São Paulo, quinta-feira, 06 de outubro de 2005

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Tribunal paulista verá jogo a jogo

MÁRVIO DOS ANJOS
DA REPORTAGEM LOCAL

Após reunião dos auditores do Tribunal de Justiça Desportiva de SP, ontem, o presidente Naief Saad Neto anunciou a decisão de analisar jogo a jogo os 22 apitados no Paulista por Carvalho e Danelon, em vez de anular todos, como procedeu o STJD. Recebeu ainda sugestão que agradou à FPF e a seis clubes em risco de queda.
O critério do aproveitamento médio de pontos foi dado por repórteres a Saad -e prontamente cogitado por ele-, durante a entrevista, ao meio-dia. À tarde, a idéia ganhou uma tabela pronta no encontro de Marco Polo Del Nero, presidente da FPF, com os presidentes dos seis clubes.
Pelo critério, dividem-se os pontos pelos jogos, e ordena-se a tabela por essa proporção -os já rebaixados seriam mantidos.
"A tabela que utiliza a proporcionalidade já está feita na federação e, por meio dela, a única mudança seria entre o segundo e o terceiro colocado", disse o presidente da Portuguesa Santista, Carlos Alberto Amado da Costa. "Mantêm-se os mesmos clubes no rebaixamento, que vão ter que aceitar a situação, e a Santista não cai nessa hipótese", afirmou.
Se aprovada no TJD, a idéia deverá contar com a aceitação dos clubes anteriormente rebaixados. "O futebol paulista não pode perder a moral por causa de salafrários", disse o presidente da Inter de Limeira, João Júnior, que foi lanterna do Estadual deste ano.
O tribunal paulista espera agora o relatório do inquérito desportivo, cuja comissão é presidida pelo delegado Oswaldo Nico Gonçalves, do Garra, que é membro do TJD, com as análises de cada jogo e apontando onde houve fraude.
A comissão será formada pelos convidados Sidrack Marinho e Manuel Machado, ex-árbitros da Fifa, além de um representante do sindicato paulista de árbitros e outro da Aceesp (associação da imprensa esportiva de SP).
Eles já se reunirão hoje à tarde, na sede da federação paulista, e devem entregar relatório no início de novembro, para que o TJD possa decidir em seguida.
Saad justificou a decisão de não anular todos os jogos com base no tempo que a CBF não tinha.
"O STJD tinha um torneio em andamento e não tinha o tempo para realizar o rito obrigatório do processo. Faremos tudo sem pressa", disse, admitindo, porém, que os clubes podem recorrer ao STJD para tentar se aproveitar da decisão emitida pela corte.
O tribunal paulista disse que correrá para dar a sentença o mais rápido possível, a tempo do Conselho Arbitral, que acontecerá de 9 a 11 de novembro e define as datas do Estadual. "Temos responsabilidade com os prazos e faremos sessões extraordinárias, se for necessário", declarou Saad.


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