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TÊNIS
Confusão geral
RÉGIS ANDAKU
COLUNISTA DA FOLHA
No sexto Masters Series do
ano, quatro tenistas lutam
pela liderança da Corrida. O primeiro, campeão em Roland Garros, Juan Carlos Ferrero, tem apenas cinco pontos de vantagem sobre o segundo, Roger Federer,
campeão em Wimbledon.
Por fora, correm o terceiro colocado, Guillermo Coria, três títulos
consecutivos, algo inédito no circuito há sete anos, e o quarto, o
veterano Andre Agassi, que escolhe a dedo onde joga (e, nesses casos, raramente decepciona).
Em Montréal, nesta semana, e
em Cincinnati, na próxima, destaque para Andy Roddick, Mark
Philippoussis, Tim Henman e
Lleyton Hewitt, tenistas de ponta
que tiveram atuações brilhantes
na última semana, chegando pelo
menos às semifinais.
Nicolas Kiefer e Paradorn Srichaphan, de quem você já ouviu
falar, também mostram bom desempenho na temporada norte-americana. E até um surpreendente e veteraníssimo Wayne Ferreira, veja só, salvou três match
points diante de Hewitt para levantar um troféu por lá.
Com mais da metade da temporada para trás, é agora que se forma a lista dos que vão para a reta
final em busca de uma vaga na
Masters Cup.
No meio disso tudo, de toda essa
disputa, de todos esses retornos,
de todos esses desempenhos, o que
para o fã brasileiro interessa é:
onde anda, como está, o que se espera de Gustavo Kuerten?
Como sempre, o melhor tenista
brasileiro pouco fala, quase nada
revela de sua preparação ou de
seus planos. Sempre por meio de
sua assessoria, conta frases que
não deixam claro o que passa por
sua cabeça nesta parte tão importante e concorrida do ano.
"Passei um tempo muito importante em casa, me preparando
para a segunda metade do ano,
melhorando a parte técnica e física. Estou jogando legal e agora
preciso entrar em ritmo de torneio", disse, em declaração passada por escrito à imprensa, pouco
antes de viajar para Los Angeles.
Na Califórnia, o brasileiro teve
de fato uma boa atuação. Só caiu
diante de Philippoussis. Perdeu
por pouco e, com certa razão, saiu
feliz. "Foi um bom começo."
O tal "ritmo de torneio", então,
parecia ter sido adquirido, não?
Não. Em Montréal, caiu pateticamente na estréia diante de Simon
Larose (quem?). Pior: disse depois
do jogo que estava "um pouco
cansado".
Cansado? Onde fica, então, a
preparação, a tal "melhora na
parte técnica e física"?
Kuerten não deve satisfação a
ninguém, a não ser a seu próprio
treinador. O que já fez pelo tênis
brasileiro, as suas conquistas, isso
tudo o coloca como um dos maiores esportistas brasileiros hoje.
Mas, enquanto se propõe a jogar, a rodar pelo circuito, a disputar torneios, ele deve, quando falar, tentar ser mais sincero. Fica a
impressão de que o que fala é
brincadeira ou bobagem.
"Viajo (para a temporada na
América do Norte) com boas expectativas, mas sem metas."
Sem metas? Que Kuerten, dentro da quadra, em Cincinnati e
nos Aberto dos EUA, mostre a
ambição e a objetividade que não
mostra fora delas.
Palavras ao vento
Gustavo Kuerten estava tão perdido após cair contra Simon Larose
no Masters Series de Montréal que disse que o Canadá é favorito contra o Brasil na Copa Davis. Ninguém entendeu.
Safra nova
André Miele, Fernanda Martins, Victor Melo, Isabela Kulaif, Rafael
Garcia, Natasha Lotuffo, João Vitor Fernandes e Natália Ferreira venceram a 4ª etapa do Grand Slam infanto-juvenil da CBT.
Atuações apagadas
Em Belo Horizonte, os brasileiros não foram bem. O chileno Julio Peralta bateu o tailandês Danai Udomchoke na final. Nesta semana,
Guarulhos recebe um future.
E-mail reandaku@uol.com.br
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