maior que o da última edição, em Winnipeg, no
Canadá. O evento de 1999 atraiu
apenas quatro marcas. Mas por
que investir em um Pan marcado pela desorganização e pela
falta de planejamento?
Segundo Ronaldo Monteiro,
da Estática Brasil, empresa que
detém os direitos de venda das
placas, a explicação está no espaço que as TVs decidiram dar aos
Jogos. "O Pan tem transmissão
ao vivo da Globo, da Bandeirantes e de TVs por assinatura. Sem
a TV, não venderíamos nada."
Em 1999, as emissoras demoraram a descobrir o Pan e só aumentaram as transmissões
quando começou a enxurrada de
medalhas. O fenômeno, aparentemente, seduziu novos anunciantes. "Ouvi que tiveram até
80% de retorno", diz Eliane Pereira de Araújo, diretora de marketing da escola de idiomas Wizard, que está no Pan e já patrocina o time de vôlei do Suzano.
Outras empresas viram no
evento a possibilidade de expansão no continente americano. É
o caso da Buddemeyer, fabricante de toalhas que comprou placas
nas provas de desportos aquáticos. Mas houve, também, quem
preferiu uma exposição total.
A rede de ensino COC será a
marca brasileira mais vista em
Santo Domingo. Terá seu logo
em todas as 42 modalidades.
Pelo pacote, a empresa afirma
que desembolsará aproximadamente 5% de seu faturamento.
Segundo a Folha apurou, o valor
corresponde a cerca de R$ 3,5
milhões. Em Winnipeg, a rede de
ensino pagou R$ 200 mil. Ou seja, o investimento deste ano é
575% maior que o feito em 1999.
"Queremos privilegiar o esporte de forma imparcial", disse
Vagner Aguilar, diretor de marketing do COC, que patrocina o
campeão brasileiro de basquete.
A exposição da marca em
eventos esportivos já gerou confusão. Na Copa América de futebol, em 1999, no Paraguai, e na
Copa-2002, faixas da instituição
apareceram nas arquibancadas
-o COC creditou a propaganda
a alunos residentes no exterior
Perto das cifras do futebol e das
vinculações em mídia eletrônica,
é muito barato anunciar no Pan.
Em média, uma placa sai por R$
100 mil -o vôlei (quadra ou
praia), por R$ 200 mil, é exceção.
No Paulista-2003, uma cota de
quatro placas custou cerca de R$
1,3 milhão. Uma inserção de 30
segundos no horário nobre da
Globo sai por até R$ 150 mil. No
canal pago Sportv, uma cota para o período do Pan saiu por R$
1,5 milhão (1196 inserções).
As competições têm ocupado,
no mínimo, 12 horas da grade de
quatro canais pagos (Sportv 1 e 2,
Bandsports e ESPN Brasil). Globo e a Bandeirantes têm flashes.
Mas, apesar do crescimento, a
venda deste ano não atingiu o esperado. Ainda há cinco potenciais anunciantes negociando.
O atraso não é visto com surpresa. A Estática Brasil só assinou com o Comitê Organizador
dos Jogos em maio de 2002. "Havia receio sobre o que iria acontecer. Os primeiros contratos só
foram firmados em 2003", diz
Monteiro, referindo-se ao atraso
nas obras e a possibilidade, que
chegou a ser ventilada, de cancelamento da competição.
Mas outro problema ocorre
agora. Com a desorganização, as
TVs não conseguem prever com
antecedência suas grades.
Colaboraram os enviados
a Santo Domingo
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