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São Paulo, quarta-feira, 06 de agosto de 2003

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TÊNIS

Confusão geral

RÉGIS ANDAKU
COLUNISTA DA FOLHA

No sexto Masters Series do ano, quatro tenistas lutam pela liderança da Corrida. O primeiro, campeão em Roland Garros, Juan Carlos Ferrero, tem apenas cinco pontos de vantagem sobre o segundo, Roger Federer, campeão em Wimbledon.
Por fora, correm o terceiro colocado, Guillermo Coria, três títulos consecutivos, algo inédito no circuito há sete anos, e o quarto, o veterano Andre Agassi, que escolhe a dedo onde joga (e, nesses casos, raramente decepciona).
Em Montréal, nesta semana, e em Cincinnati, na próxima, destaque para Andy Roddick, Mark Philippoussis, Tim Henman e Lleyton Hewitt, tenistas de ponta que tiveram atuações brilhantes na última semana, chegando pelo menos às semifinais.
Nicolas Kiefer e Paradorn Srichaphan, de quem você já ouviu falar, também mostram bom desempenho na temporada norte-americana. E até um surpreendente e veteraníssimo Wayne Ferreira, veja só, salvou três match points diante de Hewitt para levantar um troféu por lá.
Com mais da metade da temporada para trás, é agora que se forma a lista dos que vão para a reta final em busca de uma vaga na Masters Cup.
No meio disso tudo, de toda essa disputa, de todos esses retornos, de todos esses desempenhos, o que para o fã brasileiro interessa é: onde anda, como está, o que se espera de Gustavo Kuerten?
Como sempre, o melhor tenista brasileiro pouco fala, quase nada revela de sua preparação ou de seus planos. Sempre por meio de sua assessoria, conta frases que não deixam claro o que passa por sua cabeça nesta parte tão importante e concorrida do ano.
"Passei um tempo muito importante em casa, me preparando para a segunda metade do ano, melhorando a parte técnica e física. Estou jogando legal e agora preciso entrar em ritmo de torneio", disse, em declaração passada por escrito à imprensa, pouco antes de viajar para Los Angeles.
Na Califórnia, o brasileiro teve de fato uma boa atuação. Só caiu diante de Philippoussis. Perdeu por pouco e, com certa razão, saiu feliz. "Foi um bom começo."
O tal "ritmo de torneio", então, parecia ter sido adquirido, não? Não. Em Montréal, caiu pateticamente na estréia diante de Simon Larose (quem?). Pior: disse depois do jogo que estava "um pouco cansado".
Cansado? Onde fica, então, a preparação, a tal "melhora na parte técnica e física"?
Kuerten não deve satisfação a ninguém, a não ser a seu próprio treinador. O que já fez pelo tênis brasileiro, as suas conquistas, isso tudo o coloca como um dos maiores esportistas brasileiros hoje.
Mas, enquanto se propõe a jogar, a rodar pelo circuito, a disputar torneios, ele deve, quando falar, tentar ser mais sincero. Fica a impressão de que o que fala é brincadeira ou bobagem.
"Viajo (para a temporada na América do Norte) com boas expectativas, mas sem metas."
Sem metas? Que Kuerten, dentro da quadra, em Cincinnati e nos Aberto dos EUA, mostre a ambição e a objetividade que não mostra fora delas.

Palavras ao vento
Gustavo Kuerten estava tão perdido após cair contra Simon Larose no Masters Series de Montréal que disse que o Canadá é favorito contra o Brasil na Copa Davis. Ninguém entendeu.

Safra nova
André Miele, Fernanda Martins, Victor Melo, Isabela Kulaif, Rafael Garcia, Natasha Lotuffo, João Vitor Fernandes e Natália Ferreira venceram a 4ª etapa do Grand Slam infanto-juvenil da CBT.

Atuações apagadas
Em Belo Horizonte, os brasileiros não foram bem. O chileno Julio Peralta bateu o tailandês Danai Udomchoke na final. Nesta semana, Guarulhos recebe um future.

E-mail reandaku@uol.com.br


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