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Tribunal paulista verá jogo a jogo
MÁRVIO DOS ANJOS
DA REPORTAGEM LOCAL
Após reunião dos auditores do
Tribunal de Justiça Desportiva de
SP, ontem, o presidente Naief
Saad Neto anunciou a decisão de
analisar jogo a jogo os 22 apitados
no Paulista por Carvalho e Danelon, em vez de anular todos, como
procedeu o STJD. Recebeu ainda
sugestão que agradou à FPF e a
seis clubes em risco de queda.
O critério do aproveitamento
médio de pontos foi dado por repórteres a Saad -e prontamente
cogitado por ele-, durante a entrevista, ao meio-dia. À tarde, a
idéia ganhou uma tabela pronta
no encontro de Marco Polo Del
Nero, presidente da FPF, com os
presidentes dos seis clubes.
Pelo critério, dividem-se os
pontos pelos jogos, e ordena-se a
tabela por essa proporção -os já
rebaixados seriam mantidos.
"A tabela que utiliza a proporcionalidade já está feita na federação e, por meio dela, a única mudança seria entre o segundo e o
terceiro colocado", disse o presidente da Portuguesa Santista,
Carlos Alberto Amado da Costa.
"Mantêm-se os mesmos clubes
no rebaixamento, que vão ter que
aceitar a situação, e a Santista não
cai nessa hipótese", afirmou.
Se aprovada no TJD, a idéia deverá contar com a aceitação dos
clubes anteriormente rebaixados.
"O futebol paulista não pode perder a moral por causa de salafrários", disse o presidente da Inter
de Limeira, João Júnior, que foi
lanterna do Estadual deste ano.
O tribunal paulista espera agora
o relatório do inquérito desportivo, cuja comissão é presidida pelo
delegado Oswaldo Nico Gonçalves, do Garra, que é membro do
TJD, com as análises de cada jogo
e apontando onde houve fraude.
A comissão será formada pelos
convidados Sidrack Marinho e
Manuel Machado, ex-árbitros da
Fifa, além de um representante do
sindicato paulista de árbitros e
outro da Aceesp (associação da
imprensa esportiva de SP).
Eles já se reunirão hoje à tarde,
na sede da federação paulista, e
devem entregar relatório no início
de novembro, para que o TJD
possa decidir em seguida.
Saad justificou a decisão de não
anular todos os jogos com base no
tempo que a CBF não tinha.
"O STJD tinha um torneio em
andamento e não tinha o tempo
para realizar o rito obrigatório do
processo. Faremos tudo sem
pressa", disse, admitindo, porém,
que os clubes podem recorrer ao
STJD para tentar se aproveitar da
decisão emitida pela corte.
O tribunal paulista disse que
correrá para dar a sentença o mais
rápido possível, a tempo do Conselho Arbitral, que acontecerá de
9 a 11 de novembro e define as datas do Estadual. "Temos responsabilidade com os prazos e faremos sessões extraordinárias, se
for necessário", declarou Saad.
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